Registro do farmacêutico hospitalar no prontuário do paciente: Ensino e prática no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2022.46.12466Palavras-chave:
Farmacêuticos, Farmácia Clínica, Serviço de Farmácia Hospitalar, Registros Médicos, Registros Eletrônicos de SaúdeResumo
Registar de forma clara e ordenada no prontuário do paciente possibilita a comunicação entre a equipe multiprofissional e facilita a continuidade do cuidado. O objetivo deste estudo foi conhecer a opinião e a prática dos farmacêuticos hospitalares e professores de graduação em Farmácia sobre a atuação e a formação relacionadas ao registro/documentação no prontuário do paciente no Brasil. A coleta de dados ocorreu por meio de dois questionários eletrônicos, direcionados a farmacêuticos atuantes em hospitais brasileiros e a professores dos cursos de Farmácia. Participaram do estudo 47 professores e 248 farmacêuticos. Em relação aos professores evidenciou-se que: 66% abordam o tema registro em prontuário em aula com uma carga horária média de 11,55 ±16,14 horas; 42,6% disponibilizam aos alunos acesso ao prontuário; 100% consideram o tema importante. Os professores que informaram maior carga horária de aula destinada ao tema consideram o farmacêutico egresso preparado para documentar em prontuário (p= <0,05). Entre os farmacêuticos participantes: 77,33% já documentaram em prontuário; 58,06% receberam instrução formal sobre o tema; 89,92% afirmaram que os farmacêuticos devem documentar o cuidado ao paciente em prontuário. Formação acadêmica, experiência em Farmácia Clínica, conhecimento sobre legislação e metodologia de registro foram apontados como fatores determinantes para o registro em prontuário (p < 0,05). A documentação do farmacêutico no prontuário do paciente foi considerada importante pelos farmacêuticos docentes e atuantes na área hospitalar, portanto a pesquisa e a educação permanente sobre esse tema devem ser estimuladas em todos os níveis de formação profissional.
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