Gestão social como contraposição à gestão estratégica
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2023.59.13015Resumen
Gestão social, alguns contra outros a favor e aqueles por conhecer. Foi justamente a partir desses antagonismos do significado de gestão social que os autores decidiram escrever este texto, partindo da contraposição entre gestão social (gestão dialógica) e gestão estratégica (gestão monológica). A justificativa central é a presença da gestão social como exercício da cidadania na Constituição Federal brasileira de 1988, que é recorrentemente desconsiderada. Para tal intento o presente texto recorre a diversos conceitos como contraposição, gestão, social, estratégia, inclusão e exclusão. Outros argumentos são apresentados para a fundamentação do texto baseados principalmente em Guerreiro Ramos, Marx e Habermas. Tal resgate conceitual tem por finalidade demonstrar a diferença entre gestão social (agir comunicativo, baseado na ilocução) e gestão estratégica (agir estratégico, baseado na perlocução). Ao final, discute-se a não perenidade de conceitos, que são sempre temporais.
Citas
AGUIAR-BARBOSA, A. de P.; CHIM-MIKI, A. F. Evolução do conceito de gestão social (1990-2018): uma análise de copalavras. Cadernos de Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 25, n. 80, 2020, p. 1-22, e-80525.
ARAÚJO, E. T. (In)Consistências da gestão social e seus processos de formação: um campo em construção. 2012. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social, São Paulo, 2012.
BOTTOMORE, Tom (org.). Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1983.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. São Paulo, Saraiva, 1988. 168p.
BUNCHAFT, Maria Eugenia. Algumas críticas à ideia de patriotismo constitucional. In: Pensar-Revista de Ciências Jurídicas, v. 16, n. 1, p. 224-245, 2011.
CRONIN, Ciaran. Democracy and collective identity: in defense of constitutional patriotism. In: European journal of philosophy, v. 1, n. 11, p. 1-28, 2003.
CANÇADO, A. C. Fundamentos teóricos da gestão social. 2011. Tese (Doutorado em Administração) – Universidade Federal de Lavras (Ufla), Minas Gerais, 2011.
CLARET, M. A arte da guerra: um livro vivo (Introdução). In: TZU, S. A arte da guerra. Trad. Pietro Nasseti. São Paulo: Martin Claret, 2002.
COELHO, F.; MENON, I. de O. Gestão social como campo do saber no Brasil: uma investigação de sua produção científica pela modelagem de redes sociais. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 24, n. 70, e-79851, 2019.
DI GIOVANNI, Geraldo; NOGUEIRA, Marco Aurélio (org.). Dicionário de políticas públicas. 2. ed. São Paulo: Editora da Unesp: Fundap, 2015.
EINSTEIN, Albert. Por que socialismo? In: Jacobin Brasil 14.3.2021 (Artigo originalmente publicado em maio de 1949 na revista Monthly Review). Jacobin Brasil – Revista referência no debate mundial sobre política, economia e cultura.
HABERMAS, Jürgen. Teoría de la acción comunicativa: complementos y estudios previos. Madrid: Ediciones Cátedra, 1989.
HABERMAS, Jürgen. Facticidad y validez. Madrid: Editorial Trotta, 1998.
HABERMAS, Jürgen. Identidades nacionales y postnacionales. Madrid: Tecnos, 2007.
HABERMAS, Jürgen. Teoria do agir comunicativo - vol. 1: racionalidade da ação e racionalização social. São Paulo: Martins Fontes, 2012. V. II.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss de sinônimos e antônimos da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.
LACROIX, Justine. For a eurpoean constitutional patriotism. In: Political Studies, v. 5, n. 50, p. 944-958, 2002.
LALANDE, André. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MARX, Karl. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2010.
MARX, Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel. 3. ed. São Paulo: Boitempo, 2013.
OLIVEIRA, Lucia Lippi. A sociologia do guerreiro. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1995.
OLSON, Kevin. Paradoxes of constitutional democracy. In: American Journal of Political Science, v. 2, n. 51, p. 330-343, 2007.
RAMOS, Guerreiro. A redução sociológica: introdução ao estudo da razão sociológica. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura; Instituto Superior de Estudos Brasileiros, 1958.
RAMOS, Guerreiro. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1981.
SABATO, Ernesto. O escritor e seus fantasmas. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
SERVA, Maurício. A racionalidade substantiva demonstrada na prática administrativa. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 37, n. 2, abr./jun. 1997.
STERNBERGER, Dolf. Patriotismo constitucional. Colômbia: Universidad Externado de Colombia, 2006.
TENÓRIO, Fernando Guilherme. “Gestão social: uma perspectiva conceitual”. In: Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro, v. 32, n. 5, p. 7-23, set./out. 1998.
THIRY-CHERQUES. Hermano R. Conceitos e definições: significado da pesquisa aplicada nas ciências humanas e sociais. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012.
TZU, S. A arte da guerra. Trad. Pietro Nasseti. São Paulo: Martin Claret, 2002.
VELASCO, Juan Carlos. Patriotismo constitucional y republicanismo. In: Claves de Razón Práctica, v. 125, p. 33-40, 2002.
VELASCO, Juan Carlos. Habermas el uso público de la razón. Madrid: Editorial Trotta, 2013.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Desenvolvimento em Questão
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).