Perfil bioquímico e de sensibilidade de Escherichia coli isoladas de leite mastítico bovino
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2022.46.10935Palavras-chave:
Saúde pública, microbiologia, mastite, bactérias, diagnóstico.Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência, o comportamento bioquímico e o perfil de sensibilidade e resistência das cepas de Escherichia coli, isoladas na Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (RS). Foram analisadas 919 amostras de leite mastítico provenientes da Região Noroeste do Estado do RS e realizou-se o exame de cultura bacteriana, bioquímico e antibiograma no Laboratório de Microbiologia Veterinária da Unijuí. Para a cultura foi realizada a semeadura do leite em ágar sangue ovino 5% e ágar MacConkey. Desenvolveu-se os seguintes testes bioquímicos: produção de gás sulfídrico e de indol, motilidade, citrato, produção de urease, além dos testes de fermentação de carboidratos (glicose, arabinose, lactose, manose, manitol, sorbitol, sacarose e trealose). Quanto ao antibiograma, alíquotas de leite foram espalhadas em ágar Mueller Hinton, e, sobre esta, foram dispostos discos de antibióticos. Observou-se, nesta pesquisa, que a Escherichia coli foi uma das bactérias com maior prevalência na região estudada. O perfil bioquímico encontrado foi de alta positividade para os testes de glicose, lactose, maltose, manitol, sorbitol, sacarose e trealose. Esta bactéria demonstrou maior sensibilidade antimicrobiana para a enrofloxacina (92%), ciprofloxacina (85%) e gentamicina (82%), e resistência para a penicilina (95%), ampicilina (86%) e eritromicina (80%). É possível verificar que mastites causadas por Escherichia coli representam um entrave à produção leiteira pelo grande impacto causado ao setor, tanto econômico quanto sanitário, além dos riscos ocasionados à saúde pública.
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