Política tributária e poder econômico: A Zona Franca de Manaus e a indústria de refrigerantes
DOI :
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2025.62.16105Mots-clés :
Política fiscal, Poder Econômico, Brasil, Zona Franca de ManausRésumé
A decodificação da política tributária do ponto de vista da Economia Política permite uma compreensão aprofundada das disputas de poder em torno da alocação de recursos públicos. Este estudo contribui para os esforços de compreensão dos mecanismos que o poder empresarial emprega para influenciar arranjos tributários de forma a alcançar benefícios financeiros. De forma concreta, a pesquisa mostra como empresas multinacionais do setor de refrigerantes exploraram a concentração regional setorial para influenciar a decisão do Executivo Federal brasileiro por meio da bancada estadual do Estado do Amazonas no Legislativo Federal. Dessa forma, o objetivo desse estudo é mostrar como o poder econômico consegue influenciar as decisões tributárias em benefício próprio, inclusive aumentando a regressividade do sistema tributário. Nesse sentido, poder econômico é definido pela capacidade de transformar recursos financeiros em influência política, o que pode ocorrer direta ou indiretamente.
Références
APPEL, H. Tax Politics in Eastern Europe. Ann Arbor: University of Michigan Press,2011.
CARRIEDO, A., KOON, A.D., ENCARNACIÓN, L.M. The political economy of sugar-sweetened beverage taxation in Latin America: lessons from Mexico, Chile and Colombia. Global Health v. 17, n. 5, 2021. https://doi.org/10.1186/s12992-020-00656-2
CULPEPPER, Pepper D. Quiet Politics and Business Power. New York: Cambridge University Press, 2011.
FAIRFIELD, T. A. Private Wealth and Public Revenue in Latin America: Business Power and Tax Politics. New York: Cambridge University Press, 2015.
FLETCHER, J. M.; FRISVOLD, D.; TEFFT, N. Can soft drink taxes reduce population weight? Contemporary economic policy, v. 28, n. 1, p. 23-35, 2010.
FLETCHER, J. M.; FRISVOLD, D.; TEFFT, N. The effects of soft drink taxes on child and adolescent consumption and weight outcomes. Journal of Public Economics, v. 94, n. 11-12, p. 967-974, 2010a.
GIL, A.C. Como fazer pesquisa qualitativa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
GILENS, M. Affluence and Influence. Princeton: Princeton University Press, 2012.
HANDLEY, A. Business and the State in Africa. New York: Cambridge University Press, 2008.
HART, A. Death of the Partisan? Globalization and Taxation in South America, 1990-2006. Comparative Political Studies, v. 43, n. 3, 2009.
HUSE, O., REEVE, E., ZAMBRANO, P., BELL C., PEETERS, A., SACKS, G., BACKHOLER, K. Understanding the corporate political activity of the ultra-processed food industry in East Asia: a Philippines case study. Globalization and Health, v. 19, n. 1, 2023.
JACOBSON, M. F.; BROWNELL, K. D. Small taxes on soft drinks and snack foods to promote health. American journal of public health, v. 90, n. 6, p. 854, 2000.
LEVITSKY, S., MURILLO, V. Building Castles in the Sand? The Politics of Institutional Weakness in Argentina. In LEVITSKY, S., MURILLO, V. (eds.), The Politics of Institutional Weakness: Argentine Democracy. University Park: Pennsylvania State University Press, 2005.
LIEBERMAN, E.. Race and Regionalism in the Politics of Taxation in Brazil and South Africa. New York: Cambridge University Press, 2003.
LINDBLOOM, C. E. The Market as Prison. The Journal of Politics, v. 44, n. 2, p.324–336, 1982.
MARIATH, A. B., MARTINS, A. P. B. Década da Ação em Nutrição e tributação de bebidas açucaradas no Brasil: onde estamos?. Cadernos De Saúde Pública, v. 37, n. 7, 2021. https://doi.org/10.1590/0102-311X00157220.
MELO, M.A. Institutional Weakness and the Puzzle of Argentina's Low Taxation. Latin American Politics and Society, v. 49, n.4, 2007.
RODRIK, D. Sense and Nonsense in the Globalization Debate. Foreign Policy, v.107, 1997.
SCHONTAG, J. A. Tributação e incentivos fiscais. 2015. Disponível em: https://fgvprojetos.fgv.br/sites/fgvprojetos.fgv.br/files/shontag_incentivosfiscais_pt.pdf. Acesso em: 5 de junho de 2024.
SLATER, D. Ordering Power: Contentious Politics and Authoritarian Leviathans in Southeast Asia. New York: Cambridge University Press, 2010.
SMITH, M. American Business and Political Power. Chicago: University of Chicago Press, 2000.
SPILLER, P. TOMMASI, M. Las Fuentes lnstitucionales del Desarrollo Argentino. Buenos Aires: Editorial Universidad de Buenos Aires, 2000.
STURM, R., POWELL, L.M., CHRIQUI J.F., CHALOUPKA F.J. Soda taxes, soft drink consumption, and children’s body mass index. Health Affairs, v. 29, n. 5, p. 1052-1058, 2010.
SUFRAMA. Free Zone Model. What is the ZFM Project? Available at: http://www.suframa.gov.br/zfm_o_que_e_o_projeto_zfm.cfm. Acesso em: 26 de setembro de 2019.
SWANK, D. Tax Policy in an Era of Internationalization. International Organization, v. 60, n.4, 2006.
TIMMONS, J. The Fiscal Contract: States, Taxes, and Public Services. World Politics, v. 57, n.4, 2005.
TIMMONS, J. Taxation and Credible Commitment: Left, Right, and Partisan Turnover. Comparative Politics, v. 42, n. 2, 2010.
TROJBICZ, B. Federalism and Governability in Brazil: Oil Royalties in Dispute. Bulletin of Latin American Research, v. 38, n.5, p.607-623, 2019.
WEYLAND, K. Growth with Equity in Chile's New Democracy? Latin American Research Review, v. 32, n. 1, 1997.
WILLIAMS, J., COLLINS, B. The Political Economy of Corporate Taxation. American Journal of Political Science, v.41, 1997.
WINTERS, J. Oligarchy. New York: Cambridge University Press, 2011.
WOOD, B., BAKER, P., SCRINIS, G., McCOY, D., WILLIAMS, O., SACKS, G. Maximising the wealth of few at the expense of the health of many: a public health analysis of market power and corporate wealth and income distribution in the global soft drink market. Globalization and Health, v. 17, p.1-17, 2021.
YIN, R. Case Study Research Design and Methods (5th ed.). Thousand Oaks, CA: Sage, 2014.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© Beni Trojbicz, Ana Claudia Pedrosa de Oliveira 2025

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Ao publicar na Revista Desenvolvimento em Questão, os autores concordam com os seguintes termos:
Os trabalhos seguem a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato;
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, inclusive comercial.
Essas permissões são irrevogáveis, desde que respeitados os seguintes termos:
Atribuição — Atribuição — os autores devem ser devidamente creditados, com link para a licença e indicação de eventuais alterações realizadas.
Sem restrições adicionais — não podem ser aplicadas condições legais ou tecnológicas que restrinjam o uso permitido pela licença.
Avisos:
A licença não se aplica a elementos em domínio público ou cobertos por exceções legais.
A licença não garante todos os direitos necessários para usos específicos (ex.: direitos de imagem, privacidade ou morais).
A revista não se responsabiliza pelas opiniões expressas nos artigos, que são de exclusiva responsabilidade dos autores. O Editor, com o apoio do Comitê Editorial, reserva-se o direito de sugerir ou solicitar modificações quando necessário.
Somente serão aceitos artigos científicos originais, com resultados de pesquisas de interesse que não tenham sido publicados nem submetidos simultaneamente a outro periódico com o mesmo objetivo.
A menção a marcas comerciais ou produtos específicos destina-se apenas à identificação, sem qualquer vínculo promocional por parte dos autores ou da revista.
Contrato de Licença (para artigos publicados a partir de 2025): Os autores mantêm os direitos autorais sobre seu artigo, e concedem a Revista Desenvolvimento em Questão o direito de primeira publicação.