Tendência temporal e distribuição espacial das taxas das vias de parto, segundo características maternas no Brasil, entre 2011 e 2020
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2024.48.13873Palavras-chave:
Parto, Cesárea, Saúde Materno-InfantilResumo
Objetivo: analisar a tendência temporal e a distribuição espacial das taxas das vias de parto, segundo as características da mãe brasileira. Método: estudo ecológico, de séries temporais, com distribuição espacial das taxas das vias de parto no Brasil, de 2011 a 2020. Os dados foram selecionados no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Para a análise de tendência, o modelo de regressão polinomial foi utilizado. Resultados: foram analisados 29.025.461 nascimentos. Desses, 57,22% foram cesáreas e 42,70% partos vaginais. Houve aumento das taxas de cesárea em todas as regiões brasileiras, exceto no Sudeste, onde foi registrado aumento de partos por via vaginal. Entre as mulheres que tiveram parto vaginal, a maioria era adolescente, com baixa escolaridade, e sem companheiro. A distribuição espacial das taxas de cesáreas indicou concentração de estados com índices elevados dessa via de parto especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste. Conclusão: a cesariana é a via de parto predominante de nascimentos no Brasil, com tendência constante e variações entre as regiões e estados. Melhora na formação, educação continuada dos profissionais de saúde e orientação de qualidade para as gestantes e a comunidade são imprescindíveis para garantir qualidade na atenção em saúde durante o período perinatal.
Referências
Kruno RB, Silva TO da, Trindade PT de O. A vivência de mulheres no parto domiciliar planejado. Saúde (Sta. Maria) [Internet]. 2017 [Acesso 26 abr. 2022];43(1):22-30. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/view/17736/pdf. DOI: 10.5902/2236583417736
Betran AP, Ye J, Moller A, Souza JP, Zhang J. Trends and projections of caesarean section rates: global and regional estimates. BMJ glob health. [internet]. 2021 [Acesso 26 abr. 2022];6:e005671:1-8. Disponível em: https://gh.bmj.com/content/6/6/e005671. DOI: 10.1136/bmjgh-2021-005671
World Health Organization (WHO). Appropriate technology for birth. Lancet. [internet]1985 [Acesso 27 abr. 2022];326(8452). DOI: 10.1016/S0140-6736(85)92750-3
Silva SCM, Monteiro EA, Freitas WMF, Barros AG, Guimarães CMC, Melo SA. Diagnóstico da situação de morte materna. Rev bras promoç saúde. [internet]. 2019 [Acesso 27 abr. 2022];32:(9259):1-11. Disponível em: https://ojs.unifor.br/RBPS/article/view/9259. DOI: 10.5020/18061230.2019.9259
Sobhy S, Arroyo-Manzano D, Murugesu N, Karthikeyan G, Kumar V, Kaur I, Fernandez E, Gundabattula SR, Betran AP, Khan K, Zamora J, Thangaratinam S. Maternal and perinatal mortality and complications associated with caesarean section in low-income and middle-income countries: a systematic review and metaanalysis. Lancet. [internet]. 2019 [Acesso 27 abr. 2022];393(10184):1.973-1.982. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30929893/. DOI: 10.1016/S0140-6736(18)32386-9
Togioka BM, Tonismae T. Uterine Rupture. 2023 Jul 29. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 jan. PMID: 32644635.
BRASIL. Ministério da Saúde. Datasus. Informações de Saúde. (Sistema de informações sobre Nascidos Vivos). 2022 [Acesso 18 jun. 2022]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvuf.def
Paier, I, Alexandre, LA, Rotoli A, Getelina CO. Factors related to the choice of way of delivery: an integrative review. Research, society and development. [internet] 2021 [Acesso 18 jun. 2022];10(13),e294101321019. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/21019. DOI: 10.33448/rsd-v10i13.21019
Ferrari AP, Almeida MAM, Carvalhes MABL, Parada CMGL. Effects of elective cesarean sections on perinatal outcomes and care practices. Rev. bras. saúde mater. infant. [internet] 2020 [Acesso 18 jun. 2022];20(3):879-888. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/GDFLb8rFvqSSBpHdDhcDwbg/. DOI: 10.1590/1806-93042020000300012
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estatísticas & séries históricas. Rio de Janeiro/RJ [Internet] 2022. [Acesso 18 set. 2022]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/
Brasil. Ministério da Saúde. Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. Brasília; 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html
Silva TPR, Dumont-Pena E, Moreira AD, Camargos BA, Meireles MQ, Souza KV, Matozinhos FP. Factors associated with normal and cesarean delivery in public and private maternity hospitals: a cross-sectional study. Rev bras enferm. [internet] 2020 [Acesso 20 jun. 2022];73(Suppl 4):e20180996. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/vs6cyd8rSbGFh6QSG4xZP4r/. DOI: 10.1590/0034-7167-2018-0996
Santos KSA, Campos SMS, Almeida DR, Xaves MO, Hartwig SV. Fatores para não realização do parto via vaginal: revisão sistemática. Research, society and development. [internet]. 2022 [Acesso 20 jun. 2022];11(3):e49611326810:[cerca de 17 p.]. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26810. DOI: 10.33448/rsd-v11i3.26810
World Health Organization. WHO recommendations. Intrapartum care for a positive childbirth experience. Transforming care of women and babies for improved health and wellbeing. [Internet]. 2018 [Acesso 27 abr. 2022]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272447/WHO-RHR-18.12-eng.pdf
Pereira RM et al. Novas práticas de atenção ao parto e os desafios para a humanização da assistência nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Cien saúde colet. [internet]. 2018 [Acesso 21 jul. 2022];23(11):3517-3523. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/zFnLqbKLF75JphwHJqRdhCd/. DOI: 10.1590/1413-812320182311.07832016
Brasil. Lei nº 15.759, de 25 de março de 2015. Assegura o direito ao parto humanizado nos estabelecimentos públicos de saúde do Estado e dá outras providências. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo 2015; 25 mar.
RIO DE JANEIRO. Deliberação CIB nº 3.622, de 17 de dezembro de 2015. Cria o Fórum Perinatal da Região Metropolitana I do Estado do Rio de Janeiro. [Acesso em: 5 ago. 2022]. Disponível em: http://www.cib.rj.gov.br/deliberacoes-cib/442-2015/dezembro/4119-deliberacao-cib-n-3-622-de-17-de-dezembro-de-2015.html
Bicalho MLC, Araújo FG, Andrade GN, Martins EF, Felisbino-Mendes MS. Tendência das taxas de fertilidade, proporção de consultas de pré-natal e cesarianas entre adolescentes brasileiras. Rev bras enferm. [internet]. 2021 [Acesso 28 jul. 2022];74(4):e20200884. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/db57mRKmbpQ4hqMW96XWjmx/?format=pdf&lang=pt. DOI: 10.1590/0034-7167-2020-0884
Bruzamarello D, Patias ND, Cenci CMB. Ascensão profissional feminina, gestação tardia e conjugalidade. Revista Psicologia em Estudo. [internet]. 2019 [Acesso 28 jul. 2022];24:e41860. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/PsicolEstud/article/view/41860. DOI: 10.4025/psicolestud.v24i0.41860
Dias BF, Antoni NM, Vargas DM. Perfil clínico e epidemiológico da gravidez na adolescência: um estudo ecológico. Arquivos catarinenses de medicina. [internet]. 2020 [Acesso 30 jul. 2022];49(1):10-22. Disponível EM: https://revista.acm.org.br/index.php/arquivos/article/view/596/394
Brasil. Projeto de Lei PL 768, de 5 de março de 2021. Garante à gestante o direito de optar pela realização de parto por cesariana, no Sistema Único de Saúde – SUS, bem como a utilização de analgesia, mesmo quando escolhido o parto normal, desde que observada a indicação médica para o caso. Brasília. Câmara dos Deputados 2021; 5 mar.
Marques LCSM, Pontelli BPB. Gravidez Tardia: Percepção de mulheres acompanhadas pelas estratégias de saúde da família do interior de Minas Gerais. Rev enf eviden. [internet]. 2019 [Acesso 30 jul. 2022];3(1):57-73. Disponível em: https://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/enfermagememevidencia/sumario/83/18112019170621.pdf
Braga RC, Miranda LHA, Veríssimo JPC. Para além da maternidade: as configurações do desejo na mulher contemporânea. Pretextos – em psicologia revista da Graduação da PUC Minas. [internet]. 2018 [Acesso 30 jul. 2022];3(6):523-540. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/pretextos/article/view/15994/13638
Leal MC, Szwarcwald CL, Almeida PVB, Aquino EML, Barreto ML, Barros F, Victora C. Reproductive, maternal, neonatal and child health in the 30 years since the creation of the Unified Health System (SUS). Cien saúde colet. [internet]. 2018 [Acesso 2 ago. 2022];23(6):1915-1928. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/bD6WFWKvTDvBWS8yZ4BHcBP/. DOI: 10.1590/1413-81232018236.03942018
Carlotto K, Marmitt LP, Cesar JA. On-demand cesarean section: assessing trends and socioeconomic disparities. Rev saúde pública. [Internet]. 2020 [Acesso 12 jul. 2022];54(01). Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/jdnqgJcJLkkXrLqw47GcQ5C/abstract/?lang=en. DOI: 10.11606/S1518-8787.2019053001466
Abreu LP, Lira RF, Santana RL. Características obstétricas das gestantes submetidas à cesariana segundo a Classificação de Robson. Rev. enferm. Uerj. [Internet]. 2019 [Acesso 12 jul. 2022];jan./dez.;27:e37858. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/en/biblio-1005084
Guimarães RM, Silva RLPD, Dutra VGP, Andrade PG, Pereira ACR, Jomar RT, Freire RP. Fatores associados ao tipo de parto em hospitais públicos e privados no Brasil. Rev bras saúde matern infant. [Internet]. jul./set. 2017 [Acesso 12 jul. 2022];17(3):581-590 Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v17n3/pt_1519-3829-rbsmi-17-03-0571.pdf. DOI: 10.1590/1806-93042017000300009
Caldeira LA, Ayres LFA, Oliveira LVA, Henriques BD. A visão das gestantes acerca da participação do homem no processo gestacional. Revista de enfermagem do centro-oeste mineiro. [internet]. 2017 [Acesso 2 ago. 2022];7:e1417. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cenf/a/qMhg65jGmBMcXzGdYDBqyrQ/. DOI: 10.19175/recom.v7i0.1417
Silva EV, Costa MAA, Almeida KC, Araujo LMB, Amâncio NFG. Relação do tipo de parto com o perfil epidemiológico da assistência pré-natal e perinatal em um município de Minas Gerais. Rev bras saúde mater infant. [Internet].2020 [Acesso 18 jul. 2022]; jan./mar.; 20(1):249-256. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/v7fLrhK6jcZHxLzNy6fvsMB/?lang=pt. DOI: 10.1590/1806-93042020000100013
Mendes EV. As redes de atenção à saúde. 2. ed. Brasília, DF; 2011. [Acesso 5 ago. 2022] . Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_atencao_saude.pdf
Silva DES, Lima KMS, Santos MJ, Menezes AF, Freitas CKAC, Leite AM, Mendes RB. Razões maternas da preferência inicial pelo tipo de parto em um município do Nordeste brasileiro. Cogitare enferm. [internet]. 2020 [Acesso 5 ago. 2022]; 25:e68997. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/68997. DOI: 10.5380/ce.v25i0.68997
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Contexto & Saúde
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista Contexto & Saúde concordam com os seguintes termos:
a) A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação na Revista Contexto e Saúde do(s) artigo(s) aceitos para publicação à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da revista e suas bases de dados de indexação e repositórios, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Isto significa que, ao procederem a submissão do(s) artigo(s) à Revista Contexto e Saúde e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, os autores têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
b). Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
c). Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d). Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).