Discussão política e estabilidade democrática
DOI:
https://doi.org/10.21527/2317-5389.2024.23.15516Palavras-chave:
Liberdade de expressão, Polarização política, Razão pública, Estabilidade democráticaResumo
Este artigo aborda a polarização política no Brasil destacando a prática de tratar oponentes como inimigos pessoais e a desconsideração de ideias divergentes e instituições democráticas como indicadores dessa realidade. Diante desse cenário, o texto propõe analisar estratégias para promover a reconciliação e transformar o ambiente político em um espaço menos combativo. Ao considerar a ausência de uma concepção amplamente compartilhável de bem comum, o artigo sugere a aplicação do conceito de razão pública, conforme elaborado pela teoria rawlsiana, como meio de alcançar estabilidade democrática e fortalecer as instituições brasileiras. Ao examinar a história política brasileira, o trabalho destaca a intermitência democrática ao longo do último século, alternando entre períodos democráticos e autoritários. Justifica-se a necessidade de um debate político racional e desapaixonado para alcançar estabilidade democrática. O artigo propõe a utilização da razão pública, baseada nos conceitos de Schumpeter e nas ideias abstratas de Rawls, como uma abordagem para racionalizar a discussão política no Brasil. Na conclusão, o artigo argumenta que a polarização política não é exclusiva dos últimos anos, mas uma recorrência ao longo do século 20. Destacando a contribuição dos conceitos de Schumpeter e Rawls, o texto enfatiza a possibilidade de racionalizar o discurso político brasileiro por meio da razão pública, promovendo estabilidade democrática e fortalecendo as instituições democráticas sem recorrer a arroubos autoritários prejudiciais ao desenvolvimento do país.
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