Plantas medicinais frente a doenças infecciosas: Percepção do uso por universitários da área de saúde
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.15086Palavras-chave:
Saúde Pública, Medicina Tradicional, Doenças Transmissíveis, Políticas Públicas, Tratamento AdjuvanteResumo
As plantas são utilizadas há anos como forma de restabelecer e reforçar a saúde. Embora o uso de plantas medicinais seja comum, os profissionais de saúde, possuem conhecimento limitado sobre esta temática, podendo comprometer o acolhimento de pacientes que optam por essa terapêutica. Este estudo adotou um desenho observacional transversal com objetivo de analisar a percepção dos acadêmicos da área da saúde referente ao uso de plantas medicinais frente a doenças infecciosas. Foi preenchido um questionário epidemiológico, enviado para o e-mail institucional dos acadêmicos via formulário Google, contendo variáveis relacionadas a plantas medicinais x doenças infecciosas por universitários da área da saúde (farmácia, enfermagem, estética e cosmética, nutrição, odontologia, medicina, medicina veterinária, fisioterapia e psicologia) de uma Universidade Privada localizada na região noroeste do estado do Paraná, Brasil. Após preenchido, os resultados obtidos foram descritos e submetidos à análise estatística por meio de Teste Qui-Quadrado (ҳ²) com Exato de Fisher. Os resultados demonstraram que a maioria dos discentes participantes tinham entre 18 e 25 anos (77,35%), composta principalmente pelo gênero feminino (71,07%), independente da área avaliada. Os acadêmicos demonstraram conhecer e utilizar plantas medicinais, como camomila, erva-cidreira, hortelã, gengibre, guaco, alho e açafrão, entretanto este conhecimento não está atrelado ao adquirido durante a graduação, igualando-se aos saberes populares. Deste modo sugere-se a inclusão desta temática no currículo pedagógico dos cursos em, no mínimo, disciplinas eletivas, alinhando-se às diretrizes da Política Nacional de Praticas Integrativas e Complementares e da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que apesar de estarem em vigor desde 2006, ainda enfrentam dificuldades na inserção curricular devido a entraves burocráticos.
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