Neoliberalismo e ensino jurídico: Algumas reflexões sobre a educação enquanto força motriz para um (re)ascender democrático

Autores

  • Vinícius Wildner Zambiasi Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito https://orcid.org/0000-0003-0019-0476
  • José Francisco Dias da Costa Lyra Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito https://orcid.org/0000-0003-1952-3365

DOI:

https://doi.org/10.21527/2317-5389.2024.24.16080

Palavras-chave:

Direitos sociais, Direito à Educação, Neoliberalismo, Precarização do ensino

Resumo

O presente ensaio aborda os impactos da razão de mundo neoliberal na sociedade e na democracia brasileira, bem como o papel que o ensino jurídico pode desempenhar tanto na emancipação do indivíduo, quanto para frear os intentos autoritários que circundam o Estado brasileiro e, consequentemente, trabalhar como força motriz do (re)ascender democrático. Para tanto, são investigadas as origens, características e consequências do neoliberalismo, seguida pela discussão acerca dos aspectos hodiernos da tendente precarização da educação jurídica. Ao final, conclui-se que somente um ensino jurídico crítico, humanista e plural, calcado no tripé de ensino, pesquisa e extensão, é que pode ser amplamente útil para a sociedade, na medida em que além de contemplar o direito fundamental à educação e, consequentemente, sustentar na formação do sujeito-cidadão, coletivo e comunitário, pode, ainda, auxiliar a solução dos problemas oriundos do não cumprimento das promessas da democracia, há tanto tempo já apontadas por Norberto Bobbio.

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Publicado

2024-11-07

Como Citar

Zambiasi, V. W., & Lyra, J. F. D. da C. . (2024). Neoliberalismo e ensino jurídico: Algumas reflexões sobre a educação enquanto força motriz para um (re)ascender democrático. Revista Direitos Humanos E Democracia, 12(24), e16080. https://doi.org/10.21527/2317-5389.2024.24.16080

Edição

Seção

DIREITOS HUMANOS, NEOLIBERALISMO E VULNERABILIDADES