Um olhar decolonial sobre pioneirismo e gênero no sudoeste do Paraná
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2025.62.15231Palavras-chave:
Colonialidade, Gênero, Racialização, Pioneirismo, História oral, Etnografia documentalResumo
Este artigo mobiliza a perspectiva decolonial para demonstrar de que forma a colonialidade revela-se na violência epistêmica e na racialização presentes na ideia social de “pioneirismo”. Para tanto, apresenta como temática de estudo o povoamento de Pato Branco, cidade situada no Sudoeste do Paraná (Brasil), enquanto resultado de práticas de branqueamento sustentadas pela Marcha para o Oeste e pela criação da Colônia Agrícola Nacional General Osório (CANGO), projetos desenvolvimentistas promovidos pelo Estado Novo na década de 1940. A partir disso, propõe-se verificar como a diversidade compõe o tecido histórico-social diante de discursos baseados no modelo de pensamento do sistema-mundo moderno-colonial. Para tanto, o percurso metodológico aqui proposto traz a história oral e a etnografia documental para investigar lugares e vozes de mulheres diante do patriarcado e da racialização presentes em narrativas sociais.
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