Tratamento de hipertensão arterial e diabetes mellitus em idosos na atenção primária: Contribuição para polimedicação e uso de medicamentos e interações inapropriados
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.15014Palavras-chave:
Hipertensão, Diabetes mellitus, Lista de Medicamentos Potencialmente Inapropriados, Polimedicação, Atenção Primária à SaúdeResumo
Estudo transversal com análise de prescrições médicas de idosos em tratamento de hipertensão arterial ou diabetes mellitus, atendidos em uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal, visando identificar polimedicação, medicamentos potencialmente inapropriados (MPI), interações medicamentosas potenciais (IMP) e frequência de medicamentos de uso contínuo segundo indicação clínica. Dentre 1245 prescrições analisadas, 73,7% apresentavam polifarmácia, 95,6% continham no mínimo um anti-hipertensivo e 63,1% apresentavam algum antidiabético. Em 301 (24,2%) foi identificado algum MPI ou IMP. O MPI mais frequente foi a insulina, presente em 13,7% (n=301; 56,5%). A IMP mais frequente foi entre medicamentos bloqueadores dos receptores da angiotensina II e aqueles diuréticos poupadores de potássio, presente em 4,5% (n=301; 18,6%) das prescrições. A polifarmácia foi prevalente, principalmente entre pacientes de sexo feminino. O MPI mais frequente apresenta risco aumentado de causar hipoglicemia em idosos, enquanto a IMP mais identificada aumenta o risco de hipercalemia e dano renal. É necessário divulgar e promover a adesão aos protocolos clínicos e às linhas de cuidado para controle de doenças crônicas e às listas de MPI e IMP para idosos.
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