Análise do consumo de medicamentos psicotrópicos em Unidades Básicas de Saúde
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2023.47.13272Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, psicotrópicos, Uso racional de medicamentosResumo
A prescrição e a utilização de medicamentos psicotrópicos na atenção primária à saúde vêm crescendo com o passar dos anos. O presente estudo teve como objetivo analisar o uso dos psicofármacos em duas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) localizadas em Ceilândia-DF. Foi realizada uma pesquisa documental retrospectiva, analisando os registros de dispensação de duas Unidades Básicas de Saúde contidos no banco de dados BI-Horus (Bussiness Inteligence) do ano de 2019 e 2020. Os resultados mostraram um aumento de 45% na prescrição de psicotrópicos na UBS 6 de Ceilândia e uma queda de 17% na UBS 8. A maior parte dos usuários de psicofármacos eram adultos entre 18 e 59 anos com prevalência do sexo feminino. Os psicofármacos mais dispensados foram fluoxetina, amitriptilina e carbamazepina, respectivamente. O ácido valproico 500mg corresponde a mais de 25% do gasto total com psicotrópicos nas duas unidades. A maioria das prescrições atendidas não foi feita por neurologistas ou psiquiatras. Ressalta-se a importância da farmacoepidemiologia, principalmente dos Estudos de Utilização dos Medicamentos (EUM), posto que por meio desse conhecimento é possível organizar ações preventivas e de uso racional de psicotrópicos.
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a política nacional de atenção básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da atenção básica, no âmbito do sistema único de saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília,2017. [Acesso em: 17 jul. 2018]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos . Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990. Brasília, v. 128, n. 182, 20 set. 1990. p.18055-18059
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – Rename. [recurso eletrônico]. Brasília, 2020. [Acesso em: 19 jul. 2021]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_medicamentos_rename_2020.pdf
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Resolução da Diretoria Colegiada – RDC Nº 581, de 2 de dezembro de 2021.Dispõe sobre a atualização do Anexo I (Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial) da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998. Brasília, 2021. [Acesso em: 3 jan. 2022]. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-581-de-2-de-dezembro-de-2021-365437134
Quemel GKC, Da Silva EP, Conceição WR, Gomes MF, Rivera JGB. Revisão integrativa da literatura sobre o aumento no consumo de psicotrópicos em transtornos mentais como a depressão. Brazilian Applied Science Review. 2018;5(3):1.384-1.403.
Rodrigues PS et al. Uso e fontes de obtenção de psicotrópicos em adultos e idosos brasileiros. Ciência e Saúde Coletiva. 2020;25(11):4.601-4.614.
Oliveira JRF et al. Descrição no consumo de psicofármacos na atenção primaria à saúde de Ribeirão Preto, SP, Brasil. Cadernos de Saúde Pública.2021;37(1)10-12.
Prado MAMB, Francisco PMSB, Barros MBA. Uso de medicamentos psicotrópicos em adultos e idosos residentes em Campinas, São Paulo: um estudo transversal de base populacional. Epidemiol. Serv. Saúde. 2017;26(4):747-758.
Barberato LC, Scherer MDA, Lacourt RMC. O farmacêutico na atenção primária no Brasil: uma inserção em construção. Ciência & Saúde Coletiva. 2019;24(10):3.717-3.726.
Melo DO, Castro LLC. A contribuição do farmacêutico para a promoção do acesso e uso racional de medicamentos essenciais no SUS. Ciênc. Saúde Coletiva. 2017; 22(1):235-44.
Moura DCN et al. Uso abusivo de psicotrópicos pela demanda da estratégia saúde da família: revisão integrativa da literatura. Sanare, Sobral, 2016;15(2):136-144.
Melo RC, Pauferro MRV. Educação em saúde para a promoção do uso racional de medicamentos e as contribuições do farmacêutico neste contexto. Brazilian Journal of Development. 2020;6(5):32.162-32.173.
Distrito Federal. CODEPLAN. Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) 2018 – Ceilândia. Brasília; 2019. [Acesso em: 15 ago. 2021]. Disponível em: https://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2020/06/Ceil%C3%A2ndia.pdf
Cobo, B, Cruz, C, & Dick, P. Desigualdades de gênero e raciais no acesso e uso dos serviços de atenção primária à saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva. 2021;26:4.021-4.032. DOI: 10.1590/1413-81232021269.05732021
American Geriatrics Society 2019 Updated AGS Beers criteria for potentially inappropriate medication use in older adults. J Am Geriatr Soc. 2019;67(4):674-694.
Neto DC et al. O Uso Off Label de psicotrópicos no tratamento da obesidade. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. 2017;1(16):308-320.
Amytril [Bula]. Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. São Paulo. 2020 [Acesso em: 19 ago. 2021]. Disponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/medicamentos/25351126499200718/?substancia=2422
Saldiva PHN, Veras M. Gastos públicos com saúde: breve histórico, situação atual e perspectivas futuras. Estudos Avançados. 2018; 32(92):47-61.
Vieira FS. Evolução do gasto com medicamentos do Sistema Único de Saúde no período 2010 a 2016. Texto para Discussão. Brasília; Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada,; 2018. 46 p.
Granda AS. Estudos de farmacoeconomia. Panorama Atual de Medicamentos 2006;(292):320-325.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Contexto & Saúde
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista Contexto & Saúde concordam com os seguintes termos:
a) A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação na Revista Contexto e Saúde do(s) artigo(s) aceitos para publicação à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da revista e suas bases de dados de indexação e repositórios, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Isto significa que, ao procederem a submissão do(s) artigo(s) à Revista Contexto e Saúde e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, os autores têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
b). Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
c). Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d). Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).