Panorama das notificações de eventos adversos a medicamentos manipulados no Brasil após implementação do VigiMed
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2024.48.14710Palavras-chave:
Farmacovigilância, Farmácia de manipulação, Eventos Adversos, VigiMedResumo
Introdução. Ocorrências desfavoráveis durante um tratamento medicamentoso são consideradas eventos adversos, importantes causas de hospitalização, morbidade e mortalidade. A farmacovigilância é responsável pela monitorização desses eventos, porém poucos são os registros de sua aplicação no âmbito magistral. Objetivo. Identificar e quantificar as notificações de eventos adversos a medicamentos manipulados recebidas pelo sistema VigiMed no período de dezembro de 2018 até dezembro de 2022. Método: Estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo, realizado utilizando registros provenientes do VigiMed extraídos do Portal Brasileiro de Dados Abertos. A análise das notificações seguiu critérios de inclusão e exclusão relevantes ao tema. Resultados: Das 67.109 notificações recebidas pelo VigiMed no período estudado, 195 eram suspeitas de eventos adversos causados por medicamento manipulado, aproximadamente 0,29% do total. Heparina, nitrato de prata e amiodarona foram os princípios ativos que apresentaram as maiores frequências absolutas nas notificações. Também foram identificados ativos subordinados a controle sanitário especial no Brasil, integrantes das classes terapêuticas: antidepressivos, ansiolíticos, anorexígenos e antiobésico. A via de administração mais frequente foi a injetável (94), seguida da via oral (50) e oftálmica (25). Conclusões: Os resultados obtidos permitem concluir a grande diversidade de substâncias ativas presentes nas notificações, tendo a maior ocorrência para medicamentos manipulados indicados para uso injetável e oral, portanto de efeito sistêmico, o que requer maior cuidado na preparação e vigilância na utilização. Verificou-se que, embora o farmacêutico seja o principal notificador relacionado a suspeita de eventos adversos no ambiente magistral, a prática da farmacovigilância neste âmbito é pouco realizada ou ainda incipiente no Brasil.
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