Metodologias participativas: Possibilidades para o fortalecimento teórico da gestão social
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2025.62.16002Palavras-chave:
Metodologias Participativas, Gestão Social, DRPEResumo
No cotidiano das práticas organizacionais e sociais, a Gestão Social evolui e se enriquece com a contribuição de diversos saberes, que vão além dos conhecimentos técnicos acadêmicos, incluindo também as vivências e experiências comunitárias. Este estudo tem como objetivo destacar o uso de metodologias participativas como uma alternativa para fortalecer e consolidar os pressupostos teóricos da Gestão Social. Ao adotar tais metodologias, que fomentam a ação coletiva e a aprendizagem compartilhada, proporciona-se aos participantes o acesso aos processos decisórios, resultando no fortalecimento e capacitação tanto dos atores envolvidos quanto das organizações. Essas abordagens alinham-se aos princípios fundamentais da Gestão Social, os quais preconizam uma atuação ativa nas esferas públicas em prol de objetivos comuns e da emancipação dos indivíduos. Destaca-se, assim, a importância crucial da colaboração e da participação efetiva na concepção de soluções sociais sustentáveis e inclusivas. Nesse sentido, este artigo contribui para o campo da Gestão Social ao propor a utilização de metodologias participativas como ferramentas para fortalecer e consolidar seus pressupostos teóricos. A pesquisa destaca o Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador (DRPE) como um exemplo eficaz de metodologia que se alinha aos princípios da Gestão Social, enfatizando a participação, o diálogo e a emancipação. Por meio da análise do DRPE, o artigo evidencia como a utilização de métodos participativos, que valorizam a voz e a experiência dos indivíduos, fortalece a Gestão Social e promove a autonomia cidadã, aspectos essenciais para o fortalecimento do bem comum.
Referências
ABBOT, J.; GUIJT, I. Novas visões sobre mudança ambiental: abordagens participativas de monitoramento. Tradução de J. C. Comerford. IIED/ASPTA, 1998.
ALCÂNTARA, V. de C.; PEREIRA, J. R.; PRADO, J. W. do; SILVA, Érica A. F. Quo Vadis: Caminhos e Diálogos da Gestão Social com as Obras de Jürgen Habermas. Desenvolvimento em Questão, Ijuí, n. 47, 2018.
ARAÚJO, E. T. (In)consistências da gestão social e seus processos de formação: um campo em construção. 2012. Tese (Doutorado em Gestão Social) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.
ASSIS, L. B., PAES DE PAULA, A. P. Gestão social e bildung: reflexões sobre a importância da formação para a democratização no setor público. Administração Pública e Gestão Social, v. 6, n. 2, p. 57-64, 2014.
BOULLOSA, R. F.; SCHOMMER, P. C. Gestão social: caso de inovação em políticas públicas ou mais um enigma de Lampedusa? In: RIGO, A. S.; SILVA JÚNIOR, J. T.; SCHOMMER, P. C.; CANÇADO, A. C. (Eds.). Gestão social e políticas públicas de desenvolvimento: ações, articulações e agenda. UNIVASF, 2010.
BROSE, M. O Marco Lógico: instrumento de gestão e comunicação. In: BROSE, M. (Org.). Metodologia Participativa: uma introdução a 29 instrumentos. Tomo Editorial, 2010.
CANÇADO, A. C. Fundamentos teóricos da gestão social. 2011. Tese (Doutorado em Gestão Social) – Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, 2011.
CANÇADO, A. C. Gestão social. In: BOULLOSA, R. F. (Org.). Dicionário para a formação em gestão social. CIAGS/UFBA, 2014.
CANÇADO, A. C.; PEREIRA, J. R.; TENÓRIO, F. G. Gestão Social: epistemologia de um paradigma. 2. ed. Editora CRV, 2015.
CANÇADO, A. C.; VILLELA, L. E.; SAUSEN, J. O. Gestão Social e Gestão Estratégica: Reflexões sobre as Diferenças e Aproximações de Conceitos. Revista de Gestão Social e Ambiental, v. 10, n. 3, 2016.
CHAMBERS, R.; GUIJT, I. DRP, cinco años después. Donde nos encontramos? Tradução de F. Chivite-Matthews. Universidad Nur, 1995.
CORDIOLI, S. Enfoque Participativo – Um Processo de Mudança. 2. ed. revisada e ampliada. Porto Alegre, 2010.
DE TONI, J. O Planejamento Estratégico e Situacional (PES). In: BROSE, M. (Org.). Metodologia Participativa: uma introdução a 29 instrumentos. Tomo Editorial, 2010.
DE TONI, J.; SALERNO, G.; BERTINI, L. Uma abordagem estratégica no planejamento de grupos: o Método Altadir de Planejamento Popular — MAPP. In: JACQUES, M. G. C., et al. (Orgs.). Relações sociais e ética. Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008.
DRUMOND, M. A.; GIOVANNETTI, L.; QUEIROZ, A. Técnicas e Ferramentas Participativas para a Gestão de Unidades de Conservação. 2. ed. GTZ, 2009.
FISCHER, T. M. D.; MELO, V. P.; CARVALHO, M. R.; JESUS, A.; ANDRADE, R. A.; WAIANDT, C. Perfis visíveis na gestão social do desenvolvimento. Revista de Administração Pública, v. 40, n. 5, 2006.
FRANÇA FILHO, G. C. Definido Gestão Social. In: SILVA JUNIOR, J. T.; MÂISH, R. T.; CANÇADO, A. C. (Eds.). Gestão social: práticas em debate, teorias em construção. Imprensa Universitária, 2008.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Paz e Terra, 1987.
GAHYVA, H. Tocqueville e Gobineau no mundo dos iguais. Dados - Revista de Ciências Sociais, v. 49, n. 3, 2006.
GARCIA, A. S. Esferas públicas como uma categoria fundante da gestão social. 2016. Dissertação (Mestrado em Gestão Social) – Universidade Federal de Lavras, 2016.
GEILFUS, F. 80 herramientas para el desarrollo participativo: diagnóstico, planificación, monitoreo, evaluación. Prochalate-IICA, 1997.
GIANNELLA, V. Base teórica e papel das metodologias não convencionais para a formação em Gestão Social. In: CANÇADO, A. C.; SILVA JUNIOR, J. T.; SCHOMMER, P. C.; RIGO, A. S. (Eds.). Os desafios da formação em Gestão Social. Provisão, 2008.
GIANNELLA, V. Metodologias integrativas. In: BOULLOSA, R. F. (Org.). Dicionário para a formação em gestão social. CIAGS/UFBA, 2014.
GIANNELLA, V.; ARAÚJO, E. T.; OLIVEIRA-NETA, V. M. As metodologias integrativas como caminho na ampliação da esfera pública. In: SCHOMMER, P. C.; BOULLOSA, R. F. (Eds.). Gestão Social como caminho para redefinição da esfera pública. Udesc, 2011.
GIANNELLA, V.; MOURA, M. S. Gestão em rede e metodologias não convencionais para a gestão social. 2. ed. CIAGS/UFBA, 2009.
GONÇALVES-DIAS, S. L. F. Sustentabilidade. In: BOULLOSA, R. F. (Org.). Dicionário para a formação em gestão social. CIAGS/UFBA, 2014.
GUERRA, J. F. C.; TEODÓSIO, A. D. S. S. Gestão social: aspectos que a aproximam dos domínios da Administração. Reuna, v. 19, n. 3, 2014.
GUERREIRO RAMOS, A. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. 2. ed. FGV, 1989.
HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Tempo Brasileiro, 1989.
HABERMAS, J. Direito e Democracia – entre facticidade e validade. Tempo Brasileiro, 2011.
HABERMAS, J. Teoria do agir comunicativo: sobre a crítica da razão funcionalista. WMF Martins Fontes, 2012.
JASMIN, M. G. Alexis de Tocqueville: a historiografia como ciência da política. 2. ed. UFMG, Iuperj, 2005.
JUNCKES, I. J. 13 anos de MAPP do B. In: BROSE, M. (Org.). Metodologia Participativa: uma introdução a 29 instrumentos. Tomo Editorial, 2010.
JUSTEN, C. E. O. Angelus Novus Emoldurado à Gestão Social: Reflexões Acerca da Construção de Políticas Públicas Emancipadoras. Desenvolvimento em Questão, v. 14, n. 36, 2016.
KUMMER, L. Metodologia participativa no meio rural: uma visão interdisciplinar. conceitos, ferramentas e vivências. GTZ, 2007.
LIMA, L. F. Processo sociotécnico MACBETH de apoio multicritério à decisão e a organização de comunidades tradicionais: o caso da comunidade do Marujá no Vale do Ribeira-SP. Dissertação (Mestrado)–Universidade Estadual de Campinas, Campinas [Brasil], 2012.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 9. ed. Atlas, 2021.
MINAYO, M. C. S. O desafio da pesquisa social. In: MINAYO, M. C. S.; GOMES, S. F. D. R. (Orgs.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 27. ed. Vozes, 2007.
NAVES, L. N.; MAFRA, L. A. S.; GOMES, M. A. O.; AMÂNCIO, R. Diagnóstico Organizacional Participativo (DOP): um olhar diferente sobre a realidade organizacional. In: BROSE, M. (Org.). Metodologia Participativa: uma introdução a 29 instrumentos. Tomo Editorial, 2010.
OLIVEIRA, V. A. R. Interesse público, gestão pública e gestão social: significados e conexões. 2012. Tese (Doutorado em Gestão Social) – Universidade Federal de Lavras, 2012.
PAES DE PAULA, A. P. P. Administração Pública Brasileira: entre o gerencialismo e a gestão social. Revista de Administração de Empresas, Campinas, v. 45, n. 1, p. 36-49, 2005.
PEREIRA, J. R. Considerações metodológicas sobre o processo de incubação de cooperativas populares. In: CANÇADO, A. C.; PEREIRA, J. R.; SILVA JUNIOR, J. T. (Eds.). Economia solidária, cooperativismo popular e autogestão: as experiências em Palmas/TO. NESol/UFT, 2007.
PEREIRA, J. R. Diagnóstico Participativo: o Método DRPE. 1. ed. Perito, 2017.
PESCE JUNIOR, J. G.; CORDIOLI, S. Planejamento Participativo — Uma abordagem prática da percepção ao resultado. Desefio, 2021.
SERVA, M. A racionalidade Substantiva Demonstrada na Prática Administrativa. Revista de Administração de Empresas, v. 37, n. 2, 1997.
TEIXEIRA, E. S. Gestão Social da água mineral no município de Cambuquira - Minas Gerais. 2017. Dissertação (Mestrado em Gestão Social) – Universidade Federal de Lavras, 2017.
TEIXEIRA, E. S.; CRUZ, A. O.; MACHADO, J. C.; PEREIRA, J. R. Método DRPE y manejo sostenible de agua mineral en Cambuquira, Minas Gerais, Brasil. Espacio Abierto, v. 29, n. 3, 2020.
TEIXEIRA, T. S.; ALCÂNTARA, V. C.; GARCIA, A. S.; PEREIRA, J. R. O DRPE como Método de Intervenção da Gestão Social. Revista FSA (Faculdade Santo Agostinho), v. 16, 2019.
TENÓRIO, F. G. Gestão social: uma perspectiva conceitual. Revista de Administração Pública, v. 32, n. 5, 1998.
TENÓRIO, F. G. A trajetória do Programa de Estudos em Gestão Social (PEGS). Revista de Administração Pública, v. 40, n. 6, 2006.
TENÓRIO, F. G. Tem Razão a Administração? Unijuí, 2008a.
TENÓRIO, F. G. (Re)visitando o conceito de Gestão Social. In: SILVA JUNIOR, J. T., et al. (Eds.). Gestão Social: Práticas em debate, teorias em construção. Imprensa Universitária, 2008b.
TENÓRIO, F. G. Prefácio. In: PEREIRA, J. R. Diagnóstico Participativo: O Método DRPE. 1. ed. Tubarão: Perito, 2017.
TENÓRIO, F. G.; ARAÚJO, E. T. Mais uma vez o Conceito de Gestão Social. Cadernos EBAPE.BR, v. 18, n. 4, 2020.
TENÓRIO, F. G.; ROZENBERG, J. E. Gestão pública e cidadania: metodologias participativas em ação. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, v. 7, 1997.
TENÓRIO, F. G.; PARRA, F. L.; TENÓRIO, G. M. Tem ancestralidade o conceito de gestão social? Estudios de la Gestión, v. 11, 2022.
TOCQUEVILLE, A. A democracia na América. 2. ed. Edusp, Itatiaia, 1987.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Desenvolvimento em Questão

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).