Sistema de Inovação do Agronegócio Brasileiro? Dualismo estrutural-tecnológico e desafios para o desenvolvimento do país
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2014.28.279-317Palavras-chave:
Sistema Setorial de Inovação, Agronegócio, Crescimento e Desenvolvimento. Ciência, TecnologiaResumo
A investigação da questão da inovação na agricultura brasileira e sua transformação em agronegócios e desenvolvimento para o país é uma tarefa consideravelmente complexa. Para tal, são relatados os cenários de contradições da formação do agronegócio, o paralelismo no segmento tradicional e dual estrutural-tecnológico agrícola e os desafios para o desenvolvimento brasileiro. Fundamenta-se a investigação na dinâmica da teoria neo-schumpeteriana em que profundas transformações e reestruturações ocorrem devido a interdependências complexas, competição, crescimento econômico e mudança estrutural, sendo a inovação o link entre componentes estruturais (agentes, redes e instituições) de Sistema de Inovação (SI) para setores, regiões e países. As discussões estão focadas na participação do Estado como agente estratégico do SI e da dinâmica de desenvolvimento. Para isto, aprofundou-se na relevância do agronegócio brasileiro, na questão da inovação como estratégia para mitigar o crescimento econômico concentrado e desigual. Analisa-se também a evolução do sistema de C&T do Brasil e suas relações com o agronegócio. Por fim, são avaliados os dispêndios públicos na agricultura. Concluiu-se que embora possam existir avanços significativos em sistemas produtivos classificados como modernos, a evolução das Politicas de CT&I, a sistemática de organização e coordenação do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA) e os níveis de evolução dos dispêndios públicos em P&D na agricultura, não asseguram redução do dualismo estrutural-tecnológico, empecilhos relevantes à formação de um SI no agronegócio. E ainda, na dinâmica da economia de mercados os componentes estruturais do agronegócio tendem a investir em inovações nos segmentos mais competitivos vinculados às exportações. Portanto, há necessidade da presença do Estado, que na economia evolucionária é agente fundamental, articulando atores, redes, instituições, buscando desenvolver conhecimentos, mobilizando recursos, formando mercados, legitimando e influenciando a direção de pesquisas e no desenvolvimento de externalidades positivas, caso contrário, apenas crescimento econômico desigual.Downloads
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