Governança Desgovernada: uma história econômica do Plano Real a partir de sua incoerência teórica (1994-1999)
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2018.43.8-44Palavras-chave:
Política Econômica, plano de estabilização, Plano Real.Resumo
O presente texto visa analisar o processo operacional do Plano Real e seus efeitos mensurados na economia e na política brasileira no momento de existência da chamada âncora nominal baseada na paridade cambial entre a moeda nacional e o dólar (1994-1999). Interpreta-se o Plano Real como projeto que buscava a estabilidade da economia por meio do combate à hiperinflação e que esteve envolvido também num arranjo conjuntural específico, que demanda interpretação histórica – não somente técnico-econômica. Partindo do pressuposto de que houve influência da teoria neoclássica da escolha de instrumentos e objetivos de estabilização macroeconômica de Robert A. Mundell (1932- ), o presente texto busca apurar a manifestação histórica de efeitos econômicos e políticos do Plano Real e se houve coincidência entre o que fora escrito por um teórico que influenciou a formação dos “pais do Real” e a realidade da experiência de âncora cambial desenvolvida no Brasil a partir de 1994. A pesquisa realizada indica que houve profunda incoerência entre a presunçosa teorização de Mundell e os efeitos historicamente encontrados, desmontando-se a concepção de infalibilidade das teorias neoclássicas. Pelo contrário: tais efeitos provocaram aprofundamento da condição de dependência do país frente ao cenário do capitalismo internacional daquele momento, por meio do agravamento da crise no balanço de pagamentos e da financeirização do déficit público da União.Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).