Índice Multidimensional da Ativação do Patrimônio Territorial: A dimensão produtiva e seus componentes
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2023.59.14525Palavras-chave:
Abordagem Territorial, Desenvolvimento Territorial, Dimensão Produtiva, Pressupostos Teórico-MetodológicosResumo
O presente estudo versa sobre o patrimônio territorial, contemplando uma abordagem multidisciplinar e multidimensional, aportando referências teórico-metodológicas sobre a dimensão produtiva de forma sistêmica e articulada com as demais dimensões. O objetivo é contextualizar teoricamente a dimensão produtiva na dinâmica territorial do desenvolvimento e propor indicativos metodológicos que possam embasar um instrumental metodológico multidimensional a ser utilizado na realização de estudos de diagnóstico, análise e prospecção territorial. O diagnóstico tem seu foco na caracterização socioeconômico-cultural e ambiental e a análise propõe-se a detectar as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças, enquanto a prospecção territorial avalia as alternativas de futuro de um determinado recorte territorial, seja este um território, uma região ou um município. Esta abordagem metodológica baseia-se em diferentes vertentes e teorias do desenvolvimento territorial que resgatam conceitos como: sistemas produtivos locais, sistemas agroalimentares localizados, economia social e solidária, cesta de bens e serviços territoriais, dentre outros. Reconhece-se, todavia, que o desenho do indicador da dimensão produtiva, neste estudo, não abarca a variedade de conceitos e vertentes do campo do desenvolvimento territorial. O que se propõe com o presente texto é apontar possibilidades e caminhos analíticos para a dimensão produtiva ante a ativação do patrimônio territorial.
Referências
ANDION, M. C. Atuação das ONGs nas dinâmicas de desenvolvimento territorial sustentável no meio rural de Santa Catarina: os casos da APACO, do Centro Vianei de Educação Popular e da Agreco. 2007. 385 f. Tese (Doutorado) – UFSC, Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2007.
ARRIGHI, G. A ilusão do desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 1998.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009.
BARTOLI, E. Patrimônio territorial e desenvolvimento local: sistemas locais urbano ribeirinhos em Parintins (AM). In: CONGRESSO IBEROAMERICANO DE ESTUDIOS TERRITORIALES Y AMBIENTALES – CIETA, 6., 2014. São Paulo. Anais [...]. São Paulo, 2014. p. 842-860.
BARTOLI, E. Sistemas territoriais em Parintins (AM): mediações urbanas e ordenamento territorial. Revista Políticas Públicas & Cidades, v. 5, n. 2, p. 1-16, ago./dez. 2017.
BATALHA, M. Gestão agroindustrial. São Paulo: Atlas, 1997.
BENKO, G. Economia espaço e globalização: na aurora do século XXI. São Paulo: Hucitec, 1996.
BÜTTENBENDER, P. L.; SAUSEN, J. O. Innovative development management practices in a border region: a construct proposal of innovative governance and territorial development. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 16, n. 2, p. 446-458, 2020.
BÜTTENBENDER, P. L. et al. Abordagem territorial do desenvolvimento: referências teórico-metodológicas da dimensão produtiva. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 18, n. 1, 2022.
CIRAD-SAR. Centro de Cooperação Internacional de Pesquisa agronômica para desenvolvimento, Departamento dos Sistemas Agro-alimentares e Rurais. Systèmes agroalimentaires localisés (organisations, innovations et développement local. Proposition d’animations cientifique du laboratoire STSC, n. 134, 1996.
COURLET, C. Territoires et régions, les grands oubliés du developpement économique. Paris: L’Harmattan, 2001.
COURLET, C.; SOULAGE, B. Industrie, territoires et politiques publiques. Paris: L’Harmattan, 1994.
DALLABRIDA, V. R. Abordagem territorial do desenvolvimento e o desafio de um instrumental metodológico multidimensional: apresentação de dossiê. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 18, n. 1, p. 8-12, jan./abr. 2022.
DALLABRIDA, V. R. Patrimônio territorial: abordagens teóricas e indicativos metodológicos para estudos territoriais. Desenvolvimento em Questão, Ijuí: Editora Unijuí, v. 18, n. 52, p. 12-32, jul. 2020a.
DALLABRIDA, V. R. Território e governança territorial, patrimônio e desenvolvimento territorial: estrutura, processo, forma e função na dinâmica territorial do desenvolvimento. G&DR – Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 16, n. 2, p. 63-78, maio/ago. 2020b.
DALLABRIDA, V. R.; ROTTA, E.; BÜTTENBENDER, P. L. Pressupostos epistêmico-teóricos convergentes com a abordagem territorial. G&DR – Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 17, n. 2, p. 256-273, maio/ago. 2021.
DALLABRIDA, V. R. et al. Categorias conceituais e pressupostos metodológicos convergentes com a abordagem territorial. Guaju – Revista Brasileira de Desenvolvimento Territorial Sustentável, v. 7, n. 1, p. 43-80, jan./jun. 2021.
DALLABRIDA, V. R.; MENEZES, E. C. O.; FUINI, L. L. O desafio da construção e reconhecimento de territórios nos processos de análise e prospecção territorial. Revista Caminhos da Geografia, 2º semestre de 2023.
DALLABRIDA, V. R. et al. Estado e sociedade na construção de capacidades para fortalecer práticas de governança territorial. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, Dossiê: Políticas Públicas e Estatalidade, v. 24, e202219pt, 2022.
DALLABRIDA, V. R. A nueva ortodoxia regionalista estará envelhecendo? Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 4, p. 182-188, 2008.
DALLABRIDA, V. R.; FERNÁNDEZ, V. R. Desenvolvimento territorial: possibilidades e desafios, considerando a realidade de âmbitos espaciais periféricos. Passo Fundo; Ijuí: Editora UPF; Editora Unijuí, 2008. V. 1.
DEMATTEIS, G. Il sistemi territoriali in um’ottica evoluzionista. In: DEMATTEIS G.; GOVERNA, F. (org.). Territorialità, sviluppo locale, sostenibilità: ilmodello Slot. Milano: Angeli, 2005. p. 15-38.
DEMATTEIS, G. Sistema Local Territorial (SLoT): um instrumento para representar, ler e transformar o território. In: ALVES, A.; CORRIJO, B.; CANDIOTTO, L. (org.). Desenvolvimento territorial e agroecologia. São Paulo: Expressão Popular, 2008. p. 33-46.
DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.
ELKINGTON, J. Cannibals With Forks: The Triple Bottom Line of 21st Century Business. Stony Creek, CT: New Society Publishers, 1998.
ETZKOWITZ, H. Hélice tríplice: universidade-indústria-governo. Inovação em ação. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009.
FELÍCIO, M. J. A conflitualidade dos paradigmas da questão agrária e do capitalismo agrário a partir dos conceitos de agricultor familiar e de camponês. Campo-Território: Revista de Geografia Agrária, v. 1, n. 2, p. 14-30, ago. 2006.
FERNÁNDEZ, V. R. Densidad institucional, innovación colectiva y desarrollo de las cadenas de valor local: un triángulo estratégico en la evolución de los enfoques regionalistas durante los 90s. Redes, v. 9, n. 1, p. 7-35, jan./abr. 2004.
FERNANDES, B. M. Movimentos socioterritoriais e movimentos socioespaciais: contribuição teórica para uma leitura geográfica dos movimentos sociais. Revista Nera, a. 6, n. 16, p. 273-283, 2005.
FERNANDES, B. M. Questão agrária: conflitualidade e desenvolvimento territorial. In: BUAINAIN, Antônio Márcio (ed.). Luta pela terra, reforma agrária e gestão de conflitos no Brasil. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2008. p. 173-230.
FLECK, L. Gênese e desenvolvimento de um fato científico. Belo Horizonte: Fabrefactum Editora, 2010.
GEORGESCU-ROEGEN, N. Quo Vadis Homo sapiens sapiens. In: BONAIUTI, M. (ed.). From Bioeconomics to Degrowth, New York: Routledge, 2011. p. 158-170.
GODARD, O. A gestão integrada dos recursos naturais e do meio ambiente: conceitos, instituições e desafios de legitimação. In: VIEIRA, P. F.; WEBER, J. Gestão de recursos naturais renováveis e desenvolvimento: novos desafios para a pesquisa ambiental. São Paulo: Cortez, 1997. p. 198-223.
GODARD, Olivier. A gestão integrada dos recursos naturais e do meio ambiente: conceitos, instituições e desafios de legitimação. In: VIEIRA, Paulo Freire; WEBER, Jacques. Gestão de recursos naturais renováveis e desenvolvimento: novos desafios para a pesquisa ambiental. São Paulo: Cortez, 2000.
GUERREIRO RAMOS, A. A modernização em nova perspectiva: em busca do modelo da possibilidade. In: HEIDEMANN, F. G.; SALM, J. F. Políticas públicas e desenvolvimento: bases epistemológicas e modelos de análise. Brasília: Editora UnB, 2014.
JULIEN, P. A. Empreendedorismo regional e economia do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2010.
LASTRES, H. M. M.; CASSIOLATO, J. E. Sistemas de inovação e arranjos produtivos locais: novas estratégias para promover a geração, aquisição e difusão de conhecimento. Revista Centro de Ciências Administrativas, Fortaleza, v. 9, n. 2, p. 189-195, dez. 2003.
LEMOS, C. Micro, pequenas e médias empresas no Brasil: novos requerimentos de políticas para a promoção de sistemas produtivos locais. 2003. 269 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003.
LÉVESQUE, B. Le partenariat: une tendance lourde de la nouvelle gouvernance à l’ère de la mondialisation. Enjeux et défis pour les entreprises publiques et d’économie sociale. Cahiers du Crises, Avril, 2001.
LISBOA, A. M. Socioeconomia solidária: marco conceitual latino-americano. ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA POLÍTICA, 9., 2004. Uberlândia. Anais [...]. Uberlândia: Sociedade Brasileira de Economia Política, 2004.
LOPES, R. Competitividade, inovação e território. Oeiras, PT: Celta Editora, 2001.
MAGNAGHI, A. Montespertoli: le mappe di comunità per lo statuto del território. Firenze: Alinea, 2010.
MAILLAT, D. Globalização, meio inovador e sistemas territoriais de produção. Interações, Campo Grande, MT, v. 3, n. 4, p. 9-16, mar. 2002.
MAILLAT, D. From the Industrial District to the Innovative Milieu: Contribution to an Analysis of Territorialised Productive Organisations. Recherches Economiques de Louvain, v. 64, p. 111-129, 1998a.
MAILLAT, D. Meios inovadores e novas gerações de políticas regionais. Empreendedorismo & Desenvolvimento Regional, v. 10, ed. 1, p. 1-16, 1998b.
MEADOWS, D. H. et al. Limites do crescimento: um relatório para o Projeto do Clube de Roma sobre o dilema da humanidade. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1978.
MUCHNIK, J. et al. Systèmes Agroalimentaires Localisés. Dossier Systèmes agroalimentaires localisés. Economies et Sociétés, n. 29, p. 1.465-1.484, sep. 2007.
MUCHNIK, J.; CAÑADA, J. S.; SALCIDO, G. T. Systèmes agroalimentaires localisés: état des recherches et perspectives. Cahiers Agricultures, v. 17, n. 6, nov./déc. 2007.
MUCHNIK, J. Sistemas agroalimentarios localizados: desarrollo conceptual y diversidad de situaciones. In: SALCIDO, G. T.; TORRES, R. M. L. Los sistemas agroalimentarios localizados: identidad territorial, construcción de capital social e instituciones. México: Imprensa Juan Pablos, 2012. p. 25-42. (Colección Alternativas).
PECQUEUR, B. Qualité et développement territorial: l’hypothèse du panier de biens et de services territorialisés. Économie Rurale, v. 1, n. 261, p. 37-49, 2001.
PECQUEUR, B. O desenvolvimento territorial: uma nova abordagem dos processos de desenvolvimento para as economias do Sul. Raízes: Revista de Ciências Sociais e Econômicas, v. 24, n. 1 e 2, p. 10-22, 2006. DOI: https://doi.org/10.37370/raizes.2005.v24.243
PEDON, N. R. Movimentos socioterritoriais: uma contribuição conceitual à pesquisa geográfica. 2009. 235 f. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Presidente Prudente, SP, 2009.
QUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. V. Manual de investigação em ciências sociais. 4. ed. Lisboa: Gradiva, 2005.
RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1985.
RIST, G. The history of development: from western origins to global faith. New York: Zed Books, 2008.
SACHS, I. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo: Vértice, 1986.
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. Brasil: território e sociedade no limiar do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2003.
SANTOS, F.; CROCCO, M.; LEMOS, M. B. Arranjos e sistemas produtivos locais em “espaços industriais” periféricos: estudo comparativo de dois casos brasileiros. Revista de Economia Contemporânea, v. 6, n. 2, p. 147-180, jul./dez. 2002.
SANTOS, G. A. G.; DINIZ, E. J.; BARBOSA, E. K. Aglomerações, arranjos produtivos locais e vantagens competitivas locacionais. In: BNDES. Arranjos produtivos locais e desenvolvimento Rio de Janeiro: BNDES, 2004. (Versão preliminar).
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
SILVEIRA, M. L. Novos aconteceres, novas territorialidades. In: DIAS. L. C.; FERRARI. M. (org.). Territorialidades humanas e redes sociais. Florianópolis: Insular, 2013. p. 125-153.
SOBREIRO FILHO, J. Contribuição à construção de uma teoria geográfica sobre movimentos socioespaciais e contentious politics: produção do espaço, redes e lógica – racionalidade espaço-temporal no Brasil e Argentina. 2016. 440 f. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Presidente Prudente, SP, 2016.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
VELTZ, P. Mondialisation, villes et territoires: l'économie d'archipel. Paris: Presses Universitaires de France, 1995.
VIEIRA, P. F. Rumo ao desenvolvimento territorial sustentável: esboço de roteiro metodológico participativo. Eisforia – Desenvolvimento Territorial Sustentável: Conceitos, Experiências e Desafios Teórico-Metodológicos, Florianópolis, v. 4, n. especial, dez. 2006.
WALLERSTEIN, I. Após o liberalismo: em busca da reconstrução do mundo. Petrópolis: Vozes, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Desenvolvimento em Questão
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).