O ESTRONDO DA MODERNIDADE NO EXÉRCITO: AS REFORMAS CURRICULARES E AS REVOLTAS MILITARES NA PRIMEIRA REPÚBLICA
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2013.91.149-176Resumo
A proposição desse artigo é o de historiar o duplo combate modernizante que se fez presente após o fim da monarquia brasileira, de um lado reformas no ensino com o propósito de intensificar a disciplina militar sobre os corpos forjando uma identidade militar moderna e de outro, revoltas militares de tom político-militar procurando a partir de ato belicoso acelerar a modernização do país. No Exército vivenciou-se, em um contexto de transição institucional republicana, este duplo combate que – em regra geral - se concentrava nas camadas militares da base da corporação, entre os oficiais subalternos. De forma que os principais atores da modernização militar se bifurcavam entre o tenentismo profissional centrado nas reformas educacionais a fim de modernizar a instituição por meio da burocracia fardada e o tenentismo político que em ato belicoso pressionava as reformas modernizantes na esfera estatal. Efetivamente, a identidade militar moderna foi construída – em larga medida – a partir do tenentismo profissional e político: o primeiro agregou uma mentalidade conservadora e institucional produzindo um militar militarizado alijado da cultura paisana, e o segundo trouxe a ideia de que a “classe militar” – subtraindo as massas – tinha a prerrogativa de agir politicamente sobre o Estado a fim de assegurar o curso acelerado da modernização do país fazendo da política civil política militar.
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