O impacto da telerreabilitação na síndrome pós-covid-19: uma experiência brasileira
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.15152Palavras-chave:
fisioterapia, COVID-19, telerreabilitação, exercícios em grupo, reabilitação pulmonarResumo
Objetivo: O objetivo deste estudo foi relatar a efetividade de programa de telerreabilitação para promover a reabilitação respiratória e a recuperação funcional de pessoas com síndrome pós-COVID-19. Método: Participaram do programa de telerreabilitação 99 pacientes com sequelas de COVID-19, divididos em três grupos: grupo oxigênio (GO), grupo DPOC (DPOC-G) e grupo geral (GG). O programa teve duração de 12 sessões e incluiu protocolo de exercícios respiratórios e fortalecimento muscular. Para avaliar os pacientes no início e no final do programa, foram utilizadas a escala Medical Research Council (MRC) e CR-10 Borg, a saturação de oxigênio (SpO2) e a frequência cardíaca (FC) foram medidas diariamente. Resultado: Os pacientes tiveram aumento de 5% no DPOC-G (p<0,001) e de 6% no GO/GG (p<0,001) para a SpO2. Para a escala MRC, os pacientes tiveram aumento de pelo menos um ponto na DPOC-G (p<0,001) e dois pontos na GO/GG (p<0,001). Os valores da escala de BORG tiveram uma diminuição de pelo menos 5 e 4 pontos na escala no DPOC-G (p=0,003) e GO/GG (p<0,001) o que indica que a intervenção beneficiou ambos os grupos. Não houve diferenças significativas entre as avaliações inicial e final da FC. Conclusão: O programa de telerreabilitação auxiliou na reabilitação pulmonar e na recuperação funcional de pessoas com síndrome pós-COVID-19, melhorando o fortalecimento muscular, a percepção de esforço para a realização dos exercícios e a saturação de oxigênio. Este programa surgiu como uma alternativa assistencial efetiva, viável, acessível e de baixo custo que poderia ser utilizada além do período pandêmico.
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