DISSIMULAÇÃO DO DESESPERO: UMA REALIDADE DA REGULAÇÃO DAS RESPONSABILIDADES PARENTAIS EM PORTUGAL
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-6622.2015.43.47-61Resumo
Cada vez se observam mais processos de Regulação de Responsabilidades Parentais a chegarem aos tribunais em Portugal. Esta é uma realidade que assombra não só figuras parentais e/ou tutores legais como todos os intervenientes no sistema jurídico, nomeadamente profissionais de psicologia e de direito. Mas acima de tudo assombra quem deveria ser sempre colocado numa zona de segurança, as crianças envolvidas neste tipo de processo. Em diversos momentos durante as avaliações psicológicas em em contexto forense, os sujeitos avaliados tendem a dissimular o seu comportamento. Este tipo de atitude poderá condicionar os relatórios que chegam aos/às magistrados/as. Este artigo tem como objectivo providenciar uma hipótese de reflexão sobre o tipo de atitude que os sujeitos avaliados durante a perícia psicológica poderão ter através da análise de 169 relatórios pericias realizados no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses em Portugal. Os resultados alcançados apresentam que factores internos como estados depressivos e/ou paranóides poderão estar na base da possível dissimulação dos sujeitos avaliados. São ainda dadas sugestões sobre as possibilidades de avaliação que os/as profissionais de psicologia que trabalhem nesta área poderão ter durante a sua prática profissional a fim de um melhor cruzamento de informação com os/as profissionais de direito bem como com o sistema judicial onde o processo de realiza.
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