As interações culturais entre as crianças imigrantes com seus pares na educação infantil
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2024.121.13699Palavras-chave:
Criança, Imigrante, Sociologia da Infância, Educação InfantilResumo
A pesquisa apresentada teve como objetivo compreender como se dão as interações culturais entre as crianças imigrantes com seus pares nos tempos e espaços de um Centro de Educação Infantil Municipal, por meio do que as próprias crianças têm a dizer. Participaram do estudo 16 crianças de quatro e cinco anos. Para produção dos dados, utilizou-se observações, rodas de conversas, desenhos, brincadeiras e contação de história. Os resultados, analisados a luz da sociologia da infância, indicam que o acolhimento e a interação entre pares se mostraram presentes no contexto escolar estudado, mesmo sem a instituição prever ações específicas para tanto, sendo a brincadeira a grande mediadora destas interações, configurando-se como uma forma de linguagem entre as crianças. Conclui-se que a escola tem papel fundamental na inclusão social destas crianças, mas que é importante que elas tenham, para além do direito de estar na escola, o direito de participar, de serem ouvidas e de terem sua cultura valorizada.
Referências
BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Culturas escolares, culturas de infância e culturas familiares: as socializações e a escolarização no entretecer destas culturas. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial p. 1059-1083, out. 2007. Disponível em: https://www. scielo.br/j/es/a/KsN57fkpqH35MtdpqcHfmZL/?format=pdf . Acesso em: 15 jun. 2021.
BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Culturas infantis: contribuições e reflexões. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 14, n. 43, p. 645-667, set./dez. 2014. Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/index.php/dialogoeducacional/article/viewFile/1870/1774. Acesso em: 9 jun. 2021.
BORBA, Angela Meyer. Culturas da infância nos espaços-tempos do brincar: estratégias de participação e construção da ordem social em um grupo de crianças de 4-6 anos. Momento, Rio Grade, n. 18, p. 35-50, 2007. Disponível em: http://repositorio.furg.br/handle/1/606. Acesso em: 30 jun. 2021.
BORDIGNON, Sandra de Avila Farias. Inserção dos imigrantes haitianos nos contextos educativos escolares e não escolares no Oeste Catarinense. 2016. 228 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Chapecó, 2016. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3763355. Acesso em: 20 nov. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 30 jul. 2022.
CAMPOS, R. K. do N.; RAMOS, T. K. G. Recriações de papéis sociais sobre família no brincar de crianças pequenas. Educação, Santa Maria, v. 44, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao. Acesso em: 20 mar. 2022.
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Diferenças culturais, interculturalidade e educação em direitos humanos. Educação & Sociedade, Campinas, v. 33, n. 118, p. 235-250, jan./mar., 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/QL9nWPmwbhP8B4QdN8yt5xg/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 30 jul. 2022.
CAVALCANTI, L; OLIVEIRA, T.; SILVA, B. G. Relatório Anual 2021 – 2011-2020: uma década de desafios para a imigração e o refúgio no Brasil. Série Migrações. Observatório das Migrações Internacionais; Ministério da Justiça e Segurança Pública/ Conselho Nacional de Imigração e Coordenação Geral de Imigração Laboral. Brasília, DF: OBMigra, 2021. Disponível em: https://portaldeimigracao.mj.gov.br/pt/dados/relatorios-a. Acesso em: 20 mar. 2022.
CORSARO, Willian A. Sociologia da Infância. Porto Alegre: Artmed, 2011.
ELHAJJI, Mohammed; ESCUDERO, Camila. WEBDIÁSPORA: Migrações, TICs e memória coletiva. Revista Observatório, v. 2, n. 5, p. 334-363, 25 dez. 2016. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/2401. Acesso em: 15 jun. 2022.
FURLAN, A. S; LIMA, M; LIMA, M. C. Culturas infantis: a reiteração e as concepções de tempo na Educação Infantil. Revista de zero a seis, v. 21, n. 39, p. 81-98, jan./jun. 2019. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/1980-512.2019v21n39p81/38582. Acesso em: 5 jun. 2021.
GALVÃO, Edna Maria. Memória Social e Transdisciplinaridade. Revista Morpheus – Estudos Interdisciplinares em Memória Social, Rio de Janeiro, v. 7, n. 13, 2015. Disponível em: http://www.seer.unirio.br/morpheus/article/view/4816. Acesso em: 15 jun. 2022.
GONDAR, Jô. Memória individual, memória coletiva, memória social. Revista Morpheus – Estudos Interdisciplinares em Memória Social, Rio de Janeiro, v. 7, n. 13, 2015. Disponível em: http://seer.unirio.br/morpheus/article/view/4815. Acesso em: 15 jun. 2022.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Brinquedos e brincadeiras na Educação Infantil. In: SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais, 1., Anais [...]. Belo Horizonte: Ministério da Educação, 2010, p. 1-20. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-pdf/7155-2-3-brinquedos-brincadeiras-tizuko-morchida/file. Acesso em: 30 jul. 2022.
LIRA, Natali Alves Barros; RUBIO, Juliana de Alcântara Silveira. A importância do brincar na educação infantil. Revista Eletrônica Saberes da Educação, São Roque, v. 5, n. 1, 2014. Disponível em: http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes_pdf/educacao/v5_n1_2014/Natali.pdf. Acesso em: 20 jun. 2022.
MELLO, Suely Amaral. Letramento e alfabetização na Educação Infantil, ou melhor, formação da atitude leitora e produtora de textos nas crianças pequenas. In: VAZ, A. F.; MONN. C. M. (orgs.). Educação infantil e sociedade: questões contemporâneas. Nova Petrópolis: Nova Harmonia, p. 75-87, 2012.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
NASCIMENTO, C. T. do; BRANCHER, V.R; OLIVEIRA, V.F. A Construção Social do Conceito de Infância: algumas interlocuções históricas e sociológicas. Contexto & educação: Unijuí, nº 79 Jan./Jun.47-63, 2008. Disponível em: https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoeducacao/article/view/1051. Acesso em: 01/09/2022.
OLIVEIRA, Catarina Sales; MENDES, Andreia. Brincar ao gênero: socialização e igualdade na educação pré-escolar. Ex æquo, n. 36, 2017, p. 167-186. Disponível em: https://exaequo.apem-estudos.org/files/2017-12/10-catarina-sales-oliveira-andreia-mendes.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
OLIVEIRA, Valéria Fortes de. Cenários Lúdicos: Protagonismo Infantil em Distintos Ambientes da Nova Santa Marta. Contexto & Educação: Unijuí, nº 78, Jul./Dez, 2007.
Disponível em: https://www.revistas.unijui.edu.b/index.php/contextoeducacao/article/view/ 1068. Acesso em 01/09/2022.
PEREZ, Gomez Angel. La cultura escolar en la sociedad neoliberal. Madrid: Morata, 1998.
SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense. Florianópolis: SED, 2019. Disponível em: http://www.cee.sc.gov.br/index.php/downloads/documentos-diversos/curriculo-base-do-territorio-catarinense. Acesso em: 30 jul. 2022.
SANTANA, Alexsandro Junior de. Portas abertas, janelas fechadas: um estudo de caso sobre imigrantes e refugiados em uma escola pública. 2020. 184 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Nove de Julho, São Paulo, 2020. Disponível em: https://bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/2230/2/Alexsandro%20Junior%20de%20Santana.pdf. Acesso em: 26 nov. 2020.
SANTOS, Sandro Vinicius Sales dos; SILVA, Isabel de Oliveira e. Crianças na educação infantil: a escola como lugar de experiência social. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 42, n. 1, p. 131-150, jan./mar. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/P4VsRVFtJyFWp9mTnLrx9Hm/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 20 jun. 2022.
SARMENTO, Manuel Jacinto. Imaginário e culturas da Infância. SARMENTO, M.J. Imaginário e culturas da infância. Cadernos de Educação, v. 12, n. 21, p. 51-69, 2003. http://titosena.faed.udesc.br/Arquivos/Artigos_infancia/Cultura%20na%20Infancia.pdf.Disponível em: Acesso em: 20 jul. 2021.
SARMENTO, Manuel Jacinto. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância. Educ. Soc., Campinas, v. 26, n. 91, p. 361-378, maio/ago. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/3PLsn8PhMzxZJzvdDC3gdKz/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 25 abr. 2021.
SARMENTO, Manuel Jacinto. Culturas Infantis e Interculturalidade. In: DORNELLES, Vieira Levi (org.). Produzindo pedagogias interculturais na infância. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
SILVA, Ana Paula. No hablamos español! Crianças bolivianas na educação infantil paulistana. 2014. 179 f. Dissertação (Mestrado em Educação e Saúde na Infância e Adolescência) – Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1302589. Acesso em: 20 nov. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Contexto & Educação
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).