Festas e feiras de sementes crioulas: construção de práxis de resistência frente a agricultura convencional
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2024.61.16027Palavras-chave:
Feira de Sementes Crioulas, Pluriverso, Pesquisa Observação ParticipativaResumo
As Festas e Feiras de Sementes Crioulas têm se multiplicado no Estado do Paraná, as quais são espaços de troca de saberes, articulação política e de ações voltadas para preservação, multiplicação e produção de sementes crioulas e o fortalecimento da agroecologia e da agrobiodiversidade. Entre os anos de 2020 a 2024, no Paraná, ocorreram 11 Festas e Feiras de Sementes Crioulas, que não se configuraram somente como festas ou eventos culturais, mas também como arena de práxis territoriais e espaços dinâmicos de intensas movimentações políticas, discursivas e contestatórias contra o modelo de agricultura convencional. O objetivo da investigação é entender como as feiras de sementes crioulas se constituem como espaços de resistência e transformação, destacando a centralidade da semente crioula e a agroecologia. A pesquisa utilizou Observação Participante e a História Oral, focando na visão dos sujeitos sobre a importância das feiras e suas visões de mundo, a partir de suas memórias e narrativas. As sementes crioulas guardadas, repassadas, trocadas e cultivadas visam ao fortalecimento da agroecologia em um movimento reterritorializador pela semente dentro dos espaços das feiras. Ao mesmo tempo, transcendem a eles, são resistências a um modelo de agricultura que utiliza sementes transgênicas e que desconsidera as diversidades, heterogeneidades e pluridiversidades. O espaço vivido está no cotidiano e na construção coletiva, é nesse agir que está a resistência. As Festas Feiras de Sementes Crioulas realizadas dentro das comunidades tradicionais possuem uma relevância diferenciada. As promovidas fora desses territórios possuem como foco o diálogo, a partilha, a comercialização e trocas de sementes.
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