Impacto da pandemia da covid-19 no diagnóstico da tuberculose na população geral e privada de liberdade em Manaus, Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.15437Palabras clave:
Isolamento social, COVID-19, Tuberculose pulmonar, Resistência a MedicamentosResumen
Introdução: Durante a pandemia os serviços de saúde foram reestruturados para atender os casos da COVID-19, o que levou a negligência de outras doenças, entre elas a tuberculose (TB). Objetivo: Avaliar se houve alteração no número de casos de TB pelo teste rápido molecular para tuberculose e resistência às drogas antituberculose pós pandemia, tanto na população geral, quanto na população privada de liberdade. Metodologia: Foram avaliados indivíduos que realizaram exames de Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB) e testes de sensibilidade às drogas anti-TB, no Laboratório Municipal Distrital Norte, durante o período de janeiro de 2018 até dezembro de 2022. Resultados: Foram incluídos 12.208 (81,7%) de indivíduos da população geral e 2.731 (18,3%) da população carcerária do município de Manaus. O ano inicial da pandemia, 2020, apresentou o maior percentual de exames positivos 20,6% (n=205) na população geral. Essa tendência continuou nos anos seguintes, sendo estes iguais a 12,5% (n=347) e 12,9% (n=392), em 2021e 2022, respectivamente. Enquanto na PPL, os anos com os maiores índices de exames detectáveis foram 2018 e 2019, com 13,1% (n=55) e 20,5% (n=50) respectivamente, havendo redução significativa na porcentagem dos exames detectáveis nos anos posteriores. A resistência à droga Isoniazida foi a mais frequentes encontrada tanto na população geral e quanto carcerária, porém sem aumento significativo. Conclusão: A pandemia de COVID-19 influenciou negativamente no controle da tuberculose, aumentando o número de casos dessa doença na população geral, sendo necessário aprimorar políticas de saúde para controle e diminuição de casos dessa doença.
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