Diálogos entre Ensino e Formação docente
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2013.90.1-4Resumo
A Revista Contexto & Educação 90 alberga um conjunto de artigos, que tratam de aspectos relacionados ao ensino, a aprendizagem e as interações e reflexões sobre a formação docente, a partir de diferentes abordagens e áreas do conhecimento.
A organização dos textos na revista permite um caminho de leitura, que não impede outras possibilidades. Iniciamos esta trilha com as pesquisas relacionadas ao ensino e formação de professores de Matemática e de Ciências da Natureza, tanto no modo presencial quanto a distância, seguido de uma reflexão crítica sobre alfabetização, leitura e escrita. O último artigo deste número aborda uma questão social relevante, com repercussão direta na escola e na escolaridade das estudantes, relacionada a gravidez na adolescência que modifica sobremaneira a vida das jovens. Por fim, a resenha sobre Educação e Alfabetização Científica de Pedro Demo encerra este número.
O ensino de matemática e a formação docente, tanto na educação básica quanto superior, foram analisados nas pesquisas apresentadas nos artigos de Natalia Ruiz-López e de Wagner Marcelo Pommer. Na sua proposta, Uso integrado de Moodley GeoGebra en la enseñanza de la Geometría, Natalia Ruiz-López descreve o processo formativo de um grupo de alunos do Magistério em Educação Primária da Universidade Autônoma de Madri, usando a plataforma Moodle e o software GeoGebra, no desenvolvimento de conteúdos de Geometria e Medida, de modo presencial e online. Já Wagner Marcelo Pommer explora a contextualização dos conteúdos e desenvolvimento de competências no ensino de matemática no artigo, Microeconomia na Educação Básica: Um tema portador de contextos significativos para explorar conteúdos e competências em situações de ensino. Ele evidencia que o enfoque Microeconômico cria contextos propícios para significar conhecimentos em sintonia com o comportamento dos consumidores perante as escolhas e restrições oriundas de desejos e necessidades. Isto constitui novas possibilidades de compreensão das representações matemáticas (aritmética, álgebra e gráfica) o que favorece o aprimoramento de estratégias articuladoras dos conteúdos e competências na Educação Básica
Por sua vez, as pesquisas relatadas sobre o ensino de Ciências da Natureza articulado a formação de professores são abordadas nos seus aspectos presenciais, a distancia e na interação escola-universidade tanto em programas de iniciação a docência quanto em estágios supervisionados.
O artigo O educar pela pesquisa na perspectiva de supervisores de escolas públicas municipais de Giruá, Rio Grande do Sul, Brasil, de Roque Ismael da Costa Güllich, apresenta uma reflexão sobre as concepções de supervisores escolares de escolas públicas municipais sobre a questão. Além disso, contribui com a discussão ao considerar, no contexto de formação, a discussão coletiva e a prática na ação supervisora e docente, fundamentada no enfoque da reflexão-na-ação.
O texto As formas de contribuição dos Estágios Supervisionados do Curso de Licenciatura em Química da UFRGS para o desenvolvimento profissional dos licenciandos de Camila Greff Passos e José Claudio Del Pino descreve uma pesquisa do tipo estudo de caso, realizada em 2009. O processo de progressão do desenvolvimento profissional de licenciandos de Química da primeira turma do currículo/2005 foi analisado para identificar a relação entre suas crenças didáticas, preocupações e dificuldades enfrentadas em suas experiências como professores nos estágios, assim como com as estratégias utilizadas. Verificaram que mesmo frente a algumas inadequações do Curso às Diretrizes Curriculares Nacionais, a maioria dos estudantes evoluiu em seu processo, com o apoio de atividades que oportunizaram a reflexão sistemática entre as teorias de ensino e aprendizagem.
A interação escola e universidade, no artigo A formação de professores de física no programa PIBID: análise da interação entre escola e universidade de João Batista Harres, é relatada a partir do educar pela pesquisa e aprender investigando como estratégia de ensino, na licenciatura em Física e na formação dos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e professores de escolas públicas.
Já Berenice Vahl Vaniel, Debora Pereira Laurino e Tanise Paula Novello, no artigo (Co)educar: formação de professores em redes de conversação, analisam o conversar de professores e alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências (PPGEC) da Universidade Federal do Rio Grande – FURG sobre a produção de material pedagógico digital (PMPD) para o Curso de Licenciatura em Ciências e Matemática à Distância incluindo o estudante como (co)autor. Os conceitos da Biologia do Conhecer, de Maturana e Varela subsidiam as argumentações.
Por fim, este conjunto de texto sobre ensino de Ciências e formação de professores encerra com um artigo que analisa a pertinência e qualidade de propostas paradidáticas para a área. Em Saiba mais: ensinando ciências com a turma da Mônica, Adriana Couto Pereira Rocha e Vergínia Perin Andriola discutem o material da coleção “Saiba Mais”, produzida pelos Estúdios Maurício de Souza, com foco em áreas de interesse científico. Segundo as autoras a coleção apresenta indiscutível potencial para uso paradidático, pois aborda seus diversos temas usando uma linguagem de fácil compreensão para o público de Nível Fundamental, com personagens bem conhecidos e identificados pelas crianças. Ao mesmo tempo chamam a atenção para os cuidados a serem tomados no que se refere a utilização deste tipo de texto.
Outro tema relevante é trazido por Dennys Dikson, no artigo Alfabetização, escrita e leitura: lugares (não) escondidos na História, em que propõe uma breve viagem no tempo para discutir a contribuição de Jose Juvêncio Barbosa aos estudos, além de apontar algumas críticas aos acontecimentos marginais e sociais, que englobam esta questão, na perspectiva da (r)evolução da educação.
Por fim um assunto, que repercute na nossa responsabilidade de professores(as) da educação básica, é abordado por Denise Raquel Rohr e Maria Simone Vione Schwengber no artigo A escola e “as barrigas”: relações possíveis?. As autoras chamam a atenção para a relação das escolas públicas com as alunas gestantes ou mães, a partir da fala das equipes diretivas acerca das ações desenvolvidas pelas escolas ao se depararem com temas de sexualidade e gravidez no seu cotidiano. Elas refletem sobre os limites e as possibilidades da escola ao defrontar-se com uma aluna gestante e acolhê-la, ao mesmo tempo em que a aluna se percebe como uma gestante na escola, que logo assumirá o papel de mãe com inúmeras implicações ao seu cotidiano.
Para concluir esta edição, é apresentada a resenha escrita por Joyce M. L. Ribeiro e Samuel Mendonça sobre o livro de Pedro Demo Educação e Alfabetização Científica, 1. ed. Campinas, SP: Papirus, 2010. 160 p. Ribeiro e Mendonça enfatizam aspectos relevantes do texto para suscitar a leitura da obra. Mostram como Demo combate o instrucionismo, uma característica forte da educação brasileira em todos os níveis de ensino, além dos esclarecimentos quanto ao fato de nossas instituições de formação não serem de pesquisa, mas sim de ensino. E, como esta questão repercute nas instituiçõesDownloads
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