Escuta e dimensão sonora na experiência territorial
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2024.61.16050Palavras-chave:
Território, Percepção, Ecologia Acústica, Escuta Profunda, Paisagem sonoraResumo
Este artigo apresenta e discute o aspecto sensorial e afetivo na relação com o território, aprofundando-se na experiência da escuta e dos ambientes sonoros. Compreendemos que o cuidado com a escuta e demais experiências sensoriais dos indivíduos conecta-se positivamente ao sentimento de pertencimento, revela conhecimentos territoriais e influencia na qualidade de vida humana, assim como na qualidade ambiental dos ecossistemas circundantes. O tema insere-se na lacuna reproduzida pelo fazer científico moderno: a insistência em boicotar o corpo e seus sentidos na produção de conhecimentos; ignorando a potência desse aspecto na experiência tanto do investigador quanto do mundo investigado. O artigo tem como objetivo apresentar e discutir abordagens sensoriais e afetivas como bases teóricas e ferramentas de diagnóstico, análise e avaliação vinculadas aos procedimentos metodológicos de estudos e ações no contexto do Desenvolvimento Territorial Sustentável, levando em conta uma aproximação mais sensível e criativa com os indivíduos e experiências de um território. O texto inicia-se com uma base teórica fundamentadora, chamando a atenção para as subjetividades da experiência corporal e cognitiva na construção de territórios e, na sequência, aborda aspectos relevantes do estudo do som e da escuta que integram um panorama do assunto; por fim, discute potenciais contribuições do tema para a abordagem territorial do desenvolvimento. Acreditamos que os estudos da escuta e ambiente sonoro podem participar do reconhecimento e análise de realidades territoriais, a fim de prospectar possibilidades inovadoras e sustentáveis de desenvolvimento territorial, bem como promover experiências educadoras e sensibilizadoras.
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