As Representações Sociais Sobre a Qualidade do Produto Agroindustrial Elaboradas pelos Produtores da Zona da Mata Mineira
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2022.58.11616Palabras clave:
Qualidade. Produtores de Leite. Teoria das Representações Sociais. Teoria das Convenções.Resumen
Este artigo objetiva analisar as representações sociais que os produtores familiares de leite, organizados em dois tanques comunitários de resfriamento no município de São Miguel do Anta, na Zona da Mata Mineira, elaboram sobre a qualidade do doce de leite resultante do processo agroindustrial na condição de fornecedores nessa cadeia produtiva. Nessa perspectiva, como produto de origem animal, o doce de leite precisa atender a parâmetros legais que assegurem a qualidade, e uma percepção clara dos produtores familiares fornecedores da matéria-prima a respeito desses atributos, que envolvem essa noção de qualidade padronizada, é essencial. O estudo teve natureza qualitativa baseado em observações in loco e entrevistas semiestruturadas realizadas com dez produtores, alicerçado nas abordagens da Teoria das Representações Sociais e da Teoria das Convenções. Os resultados apontam que os produtores de leite constroem socialmente um conjunto de significações que permeiam o conceito de qualidade do doce de leite, a partir das práticas higiênicas estabelecidas ainda na manipulação do leite cru. Atendem, todavia, de maneira parcial a estes parâmetros, em parte por não os entenderem, mas também por se aterem a formas de produzir que não necessariamente levam em consideração tais normas. Nesse sentido, os aspectos normativos influenciam nas percepções sobre a qualidade do doce de leite, bem como alteram as relações sociais, as práticas produtivas e as noções de qualidade tradicionalmente elaboradas pelos produtores sobre os seus próprios produtos, mas não se sobrepõem totalmente às experiências de cada produtor na atividade.
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