The penal selectivity in the high amount of incarceration in Brazil

Authors

DOI:

https://doi.org/10.21527/2176-6622.2023.60.13243

Keywords:

Incarceration; Selectivity; Criminal Policy; Inequality; Dominant Classes

Abstract

This paper addresses the relationship between socioeconomic inequality and incarceration policy in Brazil, having as research problem the following question: to what extent does the existing socioeconomic inequality in Brazil determine to the increase of the prison population? The hypothesis defended is that Brazilian socioeconomic inequality determines and concurs to the increase of the prison population, because the penal system applies selectively the policy of repression and incarceration. The objective is to demonstrate that this selectivity results in the continuous increase of the prison population and that this model is unsustainable, from the perspective of the scarcity of resources for maintenance and construction of prisons. The paper adopts as theoretical framework the studies of Juarez Cirino dos Santos and Edwin Sutherland, in the line of research of Criminology. The research method used is hypothetical deductive, with bibliographic and documentary review, data collection on the Brazilian prison disclosed by official agencies and secondary sources. The results indicate that it is necessary to reduce the number of prisoners, either by expanding the strategies of decarceration or by reformulating the guarantee court, as well as promoting crime prevention strategies through risk and conjuncture assessment, investing in social policies to reduce crime.

References

ARISTÓTELES. A política. Introdução Ivan Lins. Tradução Nestor Silveira Chaves. Ed. especial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011. (Saraiva de bolso).

BARATTA, A. Criminologia crítica e crítica do Direito penal: introdução à sociologia do Direito penal. 6. ed. Tradução Juarez Cirino dos Santos. Rio de Janeiro: Revan, 2014.

BATISTA, V. M. Introdução crítica à criminologia brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2015.

BOEIRA, L. S.; SILVA, A.; ROCHA, C. C.; BEIDACKI, C. S.; BENATTI, G. S. S.; ABDALA, I. G.; SILVA, I. S. N.; CARVALHO, M. H.; MAIA, M. S.; MIRANDA FILHO, O. G.; SILVA, R. P. V.; VAHDAT, V. S.; BARRETO, J. O. M. Síntese de evidências: enfrentando o estigma contra pessoas egressas do sistema prisional e suas famílias. Brasília: Instituto Veredas, 2020.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da República, 2021a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 28 set. 2021.

BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Departamento Penitenciário Nacional. Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional – SISDEPEN. jul./dez. 2019a. Disponível em: http://antigo.depen.gov.br/DEPEN/depen/sisdepen/infopen/relatorios-analiticos/br/br. Acesso em: 30 set. 2021.

BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Departamento Penitenciário Nacional. Segundo Levantamento do Depen, as vagas no sistema penitenciário aumentaram 7,4%, enquanto a população prisional permaneceu estável, sem aumento significativo. Brasília, 20 dez. 2021b. Disponível em: https://www.gov.br/depen/pt-br/assuntos/noticias/segundo-levantamento-do-depen-as-vagas-no-sistema-penitenciario-aumentaram-7-4-enquanto-a-populacao-prisional-permaneceu-estavel-sem-aumento-significativo. Acesso em: 22 fev. 2022.

BRASIL. Ministério da Segurança Pública. Diagnóstico do Sistema Prisional Brasileiro. Brasília: Ministério da Segurança Pública, 9 jan. 2019b. Disponível em: https://www.justica.gov.br/news/copy_of_collective-nitf-content-26/apresentacao-diagnostico-msp.pdf. Acesso em: 17 abr. 2021.

CHAI, Cássius Guimarães; AMORIM, Maurício Oliveira. Corruption and the theory of rational choice. Compliance and Transparency as core keys. To democracy enforcement. In: Anti-corruption in Entiti es: International and National Standards. Moscow: The Institute of Legislation and Comparative Law under the Government of the Russian Federation, 2021. p. 43. (Materials of the Ninth Eurasian Anti-Corruption Forum – Moscow, April 15, 2020).

CHAI, Cássius Guimarães. Violência de gênero, determinantes sociais e direito in violência de género e seus determinantes sociais: teorias e práticas. José Manuel Peixoto Caldas, Joana Bessa Topas e Yolanda Rodríguez-Castro (orgs.). Lisboa: Letras Ímpares, 2021. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/357058052_VIOLENCIA_DE_GENERO_DETERMINANTES_SOCIAIS_E_DIREITO

CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. (Primeiros Passos). Editora Brasiliense. Edição do Kindle (1ª edição eBook), 2017.

CNJ. Conselho Nacional de Justiça. Estatísticas BNMP. 2022. Disponível em: https://portalbnmp.cnj.jus.br/#/estatisticas. Acesso em: 22 fev. 2022.

CUNHA, R. S. Manual de Direito penal: parte geral (artigos 1º ao 120). 4. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2016.

CYMROT, D. As origens da pena privativa de liberdade e o seu significado na estrutura social brasileira. In: SÁ, A. A.; TANGERINO, D. P. C.; SHECAIRA, S. S. (coord.). Criminologia no Brasil: história e aplicações clínicas e sociológicas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

GIL, F. La exclusión social. Barcelona: Ariel, 2002.

HOLLAND, C. Gasto com preso chega a ser 10 vezes maior que custo por aluno em MT. G1 Mato Grosso, Cuiabá, 25 jan. 2017. Disponível em: http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2017/01/gasto-com-preso-chega-ser-10-vezes-maior-que-custo-por-aluno-em-mt.html. Acesso em: 17 abr. 2021.

HUMAN RIGHTS WATCH. World Report 2017: Brazil. Disponível em: https://www.hrw.org/world-report/2017/country-chapters/brazil. Acesso em: 22 fev. 2022.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2020. Rio de Janeiro: IBGE; Coordenação de População e Indicadores Sociais. 2020. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101760.pdf. Acesso em: 5 jun. 2021.

JAKOBS, Günther. Sobre la normativización de la dogmática jurídico-penal. Traducción Manuel Cancio Meliá y Bernardo Feijó Sánchez. Madrid, España: Civitas Ediciones, 2003.

KAWAGUTI, L. O que faz as prisões do Brasil serem chamadas de “medievais”? BBC Brasil. São Paulo, 18 de novembro, 2012. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/11/121117_prisoes_medievais_lk#:~:text=O%20ministro%20da%20Justi%C3%A7a%20Jos%C3%A9,nele%20por%20um%20longo%20tempo.&text=Mas%20falta%20vontade%20pol%C3%ADtica%20para%20ter%20um%20sistema%20prisional%20diferente. Acesso em: 22 fev. 2022.

NUCCI, G. S. Manual de Direito Penal. 10. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2014.

PIMENTEL, Carolina. Cardozo admite que sistema prisional do país está em situação quase “medieval”. Agência Brasil. Empresa Brasil de Comunicação. Brasília, 13/5/2011. Disponível em: https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2011-05-13/cardozo-admite-que-sistema-prisional-do-pais-esta-em-situacao-quase-%E2%80%9Cmedieval%E2%80%9D. Acesso em: 22 fev. 2022.

PINHEIRO, Heron de Jesus Garcez; CHAI, Cássius Guimarães. Corrupção administrativa e tutela da probidade: desafios na aplicação da Lei nº 8.429/1992 pelas instituições de justiça. In: CHAI, Cássius Guimarães (org.). Republicanismo entre ativismos judiciais e proibição do retrocesso: da 1ª ed. proteção às mulheres à saúde pública. 1. ed. Campos dos Goytacazes, RJ: Brasil Multicultural, 2016. p. 264. (Série Tópicos em teoria do direito político).

PNUD BRASIL. Índice de Desenvolvimento Humano. O que é o IDH? Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Disponível em: https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-idh.html. Acesso em: 5 jun. 2021.

ROXIN, C. A proteção de bens jurídicos como função do Direito Penal. Organização e tradução André Luís Callegari e Nereu José Giacomolli. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009.

ROXIN, C. Política criminal y sistema del Derecho penal. 2. ed. Buenos Aires: Hammurabi, 2002.

SALDARRIAGA, V. R. P. Derecho penal y política criminal: problemas contemporáneos. Lima: Gaceta Jurídica, 2019.

SANTOS, J. C. A criminologia radical. 4. ed. Florianópolis: Tirant Lo Blanch Brasil, 2018.

SEN, A. K. Desigualdade reexaminada. Tradução e apresentação Ricardo Doninelli Mendes. Rio de Janeiro: Record, 2001.

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2018.

STRATENWERTH, Günter. Derecho penal, parte general I: el hecho punible. Traducción Manuel Cancio Meliá y Marcelo A. Sancinetti. 4. ed. Buenos Aires, Argentina: Editorial Hammurabi, 2016.

SUTHERLAND, E. H. White-collar criminality. American Sociological Review, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 1-12, 1940. Disponível em: https://is.muni.cz/el/1423/podzim2015/BSS166/um/Sutherland._1940._White-collar_Criminality.pdf. Acesso em: 17 abr. 2021.

TCU. Tribunal de Contas da União. Secretaria de Comunicação. Realidade prisional: auditoria mostra que o custo mensal do preso é desconhecido em vários Estados. Tribunal de Contas da União, Brasília, 1º dez. 2017. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/realidade-prisional-auditoria-mostra-que-o-custo-mensal-do-preso-e-desconhecido-em-varios-estados.htm. Acesso em: 17 abr. 2021.

WACQUANT, L. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Revan, 2007.

WALMSLEY, R. World Prison Population List. 12. ed. London: Institute for Criminal Policy Research, 2018. Disponível em: https://www.prisonstudies.org/sites/default/files/resources/downloads/wppl_12.pdf. Acesso em: 28 set. 2021.

WORLD POPULATION REVIEW. Wealth Inequality by Country 2021. World Population Review, [S. l.], 2021. Disponível em: https://worldpopulationreview.com/country-rankings/wealth-inequality-by-country. Acesso em: 5 jun. 2021.

Published

2023-11-20

How to Cite

Piloto, J. R. F. ., & Chai, C. G. . (2023). The penal selectivity in the high amount of incarceration in Brazil. Revista Direito Em Debate, 32(60), e13243. https://doi.org/10.21527/2176-6622.2023.60.13243