Design de serviço para o acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes psiquiátricos atendidos em um ambulatório público: Estudo de implementação
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2024.49.15036Palavras-chave:
Cuidado farmacêutico, Saúde Mental, Design centrado no usuário, Sistema Único de SaúdeResumo
Objetivo. Relatar a experiência de implementação de um serviço de monitoramento farmacoterapêutico em uma clínica psiquiátrica ambulatorial pública. Métodos. Este é um estudo de implementação utilizando o modelo de design thinking, desenvolvido nas etapas de mapeamento, criação e implementação, adaptado de Stickdorn e Schneider. Resultados. As necessidades dos pacientes foram mapeadas e as limitações para a implementação foram avaliadas. Foram identificadas necessidades de revisão da terapia medicamentosa, consultas mais frequentes, monitoramento de sintomas e controle. Na fase de criação, o modelo de prática foi conceituado e estruturado, incluindo avaliação antropométrica, triagem para sintomas de ansiedade e depressão e a integração de serviços de telemonitoramento. Durante a implementação, o modelo foi testado com 20 pacientes, resultando em 114 consultas, sendo 67,5% realizadas remotamente e 32,5% presencialmente. Os pacientes foram triados para hipertensão (25%), diabetes (10%), depressão (70%) e ansiedade (60%). Foram identificados um total de 176 problemas relacionados a medicamentos (PRM) e 612 intervenções farmacêuticas (IF), sendo o aconselhamento em saúde (43,5%) e as recomendações de monitoramento (19,1%) as mais frequentes. A aceitação médica para ajustes na terapia ocorreu em 41% dos casos, e a taxa de absenteísmo foi de 38,4%. Conclusão. Apesar dos desafios de implementação, o design do serviço mostrou-se relevante para configurar e padronizar o processo de estruturação, e o monitoramento farmacoterapêutico se mostrou importante para integrar o cuidado ao paciente em ambientes de saúde pública.
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