Impacto da pandemia pela covid-19 em internações de mulheres com endometriose: Estudo ecológico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.14849

Palavras-chave:

Endometriose, Coronavírus, Pandemia, Hospital, Enfermagem

Resumo

Objetivo: analisar os impactos da pandemia pela covid-19 em internações de mulheres com endometriose no Brasil. Método: trata-se de um estudo epidemiológico ecológico, de caráter retrospectivo, com base documental e abordagem quantitativa, seguiu as recomendações do STROBE. Os dados das internações hospitalares por endometriose foram coletados por meio do sistema de informações hospitalares na base do DATASUS, entre o período de 2018 e 2021. Resultados: em 2018 e 2019 houve 12.406 e 11.989 internações de mulheres com endometriose. Nos anos de 2020 e 2021 houve 7.202 e 7.759 internações, apresentando uma queda de cerca de 40%, em relação aos anos anteriores. A faixa etária prevalente foi entre 40 e 49 anos (42%) e quanto a raça/cor, em 2018 e 2019 foi a raça branca e em 2020 e 2021 a raça parda. Quanto à região de residência, ocorreram mais na região sudeste (43%), assim como os estados de São Paulo (18%) e Minas Gerais (16%). Com relação ao caráter do atendimento, a maior parte foi eletiva. Conclusão: evidenciou-se que a pandemia impactou nas internações hospitalares de mulheres com endometriose, que se apresentaram com perfil de cor/raça branca, faixa etária entre 40 a 49 anos, vivendo na região sudeste do país, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Referências

1. Organização Mundial da Saúde. Organização Pan Americanas da Saúde. OMS afirma que covid-19 é agora caracterizada como pandemia. 2020. Disponível em: https://www.paho.org/pt/news/11-3-2020-who-characterizes-covid-19-pandemic

2. Yela DA, Trigo L, Benetti-Pinto CL. Evaluation of Cases of Abdominal Wall Endometriosis at Universidade Estadual de Campinas in a period of 10 Years. Rev Bras Ginecol Obstet [Internet]. 2017Aug;39(8):403–7. Available from: https://doi.org/10.1055/s-0037-1603965

3. Guedes HHG, Bezerra AMF, Silva EM, et al. Hospitalizações por endometriose no brasil (2010-2019): estudo ecológico. Temas em saúde [Internet]. 2021. 21(6), e:97-111. DOI: 10.29327/213319.21.6-5

4. Ball E, Khan KS. Recent advances in understanding and managing chronic pelvic pain in women with special consideration to endometriosis. F1000Res. 2020;9:F1000 Faculty Rev-83. Published 2020 Feb 4. doi:10.12688/f1000research.20750.1

5. Warren, LA, Shih, A, Renteira, SM, et al. Analysis of menstrual effluent: diagnostic potential for endometriosis. Mol Med 24, 1 (2018). https://doi.org/10.1186/s10020-018-0009-6

6. Rolla E. Endometriosis: advances and controversies in classification, pathogenesis, diagnosis, and treatment. F1000Res. 2019;8:F1000 Faculty Rev-529. Published 2019 Apr 23. doi:10.12688/f1000research.14817.1

7. Anastasiu CV, Moga MA, Elena Neculau A, et al. Biomarkers for the Noninvasive Diagnosis of Endometriosis: State of the Art and Future Perspectives. Int J Mol Sci. 2020;21(5):1750. Published 2020 Mar 4. doi:10.3390/ijms21051750

8. Agarwal SK, Chapron C, Giudice LC, et al. Clinical diagnosis of endometriosis: a call to action. Am J Obstet Gynecol. 2019;220(4):354.e1-354.e12. doi:10.1016/j.ajog.2018.12.039

9. Burghaus S, Beckmann MW. Endometriose – gynäkologische Diagnostik und Therapie : Was sollten Schmerzmediziner*innen wissen? [Endometriosis: gynecological diagnosis and treatment : What should pain management specialists know?]. Schmerz. 2021;35(3):172-178. doi:10.1007/s00482-021-00541-w

10. Keilmann L, Beyer S, Meister S, et al. Trends among patients with endometriosis over a 7-year period and the impact of the COVID-19 pandemic: experience from an academic high-level endometriosis centre in Germany. Arch Gynecol Obstet. 2023;307(1):129-137. doi:10.1007/s00404-022-06730-x

11. Schwab R, Anić K, Stewen K, Schmidt MW, Kalb SR, et al. Pain experience and social support of endometriosis patients during the COVID-19 pandemic in Germany – results of a web-based cross-sectional survey. PLOS ONE. 2021;16(8):e0256433. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0256433

12. Ammar A, Mueller P, Trabelsi K, Chtourou H, Boukhris O, et al. Psychological consequences of COVID-19 home confinement: The ECLB-COVID19 multicenter study. PLOS ONE. 2020;15(11): e0240204. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0240204

13. CID 10. Brasília: DATASUS. c2021. Available from: http://datasus1.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos/cadastros-nacionais/cid-10

14. Von elm E, Altman DG, Egger M, et al. The Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) Statement: guidelines for reporting observational studies. Ann Intern Med. 2007;147(8):573-577. DOI: 10.1016/j.jclinepi.2007.11.008

15. Kabani Z, Ramos-Nino ME, Ramdass PVAK. Endometriosis and COVID-19: A Systematic Review and Meta-Analysis. Int J Mol Sci. 2022;23(21):12951. Published 2022 Oct 26. doi:10.3390/ijms232112951

16. Leonardi M, Horne AW, Vincent K, et al. Self-management strategies to consider to combat endometriosis symptoms during the COVID-19 pandemic. Hum Reprod Open. 2020;2020(2):hoaa028. Published 2020 Jun 1. doi:10.1093/hropen/hoaa028

17. Eisenberg VH, Weil C, Chodick G, Shalev V. Epidemiology of endometriosis: a large population-based database study from a healthcare provider with 2 million members. BJOG. 2018;125(1):55-62. doi:10.1111/1471-0528.14711

18. Marfil AA, Castillo EB, García RM, et al. Epidemiology of Endometriosis in Spain and Its Autonomous Communities: A Large, Nationwide Study. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(15):7861. Published 2021 Jul 25. doi:10.3390/ijerph18157861

19. Rowlands IJ, Abbott JA, Montgomery GW, Hockey R, Rogers P, Mishra GD. Prevalence and incidence of endometriosis in Australian women: a data linkage cohort study. BJOG. 2021;128(4):657-665. doi:10.1111/1471-0528.16447

20. Salomé DGM, Braga ACBP, Moreira TL, Aparecido OC. Endometriose: epidemiologia nacional dos últimos 5 anos. R. Saúde [Internet]. 9º de dezembro de 2020 [citado 14º de junho de 2023];11(2):39-43. Disponível em: http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RS/article/view/2427

21. Santos KFA, Cunha ER, Mendes LEB, Ribeiro AA. Estudo epidemiológico da endometriose no Estado do Maranhão. Research, Society and Development. 2022. 11(15), e:137111537163. DOI:10.33448/rsd-v11i15.37163

22. Silva EHO da, Silva RS da, Teixeira FFN, Pessoa DL, Reis PF, Sousa RSR, Silva GFM da, Pessoa PL. Analysis of the Epidemiological profile of patients with endometriosis in the State of Amazonas from 2016 to 2020. Braz. J. Hea. Rev. [Internet]. 2021 Aug. 29 [cited 2023 Jun. 14];4(4):18318-2. Available from: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/35161

23. Wen X, Xiong Y, Qu X, et al. The risk of endometriosis after exposure to endocrine-disrupting chemicals: a meta-analysis of 30 epidemiology studies. Gynecol Endocrinol. 2019;35(8):645-650. doi:10.1080/09513590.2019.1590546

24. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diretoria de pesquisas, Coordenação de pesquisas por amostra de domicílios. Pesquisa Nacional por amostra de domicílios contínua 2012/2022.

25. Scheffer, M. et al., Demografia Médica no Brasil 2020. São Paulo, SP: FMUSP, CFM, 2020. 312 p. ISBN. Disponível em: https://www.fm.usp.br/fmusp/conteudo/DemografiaMedica2020_9DEZ.pdf

Publicado

2025-02-17

Como Citar

Oliveira, H. G. dos S., dos Santos, A. A. P., de Farias, K. F., Silva, J. dos S. B., Tavares, N. V. da S., & Cavalcante , K. O. R. (2025). Impacto da pandemia pela covid-19 em internações de mulheres com endometriose: Estudo ecológico. Revista Contexto & Saúde, 25(50), e14849. https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.14849

Edição

Seção

Artigo Original