Análise de prescrições de uma Unidade Básica de Saúde na perspectiva da segurança do paciente
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2023.47.12147Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Assistência Farmacêutica, Prescrições de Medicamentos, Segurança do PacienteResumo
Este estudo teve como objetivo analisar prescrições de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) sob a ótica da segurança do paciente. A pesquisa correspondeu a um estudo transversal envolvendo análise de prescrições, realizado em uma UBS do Distrito Federal. A amostra analisada foi proveniente de prescrições arquivadas pela farmácia, no período de fevereiro a julho de 2019. Foi realizado cálculo amostral partindo da média local de demanda de atendimento, resultando em 431 prescrições a serem analisadas. A maioria das prescrições foi feita a mulheres (69,6%). A média de idade dos pacientes cujas prescrições foram analisadas foi de 49 anos (± 21), com maior prevalência de adultos jovens na faixa etária de 20 a 59 anos (53,4%). A maior parte das prescrições foi elaborada por médicos (87,7%), de forma manual (78,9%) e com origem no serviço público (96,7%). Dos 1.208 medicamentos prescritos, 191 (15,8%) estavam previstos na lista de Medicamentos Potencialmente Perigosos (MPP), utilizada como base neste estudo ou eram medicamentos considerados de alto risco. Foram evidenciadas 147 Interações Medicamentosas Potenciais (IMP), das quais quase 30% apresentavam severidade importante. As análises contribuíram para identificar que há falhas na forma como as prescrições são feitas, o que pode acarretar consequências que prejudiquem a segurança do paciente. Além disso, ressalta a importância da análise do ponto de vista clínico e assistencial. Ademais, confirma que o farmacêutico é indispensável para garantir o acesso e a segurança do usuário no que se refere ao uso de medicamentos.
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