A integralidade e intersetorialidade da atenção primária à saúde na rede de atendimento a violência contra a mulher
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2024.48.14695Palavras-chave:
Violência Contra a Mulher, Estratégias de Saúde Nacionais, Atenção Primária à Saúde, Colaboração intersetorial, Integralidade em SaúdeResumo
Objetivou-se analisar a atuação da Atenção Primária à Saúde no cuidado às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em um município no interior do Nordeste brasileiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório-descritivo envolvendo sete profissionais lotados na Atenção Primária à Saúde (APS) e na Gestão. A coleta dos dados ocorreu entre fevereiro e março de 2022 por meio de entrevistas semiestruturadas e um diário de campo. Os resultados revelam uma rede de atendimento fragilizada, desarticulada, sem fluxos e protocolos, em que o diálogo entre os serviços se limita aos encaminhamentos individuais. Além disso, os profissionais desconhecem a maioria dos serviços dessa rede, impossibilitando a oferta de um cuidado integral, intersetorial e resolutivo. Apontam, entretanto, potencialidades, a exemplo do reconhecimento do estratégico e importante papel da APS como porta de entrada para as mulheres em situação de violência.
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