É possível prevenir a violência? Percepções de mulheres e homens usuários da estratégia saúde da família
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2023.120.13422Palavras-chave:
Violência, Prevenção primária, Estratégia Saúde da Família, Gênero e saúdeResumo
Este estudo teve como objetivo conhecer a percepção de mulheres e homens usuários da Estratégia Saúde da Família acerca da prevenção da violência. Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, realizado com 32 pessoas usuárias de oito Estratégias de Saúde da Família em um município localizado ao sul do Rio Grande do Sul. As informações foram coletadas por meio de entrevistas e analisadas posteriormente pelo software IRaMuTeQ. Os resultados evidenciaram que, por sua complexidade, a violência é de difícil prevenção, porém imprescindível. Entre as estratégias e atitudes para a prevenção, foram elencados o policiamento e as mudanças individuais de comportamento. Em relação aos serviços e leis, os participantes remeteram-se à polícia, à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e à Lei Maria da Penha. As unidades de saúde e a Educação também foram citadas na prevenção da violência. Acredita-se que a pesquisa tornou possível pensar em ações e estratégias mais viáveis em relação ao enfrentamento e prevenção das situações de violência que, por respeitarem as demandas dos indivíduos, poderão ser mais eficazes e resolutivas.
Referências
ALVES, R. S. S.; SOARES, I. L.; SOUSA, F. L. L. de; SILVA, M. P. B.; SILVA, L. A. C. da; OLIVEIRA, B. X.; MAIA, C. C.; TORRES, J. A.; MARQUES, K. C.; FAGUNDES, G. R. S.; SILVESTRE, F. E. R.; SANTOS, S. F. dos. “But he never hit me”: Types of violence against women with an emphasis on contextualizing emotional abuse by their intimate partners. Research, Society and Development, v. 9, n. 11, p. e39391110059, 2020. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10059
BAÊTA, R. F.; NETO, J. B. de A. Violência de gênero: enfrentamento sob a perspectiva dos mecanismos necessários à superação de vulnerabilidades. Saúde em Redes, v. 2, n. 2, p. 201-210, 2016. DOI: https://doi.org/10.18310/2446-4813.2016v2n2p201-210
BEIRAS, A.; NASCIMENTO, M.; INCROCCI, C. Programas de atenção a homens autores de violência contra as mulheres: um panorama das intervenções no Brasil. Saúde e Sociedade, v. 28, n. 1, p. 262-274, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-12902019170995
BELGA, S. M. M. F.; SILVA, K. L.; SENA, R. R. de. Concepções de programas de prevenção à violência e promoção da cultura de paz. Cad. Saúde Colet., v. 25, n. 2, p. 177-182, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/1414-462x201700020215
BRASIL. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Atlas da violência. Ministério da Economia: 2020. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/24/atlas-da-violencia-2020. Acesso em: 31 maio 2022.
BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Dispõe sobre os mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm. Acesso em: 31 maio 2022.
BRASIL. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Dispõe sobre a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 2017. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html. Acesso em: 31 maio 2022.
CARNEIRO, J. B.; GOMES, N. P.; CAMPOS, L. M.; GOMES, N. P.; CUNHA, K. S.; VIRGENS, I. R.; ERDMANN, A. L. Contexto da violência conjugal em tempos de Maria da Penha: um estudo em Grounded Theory. Cogitare Enfermagem, v. 24, p. e59431, 2019. DOI: https://dx.doi.org/10.5380/ce.v24i0.59431
CAVALER, C. M.; MACARINI, S. M. Repensando práticas: delegacias da mulher enquanto espaço dialógico de prevenção à violência conjugal. Nova Perspectiva Sistêmica, v. 29, n. 66, p. 60-73, 2020. DOI: https://dx.doi.org/10.38034/nps.v29i66.516
COIMBRA, J. C.; RICCIARDI, U.; LEVY, L. Lei Maria da Penha, equipe multidisciplinar e medidas protetivas. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 70, n. 2, p. 158-172, 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672018000200012&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 31 maio 2022.
DWORKIN, S. L. Sample Size Policy for Qualitative Studies Using In-Depth Interviews. Archives of Sexual Behavior, v. 41, n. 6, p. 1.319-1.320, 2012. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s10508-012-0016-6
ELLSBERG, M.; ARANGO, D. J.; MORTON, M.; GENNARI, F.; KIPLESUND, S.; CONTRERAS, M.; WATTS, C. Prevention of violence against women and girls: what does the evidence say. Lancet, v. 385, p. 1555-66, 2014. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(14)61703-7
GAMA, R. C.; ANASTÁCIO, Z. F. C.; MIRANDA, M. A. G. de C. Questões de sexualidade e gênero no 1º ciclo do ensino básico: legitimidade, modalidade e temas. Revista Contexto & Educação, v. 37, n. 117, p. 128-139, 2022. DOI: https://doi.org/10.21527/2179-1309.2022.117.12890
GOMES, G. M. R. B.; BITTAR, C. M. L.; BERETTA, R. C. S. Ações de promoção da saúde no enfrentamento à violência escolar: uma revisão integrativa. Revista Interdisciplinar de Estudos em Saúde, v. 8, n. 2, p. 278-295, 2019. DOI: https://doi.org/10.33362/ries.v8i2.1530
KIRK, L.; TERRY, S.; LOKUGE, K.; WATTERSON, J. L. Effectiveness of secondary and tertiary prevention for violence against women in low and low-middle income countries: a systematic review. BMC Public Health, v. 17, n. 622, 2017. DOI: https://doi.org/10.1186/s12889-017-4502-6
MENDONÇA, C. S.; MACHADO, D. F.; ALMEIDA, M. A. S.; CASTANHEIRA, R. L. Violência e Atenção Básica à Saúde no Brasil: uma revisão integrativa da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 6, p. 2.247-2.257, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232020256.19332018
MENEGHEL, S. N.; MUELLER, B.; COLLAZIOL, M. E., QUADROS, M. M. Repercussões da Lei Maria da Penha no enfrentamento da violência de gênero. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, n. 3, p. 691-700, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000300015
NONATO, L. O. F.; PERES, A. M.; KHALAF, D. K.; SOUZA, M. A. R.; FIGUEIREDO, K. C.; LAPIERRE, J. Estratégias de gerenciamento na Atenção Primária à Saúde em territórios de vulnerabilidade social expostos à violência. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 54, e03608, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/s1980-220x2018054903608
PEREIRA A. A.; MACIEL, S. Bullying escolar: uma revisão sistemática da literatura. Revista Contexto & Educação, v. 37, n. 117, p. 186-198, 2022. DOI: https://doi.org/10.21527/2179-1309.2022.117.12877
RIBEIRO, M. M. R.; MELO, E. M.; TAVARES, R.; MELO, V. H. Promoção de saúde e a situação de violência entre os usuários da atenção primária à saúde. Revista Médica de Minas Gerais, v. 26, supl. 8, p. 281-285, 2016. Disponível em: http://rmmg.org/artigo/detalhes/2164. Acesso em: 31 maio 2022.
RIBEIRO, M. M. R.; TAVARES, R.; MELO, E. M. de; BONOLO, P. de F.; MELO, V. H. Promoção de saúde, participação em ações coletivas e situação de violência entre usuários da Atenção Primária à Saúde. Saúde em Debate, v. 42, n. 4, p. 43-54, 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042018s403
ROCHA, R. Z. da; GALELI, P. R.; ANTONI, C. de. Rede de apoio social e afetiva de mulheres que vivenciaram violência conjugal. Contextos Clínicos, v. 12, n. 1, p. 124-152, 2019. DOI: https://dx.doi.org/10.4013/ctc.2019.121.06
RODRIGUES, E. A. S.; TAVARES, R.; MELO, V. H.; SILVA, J. M. da; MELO, E. M. de. Violência e Atenção Primária à Saúde: percepções e vivências de profissionais e usuários. Saúde em Debate, v. 42, n. 4, p. 55-66, 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042018s404
SANTO, J.; SANTOS, C. Considerações sobre a rede de enfrentamento à violência contra as mulheres. Revista Contexto & Saúde, Ijuí: Editora Unijuí, v. 20, n. 40, p. 139-148, 2020. DOI: https://doi.org/10.21527/2176-7114.2020.40.139-148
SOUSA, Y. S. O.; GONDIM, S. M. G.; CARIAS, I. A.; BATISTA, J. S.; MACHADO, K. C. M. de. O uso do software Iramuteq na análise de dados de entrevistas. Pesquisas & Práticas Psicossociais, v. 15, n. 2, p. 1-19, 2020. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-89082020000200015&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 31 maio 2022.
SOUZA, L. de; CORTEZ, M. B. A delegacia da mulher perante as normas e leis para o enfrentamento da violência contra a mulher: um estudo de caso. Revista de Administração Pública, v. 48, n. 3, p. 621-639, 2014. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/0034-76121141
WHO. World Health Organization. 2018. World Health Statistics: homicide. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/gho-documents/world-health-statistic-reports/6-june-18108-world-health-statistics-2018.pdf. Acesso em: 31 maio 2022.
WHO. World Health Organization. 2002. World report on violence and health. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/42495. Acesso em: 31 maio 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Contexto & Educação

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao publicar na Revista Contexto & Educação, os autores concordam com os seguintes termos:
Os trabalhos seguem a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato;
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, inclusive comercial.
Essas permissões são irrevogáveis, desde que respeitados os seguintes termos:
Atribuição — os autores devem ser devidamente creditados, com link para a licença e indicação de eventuais alterações realizadas.
Sem restrições adicionais — não podem ser aplicadas condições legais ou tecnológicas que restrinjam o uso permitido pela licença.
Avisos:
A licença não se aplica a elementos em domínio público ou cobertos por exceções legais.
A licença não garante todos os direitos necessários para usos específicos (ex.: direitos de imagem, privacidade ou morais).
A revista não se responsabiliza pelas opiniões expressas nos artigos, que são de exclusiva responsabilidade dos autores. O Editor, com o apoio do Comitê Editorial, reserva-se o direito de sugerir ou solicitar modificações quando necessário.
Somente serão aceitos artigos científicos originais, com resultados de pesquisas de interesse que não tenham sido publicados nem submetidos simultaneamente a outro periódico com o mesmo objetivo.
A menção a marcas comerciais ou produtos específicos destina-se apenas à identificação, sem qualquer vínculo promocional por parte dos autores ou da revista.
Contrato de Licença (para artigos publicados a partir de outubro/2025): Os autores mantém os direitos autorais sobre seu artigo, e concedem a Revista Contexto & Educação o direito de primeira publicação.