Ao sabor dos ventos e da imaginação: Uma carta a Mario Osorio Marques
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2025.122.16818Palavras-chave:
Diálogo problematizador, alteridade, educação trasnformadora, tecnologias, ensino escolarResumo
Com o objetivo de discutir a especificidade da educação escolar, para sustentar a importância do diálogo na relação de ensino e aprendizagem, problematizamos sobre questões que nos afetam como professores no exercício do pensamento, especialmente, àquelas que vêm acentuando as tecnologias no processo educativo. Ao escrevermos para Mario Osorio Marques, recuperamos os seus ensinamentos, que permitem trazer à luz entendimentos outros sobre questões cotidianas, para problematizá-las pela interrogação envolvendo sua obra, e amparar nossos argumentos educativos cuja centralidade é a humanidade do ser. Na confecção deste escrito, adotamos o diálogo hermenêutico crítico, buscando no pensamento do filósofo da educação, em diálogo com outros teóricos, suporte para alargar as compreensões sobre o tempo presente. Ao propor a escrita de uma carta para o pesquisador, inauguramos um modo de dialogar ao longo do tempo sobre o pensamento deste importante intelectual do campo educacional, e dessa forma mantê-lo bem perto das nossas leituras de mundo. Como resultado, sacolejamos as cronotopias coetâneas, cujos acontecimentos encurralam a escola e o seu trabalho, demonstramos a problematização de uma suposta “vida” da técnica, que vem sendo veementemente propagada, e constatamos que é preciso falar sobre o medo, para nos encorajarmos. Concluímos que a aposta no diálogo, como caminho e como meta educativa escolar, é uma possibilidade da afirmação da formação centrada no humano, transformadora e emancipatória.
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