Principais causas de morte em crianças e adolescentes no Brasil: Análise de 2011 a 2020
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2024.49.14647Palavras-chave:
Criança, Adolescente, Morte, EnfermagemResumo
A infância e adolescência são etapas singulares no desenvolvimento humano. Todavia, muitas crianças e adolescentes estão expostas a riscos de morbimortalidade, o que leva a óbitos precoces. O presente estudo objetiva analisar as principais causas de morte em crianças e adolescentes, de 1 a 19 anos, no Brasil, notificados entre os anos de 2011 e 2020. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, realizado a partir dos dados secundários obtidos na plataforma DataSUS. Utilizou-se o recorte temporal de 2011 a 2020, com abrangência geográfica de todas as regiões do Brasil estratificadas por faixa etária, sexo e causas de óbitos. Os dados foram submetidos à análise estatística simples através do Excel. As quatro faixas etárias analisadas apresentaram as “causas externas” e “neoplasias” como as principais causas de óbitos. Além disso, o sexo masculino é predominante nos óbitos de todas as faixas etárias, com ênfase na adolescência. Desse modo, salienta-se que os índices de mortalidade de crianças e adolescentes podem ser reduzidos. Nesta perspectiva, pontua-se a importância do desenvolvimento de políticas públicas acerca da prevenção de doenças, promoção de saúde, acesso aos serviços de saúde, redução de desigualdades sociais e segurança pública.
Referências
World Health Organization. WHO. Child and adolescente health and development: progress report 2009: highlights. France: 2010. Disponível em: https://apps.who.int/iris/ handle/10665/44314
Lima MM, Favacho ARM, Souza-Santos R, Gama SGN. Características e tendência temporal das taxas de mortalidade de crianças e adolescentes em Mato Grosso e no Brasil, 2009 a 2020. Epidemiol Serv Saúde. 2022;31(3):e2022491. doi: https://doi.org/10.1590/S2237-96222022000300017
Fundo das Nações Unidas para a Infância. UNICEF. Mortalidade Materna e na Infância - Mulheres e crianças estão sobrevivendo cada vez mais. Unicef: 2019. Disponível em: https://uni.cf/3u6Jq6b.
Alexandre MG, Rocha CMF, Carvalho PRA. Vigilância e evitabilidade do óbito infantil numa capital do extremo sul do Brasil. Rev. Cont. Saúde. 2022; 22(46):e13346. doi: https://doi.org/10.21527/2176-7114.2022.46.13346
Masquelier B, Hug L, Sharrow D, You D, Hogan D, Hill K, et al. Global, regional, and national mortality trends in older children and young adolescents (5-14 years) from 1990 to 2016: an analysis of empirical data. Lancet Glob Health. 2018; 6(10): e1087-e1099. doi:10.1016/s2214-109x(18)30353-x
Malta DC, Duarte EC, Almeida MF, Dias MAS, Neto OLM, Moura L, et al. Lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. 2007; 16(4): 233-244. doi: http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742007000400002.
Marinho CSR, Flor TBM, Pinheiro JMF, Ferreira MAF. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: impacto de ações assistenciais e mudanças socioeconômicas e sanitárias na mortalidade de crianças. Cadernos de Saúde Pública. 2020; 36(10): e00191219. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00191219
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde-DATASUS. Brasília: 2022. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet
França EB, Lansky S, Rego MAS, Malta DC, França JS, Teixeira R, et al. Principais causas da mortalidade na infância no Brasil, em 1990 e 2015: estimativas do estudo de Carga Global de Doença. Rev Bras Epidemiol. 2017; 20(supl 1):46-60. doi: 10.1590/1980-5497201700050005
United Nations. Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development. New York: 2015. Disponível em: https://sustainabledevelopment. un.org/post2015/transformingourworld
GBD 2017 Mortality Collaborators. Global, regional, and national age-sex-specific mortality and life expectancy, 1950-2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. Lancet. 2018; 392(10159): 51. doi: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31891-9
Conselho Nacional de Saúde. RESOLUÇÃO Nº 510, DE 07 DE ABRIL DE 2016. Brasília: 2016. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf
Ministério da Saúde. Institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Portaria Nº 1.130, de 5 de agosto de 2015. Brasília: 2015. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2015/prt1130_05_08_2015.html
Fernandes ABA, Sousa ILP, Santi, JG, Andreoni MS, Nogueira PLB. (2020). Ocorrência de óbitos de causa violenta em menores de 18 anos, na cidade de Cuiabá, entre os anos de 2015 e 2016. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde. 2020; 22(4):130-136. doi: https://doi.org/10.47456/rbps.v22i4.24116
Liu L, Villavicencio F, Yeung D, Perin J, Lopez G, Strong KL, Black RE. National, regional, and global causes of mortality in 5-19-year-olds from 2000 to 2019: a systematic analysis. Lancet Glob Health. 2022;10(3):e337-e347. doi: 10.1016/S2214-109X(21)00566-0.
Soares LDS, Mendonça ABL, Arrighi BB, Amorim GC, Nunes GV, Moreira NA et al. Distúrbios respiratórios em pacientes pediátricos de 0 até 5 anos em Unidades de Saúde de Rio Verde-GO. Brazilian Journal of Development. 2020; 6(11), 90708-90727. doi: https://doi.org/10.34117/bjdv6n11-471
Filbin M, Monje M. Developmental origins and emerging therapeutic opportunities for childhood cancer. Nat Med. 2019;25(3):367-376. doi: 10.1038/s41591-019-0383-9
Borrescio-Higa F, Valdés N. The Psychosocial Burden of Families with Childhood Blood Cancer. Int J Environ Res Public Health. 2022; 19(1):599. doi: 10.3390/ijerph19010599.
Wu Y, Deng Y, Wei B, Xiang D, Hu J, Zhao P, et al. Global, regional, and national childhood cancer burden, 1990-2019: An analysis based on the Global Burden of Disease Study 2019. J Adv Res. 2022;40:233-247. doi: 10.1016/j.jare.2022.06.001.
Malvezzi M, Santucci C, Alicandro G, Carioli G, Boffetta P, Ribeiro KB, et al. Childhood cancer mortality trends in the Americas and Australasia: An update to 2017. Cancer. 2021;127(18):3445-3456. doi: 10.1002/cncr.33642.
Souza RLA, Mutti CF, Santos RP, Oliveira DC, Okido ACC, Jantsch LB, et al. Hospitalization perceived by children and adolescents undergoing cancer treatment. Revista Gaúcha de Enfermagem. 2021; 42: e20200122. doi: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2021.20200122.
Guimarães ALS, Barbosa CC, Oliveira CMD, Maia LTDS, Bonfim CVD. Relationship of databases of live births and infant deaths for analysis of congenital malformations. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2020; 19(4): 917-924. doi: https://doi.org/10.1590/1806-93042019000400010
GBD 2019 Diseases and Injuries Collaborators. Global burden of 369 diseases and injuries in 204 countries and territories, 1990-2019: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2019. Lancet 2020; 396(10258):1204-1222. doi: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30925-9
Moura NA, Monteiro ARM, Freitas RJM. Adolescents using (il)licit drugs and acts of violence. Revista de Enfermagem da UFPE. 2016; 10(5): 1685-1693. doi: https://doi.org/105205.9003 -78704-1-SM.1005201614
Ribeiro NAA, Cunha IP, Gondinho BVC, Cavalcante DFB, Soares TT, Pereira AC. Mortalidade na infância por causas evitáveis à atenção básica em saúde: um estudo ecológico. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde. 2022;24(1):87-102. doi: https://doi.org/10.47456/rbps.v24i1.32771
Boschi-Pinto C, Curvello HG da R, Fonseca SC, Kale PL, Kawa H, Guimarães JCC. De que morrem as crianças de 5 a 14 anos no estado do Rio de Janeiro? Análise do período 2000-2019. Ciênc saúde coletiva. 2023; 28(2):473–85. doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232023282.11672022
HUOTX, R. Métodos quantitativos para as ciências humanas. Lisboa: Instituto Piaget, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Contexto & Saúde
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista Contexto & Saúde concordam com os seguintes termos:
a) A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação na Revista Contexto e Saúde do(s) artigo(s) aceitos para publicação à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da revista e suas bases de dados de indexação e repositórios, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Isto significa que, ao procederem a submissão do(s) artigo(s) à Revista Contexto e Saúde e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, os autores têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
b). Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
c). Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d). Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).