Desenvolvimento local e políticas públicas: Ações de manutenção e salvaguarda do patrimônio presente no plano diretor participativo do município de Ijuí/RS
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2023.59.14199Palavras-chave:
Patrimônio, planejamento urbano, Plano Diretor ParticipativoResumo
A preservação do patrimônio estrutura-se como ação fundamental no que concerne a um desenvolvimento adequado e sustentável aos lugares, posto que o planejamento urbano mostra-se fundamental ao estimular a formação da identidade, do pertencimento e do fomento à memória dos cidadãos por intermédio da valorização daquilo que foi materializado (ou não) no decorrer do tempo e do espaço. O objetivo desta pesquisa prende-se a analisar como a Lei Complementar Municipal nº 6.929, instituída em 21 de janeiro de 2020, que consolida o Plano Diretor Participativo do Município de Ijuí (Pladip), evoca a seara da preservação do patrimônio em relação ao ordenamento e planejamento da cidade. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de caráter descritivo e de cunho qualitativo, considerando os procedimentos de uma pesquisa documental, revisão bibliográfica e estudo de caso. Ao considerar as três categorias de análise (Política de Desenvolvimento, Programa de Incentivo e Proteção Especial), o Pladip compõe-se por meio de um planejamento urbano adequado instigando a busca de medidas que tragam melhorias na qualidade de vida da população de Ijuí, utilizando, de forma apropriada, ou da melhor maneira possível, o espaço urbano. Fica evidente que a referida normativa esforça-se em orientar a ocupação do território de Ijuí de forma sustentável, promovendo o equilíbrio entre os diversos setores da cidade, buscando garantir a melhoria da qualidade de vida da população, a preservação do meio ambiente, a promoção da justiça social e a eficiência na gestão dos recursos públicos.
Referências
BRASIL. Decreto-Lei nº 25. Novembro de 1937. Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Decreto_no_25_de_30_de_novembro_de_1937.pdf. Acesso em: 18 abr. 2022.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Colaboração Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Livia Céspedes. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 368 p.
BRASIL. Lei n. 10257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da Política Urbana e dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 20 jul. 2022.
CAMARGO, H. L. Patrimônio histórico e cultural. São Paulo: Aleph, 2002.
CANCLINI, N. G. O patrimônio cultural e a construção imaginária do nacional. Revista do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, n. 23, p. 94-115, 1994.
COELHO NETTO, J. T. A construção do sentido na arquitetura. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1999.
DALLABRIDA, V. R. Da cidade inteligente, ao território inovador, rumo à inteligência territorial: aproximações teóricas e prospecções sobre o tema. Revista Desenvolvimento em Questão, Ijuí, RS, v. 18, n. 53, p. 46-71, 2021.
FIGUEIREDO, L. C. Perspectivas de análise geográfica do patrimônio cultural: algumas reflexões. Geografia Ensino & Pesquisa, Santa Maria, RS, v. 17, n. 1, p. 55-70, jan. 2013.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. Trad. Joice Elias Costa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FONSECA, M. C. L. O patrimônio em processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ; Minc-Iphan, 2005.
FUNANI, P. P.; PINSKY, J. Turismo e patrimônio cultural. São Paulo: Editora Contexto, 2001.
GASTAL, S. Alegorias urbanas: o passado como subterfúgio: tempo, espaço e visualidade na pós-modernidade. Campinas, SP: Papirus Editora, 2006.
GIL, A. C. Métodos e técnicas da pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
GONÇALVES, J. R. S. O patrimônio como categoria de pensamento. In: ABREU, R.; CHAGAS, M. (org.). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003. p. 21-29.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2016. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br. Acesso em: 26 jun. 2022.
IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Carta de Bagé: sobre paisagem cultural. Bagé: Iphan, 2007.
LEMOS, Carlos A. C. O que é patrimônio histórico. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. A pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MADRUGA, L. R. da R. G.; GARLET, V.; GRELLMANN, C. P. Turismo e sustentabilidade: inter-relações entre práticas sustentáveis e experiências turísticas memoráveis. Revista Desenvolvimento em Questão, Ijuí, RS, v. 17, n. 48, p. 266-281, 2019.
MAGALHÃES, S. M. F. Educação patrimonial através da compreensão da Arquitetura de museus na cidade de São Paulo. 2006. 168 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, SP, 2006.
MOTTA, L. Patrimônio urbano e memória social: práticas discursivas e seletivas de preservação cultural – 1975 a 1990. 2000. 173 f. Dissertação (Mestrado em Memória Social e Documento) – Centro de Ciências Humanas, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000.
OLIVEIRA, T. D. de; CALLAI, H. C. Compreender a cidade e a arquitetura através da educação patrimonial. Revista Di@logus, Cruz Alta, RS, v. 6, n. 3, p. 141-149, set. 2017.
OLIVEIRA, T. D. de; LOPES, C. E. J. Monumento, monumentalidade, valor e poder: interações com a memória e preservação arquitetônica. METAgraphias: Letra JK de JK de Utopias Políticas Possíveis, v. 3, n. 3, p. 1-17, 2018.
OLIVEIRA, T. D. de. A arquitetura como cenário e a educação como possibilidade: o patrimônio e suas inter-relações com a memória, identidade, pertencimento e cidadania. 2019. 156 f. Tese (Doutorado em Educação nas Ciências) – Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação nas Ciências, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, [S. l.], 2019.
PELEGRINI, S. C. A. Patrimônio cultural: consciência e preservação. São Paulo: Brasiliense, 2009.
PESAVENTO, S. J. História, memória e centralidade urbana. Revista Mosaico – Revista de História, Goiânia, v. 1, n. 1, p. 3-12, mar. 2008.
PICOLLI, I. R. A.; SCHMITT, T.; ALBERTON, A.; RAMÔA, C. E. de A. Práticas para os objetivos de desenvolvimento sustentável: o caso do Bairro da Juventude. Revista Desenvolvimento em Questão, Ijuí, RS, v. 20, n. 58, p. 1-19, 2022.
POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-212, 1992.
PREFEITURA DE IJUÍ. Documentos para informações. 2022.
PREFEITURA DE IJUÍ. Lei Complementar nº 6.929 de janeiro de 2020. Institui o Plano Di-retor Participativo do Município de Ijuí, consolida a legislação urbanística; revoga legislações que menciona, e dá outras providências. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a/rs/i/ijui/lei-complementar/2020/692/6929/lei-complementar-n-6929-2020-institui-o-plano-diretor-participativo-do-municipio-de-ijui-consolida-a-legislacao-urbanistica-revoga-legislacoes-que-menciona-e-da-outras-providencias. Acesso em: 22 abr. 2020.
SÁ, E.; BRITO, I. O planejamento como construção da cidadania. Direito Ambiental, São Paulo, v. 7, n. 2, jul./set. 1997.
SANTOS, R. A. dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 7. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2007.
SCIFONI, S. A construção do patrimônio natural. 2006. 293 f. Tese (Doutorado em Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
STAVIZKI JUNIOR, C.; DEPONTI, C. M. Valorizando os territórios: desenvolvimento regional para além da dicotomia rural e urbana na experiência do município de Santa Cruz do Sul/RS. Revista Desenvolvimento em Questão, Ijuí, RS, v. 19, n. 57, p. 263-277, 2021.
TOLEDO, B. L. de. Preservação de bens culturais. Revista da Biblioteca Mário de Andrade, São Paulo, v.52, 216 p. jan./dez. 1994.
KRIPKA R. M. L.; SCHELLER M.; BONOTTO D. Pesquisa documental: considerações sobre conceitos e características na pesquisa qualitativa. Investigação Qualitativa em Educação. Atas CIAIQ, v. 2, p. 243-247, 2015.
ZAZYKI, M. A. D.; MOURA, G. L. de; KACZAM, F.; SILVA, L. S. C. V. da; CAVALCANTI FILHO, A. Desenvolvimento e direito de propriedade em aglomerações subnormais: uma revisão sistemática de literatura. Revista Desenvolvimento em Questão, Ijuí, RS, v. 20, n. 58, p. 1-20, 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Desenvolvimento em Questão

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao publicar na Revista Desenvolvimento em Questão, os autores concordam com os seguintes termos:
Os trabalhos seguem a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato;
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, inclusive comercial.
Essas permissões são irrevogáveis, desde que respeitados os seguintes termos:
Atribuição — Atribuição — os autores devem ser devidamente creditados, com link para a licença e indicação de eventuais alterações realizadas.
Sem restrições adicionais — não podem ser aplicadas condições legais ou tecnológicas que restrinjam o uso permitido pela licença.
Avisos:
A licença não se aplica a elementos em domínio público ou cobertos por exceções legais.
A licença não garante todos os direitos necessários para usos específicos (ex.: direitos de imagem, privacidade ou morais).
A revista não se responsabiliza pelas opiniões expressas nos artigos, que são de exclusiva responsabilidade dos autores. O Editor, com o apoio do Comitê Editorial, reserva-se o direito de sugerir ou solicitar modificações quando necessário.
Somente serão aceitos artigos científicos originais, com resultados de pesquisas de interesse que não tenham sido publicados nem submetidos simultaneamente a outro periódico com o mesmo objetivo.
A menção a marcas comerciais ou produtos específicos destina-se apenas à identificação, sem qualquer vínculo promocional por parte dos autores ou da revista.
Contrato de Licença (para artigos publicados a partir de 2025): Os autores mantêm os direitos autorais sobre seu artigo, e concedem a Revista Desenvolvimento em Questão o direito de primeira publicação.