Desfechos maternos associados às intervenções no trabalho de parto de nulíparas de baixo risco
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2024.48.13932Palavras-chave:
Saúde Materna, Obstetrícia, Enfermagem Obstétrica, Trabalho de Parto, Assistência ao Parto, Parto HumanizadoResumo
Este estudo objetivou analisar os desfechos maternos associados às intervenções realizadas durante o trabalho de parto de nulíparas de baixo risco. Trata-se de um estudo transversal, com 534 parturientes nulíparas. Foram utilizados modelos de regressão Gamma e regressão logística, para o nível de significância p<0,05. O uso do partograma, venóclise, métodos não farmacológicos para alívio da dor, analgesia neuroaxial e manobra de valsalva estão associados à redução do tempo do período expulsivo. A cardiotocografia na admissão (OR=0,20), ocitocina (OR=0,22) e jejum (OR=0,15) durante o trabalho de parto diminuíram as chances de parto vaginal, enquanto que partograma (OR=11,00) e métodos não farmacológicos para alívio da dor no parto aumentaram as chances (OR=2,12). O estudo não revelou associação entre as intervenções e o grau de laceração perineal. O uso de ocitocina (OR=3,04), a realização da manobra de Kristeller (OR=9,03) demonstraram aumentar as chances de intercorrências após o parto, com prevalência para a hemorragia pós-parto. Conclui-se que as intervenções durante o trabalho de parto de nulíparas devem ser individualizadas e minimizadas, de modo a serem realizadas para obtenção de desfechos favoráveis às parturientes e seus conceptos.
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