Bolsa Família e (in)segurança alimentar em município mineiro: Estudo com crianças até sete anos
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2023.47.13963Palavras-chave:
Política Pública de Saúde, Anemia, Segurança Alimentar e Nutricional, Programas e Políticas de Alimentação e NutriçãoResumo
O Programa Bolsa Família tem sido objeto de estudos que mostram o impacto na redução da extrema pobreza e na redução da insegurança alimentar e nutricional (IAN). Objetivo: investigar a prevalência de IAN e fatores associados entre famílias com crianças menores de sete anos participantes do Programa Bolsa Família, residentes em um município do sul do estado de Minas Gerais. Métodos: Estudo transversal quantitativo realizado com 145 famílias e 206 crianças menores de sete anos. Resultados: A prevalência de IAN foi de 77,9% e de insegurança grave de 15,9%. A associação entre INF e renda familiar (p = 0,024), alimentação após o benefício (p = 0,006), consumo de feijão (p = 0,016) e salgadinhos (p = 0,006) foi encontrada entre crianças de dois anos. a sete anos. Além disso, a anemia ferropriva foi associada à introdução de biscoito recheado (p = 0,023), salgadinho de pacote (p = 0,044) e queijo petit suisse (p = 0,014) antes dos dois anos. Conclusão: Espera-se, portanto, que esta pesquisa contribua para a geração de evidências científicas que serão utilizadas na tomada de decisão para melhorar a eficiência da gestão por meio da redefinição de prioridades e qualificação dos profissionais envolvidos no programa.
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