Tradução e adaptação transcultural das recomendações alimentares de refugiados para o Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.15100Palabras clave:
Refugiados, Estado nutricional, Qualidade dos alimentos, Políticas públicasResumen
Nos últimos anos, o Brasil tem sido um dos principais destinos para o fluxo migratório motivado por aspectos políticos, socioeconômicos e religiosos, recebendo refugiados de diversos países. Garantir acesso a alimentos e à manutenção de um estado nutricional adequado encontra-se no centro das medidas de proteção. Dados existentes no país sobre o processo de reconhecimento não contemplam as dimensões de saúde e alimentação. Em 2015, Portugal publicou um Manual de Acolhimento considerando direitos à saúde, segurança alimentar e nutricional, sendo referência para à intervenção nutricional dos refugiados naquele país. No presente estudo, foi realizada a tradução e adaptação das recomendações deste Manual, estabelecendo-se uma construção dialogada com o Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde. Conhecer e reconhecer as especificidades alimentares é fundamental para iniciar um acolhimento adequado. As recomendações alimentares traduzidas e adaptadas são um guia para o acolhimento nutricional e podem ser consideradas um ponto inicial para profissionais da área da saúde, afirmando a necessidade de uma ampla discussão e estudos para subsidiar políticas públicas de acolhimento.
Citas
1. Brasil. Refúgio em números. 3ª Edição. Secretaria Nacional de Justiça. Ministério da Justiça, 2017.
2. Brasil. Refúgio em números. 4ª Edição. Secretaria Nacional de Justiça. Ministério da Justiça, 2018.
3. UNHCR. Global Trends: Forced Displacement in 2018. United Nations High Commissioner for Refugees, 2018.
4. WHO. The Management of Nutrition in Major Emergencies. International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies. World Health Organization. Geneva, 2000.
5. Pedra J.B., Alline. Guia Prático de Atendimento aos Migrantes, Refugiados, Vítimas de Tráfico de Pessoas e Brasileiros Retornados, em situação de vulnerabilidade e em áreas de fronteira. Brasília: ICMPD (International Centre for Migration Policy Development) & Ministério da Justiça e Cidadania, 2016.
6. Brasil. Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional-SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Diário Oficial da União, 2006;143(179).
7. UNHCR. Guidelines for Estimating Food and Nutritional Needs in Emergencies. United Nations High Commissioner for Refugees, 1997.
8. ACNUR. Cartilha para Solicitantes de Refúgio no Brasil. Procedimentos, Decisão dos Casos, Direitos e Deveres, Informações e Contatos Úteis. Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, 2015.
9. UNHCR. Handbook for Emergencies. United Nations High Commissioner for Refugees. 3º Edição. Geneva, 2007.
10. WHO. Guiding principles for feeding infants and young children during emergencies. World Health Organization. Geneva, 2004.
11. UNHCR. Sphere Association. The Sphere Handbook: Humanitarian Charter and Minimum. Standards in Humanitarian Response, 4ª edição. United Nations High Commissioner for Refugees, Geneva, 2018.
12. WHO. Food and Nutrition Needs in Emergencies. World Health Organization. Geneva, 2002.
13. UNHCR. Acute malnutrition in protracted refugee situations: a global strategy. United Nations High Commissioner for Refugees, 2006.
14. UNHCR. Guidelines for Selective Feeding Programmes in Refugee and Emergency Situations. United Nations High Commissioner for Refugees, 1999.
15. Valdiviesso R, Gregório MJ, Sousa SM, Santos C, Graça MR, Correia A. Acolhimento de refugiados: alimentação e necessidades nutricionais em situações de emergência. Plano Nacional para Promoção de Alimentação Saudável. Direção Geral da Saúde. 2015.
16. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 156 p. : il.
17. Padovani RM, Amaya-Farfán J, Colugnati FAB, Domene SMA. Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Rev Nutr 2006; 19(6): 741-760.
18. Aaby P, Gomes J, Fernandes M, Djana Q, Lisse I, Jensen H. Nutritional status and mortality of refugee and resident children in a non-camp setting during conflict: follow up study in Guinea-Bissau. Bmj; 319(7214):878. 1999.
19. Plataforma de Resposta para os Refugiados e Migrantes no Brasil. Termos de Referência do Setor Nutrição e WASH. R4V Brasil 2020, 01 de janeiro de 2020.
20. Bilukha OO, Jayasekaran D, Burton A, Faender G, King'ori J, Amiri M. Nutritional Status of Women and Child Refugees from Syria — Jordan. Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR); 63(29):638-92014. 2014.
21. Mansour R, Liamputtong P, Arora A. Prevalence, Determinants, and Effects of Food Insecurity among Middle Eastern and North African Migrants and Refugees in High-Income Countries: A Systematic Review. Int J Environ Res Public Health; 4;17(19):7262. 2020.
22. Dawson-Hahn EE, Pak-Gorstein S, Hoopes AJ, Matheson J. Comparison of the Nutritional Status of Overseas Refugee Children with Low Income Children in Washington State. PLoS ONE; 11(1):e0147854. 2016.
23. El Harake, M.D.; Kharroubi, S.; Hamadeh, S.K.; Jomaa, L. Impact of a Pilot School-Based Nutrition Intervention on Dietary Knowledge, Attitudes, Behavior and Nutritional Status of Syrian Refugee Children in the Bekaa, Lebanon. Nutrients; 10,913. 2018.
24. Maire B, Delpeuch F, Le Bihan G. Alimentação, nutrição e políticas públicas. São Paulo: Instituto Pólis, 2003.
25. Sastre L, Haldeman L. Environmental, nutrition and health issues in a US refugee resettlement community. Medicc review.17:18-24, 2015.
26. Singh KP, Bhoopathy SV, Worth H, Seale H, Richmond RL. Nutrition among men and household food security in an internally displaced persons camp in Kenya. Public health nutrition. 19(4):723-31, 2015
27. Basu S, Yudkin JS, Berkowitz SA, Jawad M, Millett C. Reducing chronic disease through changes in food aid: A microsimulation of nutrition and cardiometabolic disease among Palestinian refugees in the Middle East. PLoS medicine. 15(11):e1002700, 2018.
28. Pieterse S, Manandhar M, Ismail S. The association between nutritional status and handgrip strength in older Rwandan refugees. Eur J Clin Nut; 56(10):933. 2002;
29. Brasil. Lei Nº 13.445, de 24 de Maio de 2017. Dispõe sobre os direitos e os deveres do migrante e do visitante, regula a sua entrada e estada no País e estabelece princípios e diretrizes para as políticas públicas para o emigrante. Diário Oficial da União 2017; 24 mai.
30. Guerra JVV, Alves VH, Rachedi L, Pereira AV, Branco MBLR, Santos MV, Schveitzer MC, Carvalho BF. Forced international migration for refugee food: a scoping review. Ciênc. saúde coletiva; 24(12): 4499-4508. 2019.
31. Menezes TS, Reis RR. Direitos humanos e refúgio: uma análise sobre o momento pós-determinação do status de refugiado. Revista Brasileira de Política Internacional. 2013;56(1):144-62.
32. Cadernos da Defensoria Pública do Estado de São Paulo / Escola da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. – Vol. 1 (2016)- . – São Paulo : EDEPE, 2016.
33. Haydu M. Refugiados angolanos em São Paulo: entre a integração e a segregação. Ponto-e-Vírgula: Revista de Ciências Sociais. (5) 157-184, 2009.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Revista Contexto & Saúde

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam na Revista Contexto & Saúde concordam com os seguintes termos:
a) A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação na Revista Contexto e Saúde do(s) artigo(s) aceitos para publicação à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da revista e suas bases de dados de indexação e repositórios, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Isto significa que, ao procederem a submissão do(s) artigo(s) à Revista Contexto e Saúde e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, os autores têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
b). Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
c). Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d). Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).