Cuidado de enfermagem à pessoa com deficiência à luz da teoria transcultural

Resumo

O Ministério da Saúde define a pessoa com deficiência (PCD) como indivíduo que possui impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, cuja interação com uma ou mais barreiras, pode dificultar sua participação social (Brasil, 2015). Desta forma, no que se refere ao acesso da PCD ao sistema de saúde, em especial na Atenção Primária, são necessárias mais do que adaptações físicas. Portanto, este trabalho  tem como objetivo discutir o cuidado da PCD à luz do Cuidado Transcultural, a partir de um estudo reflexivo utilizando o Modelo de Análise de Teorias proposto por Meleis (2012). A enfermagem como profissão e ciência, tem sua essência fundamentada no cuidado humano, sendo necessário um olhar holístico não apenas ao indivíduo, mas também para sua família e o ambiente comunitário no qual está inserido (Gomes; Robaína; Budó, 2012). Dentre os modelos de cuidados da profissão, destaca-se a Teoria Transcultural do Cuidado de Enfermagem de Madeleine Leininger (1978) que propõe a construção de um conjunto de conhecimentos científicos e humanizados como instrumento na prática do cuidado universal e culturalmente específico. Essa teoria avalia valores, crenças e padrões comportamentais do paciente, relacionando-os ao seu processo de saúde-doença. Monticelli (2010) ressalta que o cuidado transcultural deve envolver atividades profissionais que preservem, negociem ou repadronizem os cuidados em saúde, alinhando-os aos costumes do indivíduo. Assim, no contexto do cuidado da PCD à luz dessa teoria, o enfermeiro deve conhecer práticas de saúde relacionadas ao indivíduo e as particularidades de sua condição, atuando como mediador no processo da construção do cuidado. Isso implica compreender e respeitar seu modo de vida, com o objetivo de proporcionar acolhimento humanizado, um plano de cuidados efetivo e singular, valorizando sua autonomia e segurança.