A Agronomia e o Desenvolvimento Sustentável: por uma Ciência da Complexidade
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2009.13.37-62Resumo
A concepção hegemônica da Agronomia vem apresentando crescentes dificuldades em tratar da complexidade dos problemas gerados pelo atual padrão de desenvolvimento da agricultura. A partir de uma interpretação da noção de paradigma baseada no Realismo Crítico, a qual procura isentar tal noção de qualquer elemento de irracionalidade, discute-se nesse artigo as possibilidades de uma mudança paradigmática na Agronomia. Nessa discussão salienta-se que a Teoria da Complexidade e o Realismo Crítico podem fornecer bases teóricas e epistemológicas consistentes para a constituição da Agronomia como uma das “ciências da complexidade”. Assim, de acordo com a Teoria da Complexidade, a consideração da agricultura como uma atividade constitutiva de sistemas abertos e evolutivos é de fundamental importância para que a Agronomia possa contribuir efetivamente para a promoção do desenvolvimento sustentável. Para tanto, porém, a forte hegemonia exercida pelo Positivismo sobre a Agronomia deve ser superada, posto que, para isso, as contribuições do Realismo Crítico neste campo são consideradas de fundamental importância. A partir dessas considerações, é realizada uma caracterização do paradigma hegemônico, denominado de Agronomia Normal, e dos elementos já existentes de um novo paradigma, o da Agronomia como uma ciência da complexidade. Enfim, enfatiza-se que a discussão da noção de paradigma desenvolvida nesse artigo indica que, para além de um debate estritamente acadêmico, tal mudança na Agronomia insere-se no campo mais amplo das correlações de forças e conflitos de interesse presentes na sociedade. A constituição da Agronomia como uma ciência da complexidade constitui-se, assim, em uma atividade eminentemente emancipatória.
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