As humanidades na formação de engenheiros nas universidades comunitárias do RS: A utilidade do “inútil”

Autores

  • Arnaldo Nogaro Universidade do Alto Uruguai e das Missões. Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEDU). Campus Frederico Westphalen/RS, Brasil. Programa de Pós-graduação em Atenção Integral à Saúde (PPGAIS). Campus Erechim/RS, Brasil https://orcid.org/0000-0003-0517-0511
  • Anna Carolina Capacchi Marca Universidade do Alto Uruguai e das Missões – URI. Curso de Medicina. Erechim/RS, Brasil. https://orcid.org/0009-0002-2673-8436
  • Arminda Almeida da Rosa Universidade do Alto Uruguai e das Missões – URI. Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEDU). Campus Frederico Westphalen/RS, Brasil. Bolsista CAPES/ Brasil. https://orcid.org/0000-0003-3580-2938

DOI:

https://doi.org/10.21527/2179-1309.2025.122.16677

Palavras-chave:

Ensino superior, Racionalidade instrumental, Humanidades

Resumo

O objetivo do artigo foi conhecer a(s) tendência/as que orienta(m) a inserção/abordagem e/ou exclusão das humanidades na formação acadêmica nos cursos de Engenharia, nas 14 universidades comunitárias do RS, com o propósito de elaborar uma crítica que possa dar sustentação criativa a um contradiscurso ao paradigma instrumental no Ensino Superior. Para isso realizou-se pesquisa teórica e documental, com enfoque qualitativo. A coleta dos dados ocorreu acessando-se as páginas eletrônicas das universidades, que são de domínio público, para identificar o perfil do egresso e conteúdos/disciplinas de formação humanística e nas DCNs da área das Engenharias, cuja análise foi baseada na análise de conteúdo. Os dados apontam para situação crítica dos cursos da área no tocante à formação humana ao se considerar o baixo percentual destas disciplinas e conteúdos oferecidos nas matrizes curriculares. Constata-se inconsistências entre os perfis dos egressos e, o que o desenho curricular apresenta, o que revela os efeitos da racionalidade instrumental e da “cegueira” do conhecimento reducionista, que repercute na perda do Eu e da subjetividade humana. Há urgência de um contraponto na formação dos universitários encontrando mecanismos para torná-la “espaço estudioso”, que priorize a formação integral, transpondo a lógica da instrumentalidade.

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Publicado

2025-03-07

Como Citar

Nogaro, A., Marca , A. C. C., & da Rosa, A. A. (2025). As humanidades na formação de engenheiros nas universidades comunitárias do RS: A utilidade do “inútil”. Revista Contexto & Educação, 40(122), e16677. https://doi.org/10.21527/2179-1309.2025.122.16677

Edição

Seção

Seminário Internacional de Inclusão no Ensino Superior