Formação inicial de pedagogas e pedagogos indígenas no Paraná: Diálogos entre a universidade e o território indígena
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2025.122.16682Palavras-chave:
Formação de professores, Projeto Político-Pedagógico, Povos origináriosResumo
Trata da formação inicial de pedagogas e pedagogos indígenas, demandada pelo território indígena de Rio das Cobras - Paraná e desenvolvida na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Justifica que após duas décadas de política específica de inclusão de indígenas no Ensino Superior no Paraná o número de professores formados não atende à demanda das 40 escolas indígenas do estado. Socializa e discute os elementos da experiência de formação de pedagogas/os indígenas na Unicentro. Pesquisa qualitativa, conjuntura a formação superior indígena; realiza a análise documental, como o projeto político-pedagógico do curso. Trabalho mediado com a fundamentação teórica-legal. Conclui que houveram conquistas legais/jurídicas no Brasil pautadas pelos povos indígenas. Destaca que os elementos do projeto buscam incorporar a pedagogia da alternância, o bilinguismo, a interculturalidade, a produção de material didático, a itinerância. Mostra que a gestão, condução coletiva entre universidade-comunidade, representa um avanço na formação de pedagogas e pedagogos. Destaca haver limites na implementação de um curso específico para os povos indígenas, como a falta de finaciamento, a incorporação da cultura indígena e a necessidade da formação dos formadores. Reforça que a construção coletiva, a tomada de posição e decisões frente às propostas empoderou a todas e todos. A universidade aprendeu com as culturas indígenas, e essas aprenderam com a cultura universitária, fato que fortalece a totalidade. Destaca ser necessário avaliar o papel da oralidade na formação; formar mestres e doutores indígenas para incorpora-los no quadro da universidade.
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