As Faces da Gestão da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2013.23.190-221Palavras-chave:
Polícia Militar, Gestão, Gestão Pública, Modelo BurocráticoResumo
O objetivo do presente artigo é compreender a configuração da gestão da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) no tocante as suas relações com o modelo burocrático e a sua transformação na direção de elementos da lógica da gestão empresarial. Para alcançá-lo inicialmente se discute a história das organizações policiais militares no Brasil (Demoner, 1985; Carvalho, 2005). Em seguida discute-se o modelo burocrático (Weber, 1978) da gestão pública tradicional e sua transformação para o modelo com lógica empresarial (Pereira, 1999), para estudar as relações entre esses modelos no contexto da PMES. Para a coleta de dados foram realizadas onze entrevistas semi-estruturadas com ex-comandantes Gerais da organização, além de pesquisa documental. Os dados foram tratados por meio da análise de conteúdo (Bardin, 2006). O resultado obtido aponta que a PMES – face ao culto às tradições e modos próprios – vem mudando muito lentamente a forma de enfrentar as novas demandas sociais a despeito da transição histórica ocorrida na sociedade brasileira. Observou-se forte presença de características burocráticas desde o regime militar, incluindo nesse caso muitas de suas disfunções que tem convivido com algumas características da lógica da gestão empresarial. Conclui-se que os obstáculos para a implantação de ferramentas da gestão empresarial na PMES estão presentes tanto em tradições que remontam ao regime militar brasileiro de 1964, quanto em limitações da própria administração em relação a demandas contemporâneas específicas sobre uma instituição como a PMES.
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