AS DISCUSSÕES RELATIVAS AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO ENSINO E A HUMANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO TEM SI
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2017.102.1-3Resumo
As discussões relativas as tecnologias da informação no ensino e a humanização da educação tem sido foco de inúmeros trabalhos, que não esgotam as reflexões sobre o tema. Por isso, o número 102 disponibiliza um conjunto de artigos que contribuem com novas questões subsidiadas em análises referenciadas, quanto as tecnologias da informação e humanização do ensino.
No artigo O uso do Facebook como ferramenta para a construção coletiva de uma proposta pedagógica, Leticia Paranhos Menna de Oliveira e João Batista Siqueira Harres analisam as etapas desse planejamento e as conversas em grupo no Facebook, que envolveram estudantes de 1º ao 8º ano, pertencentes a duas escolas do campo, que atendem cerca de 300 famílias campesinas. A escolha do tema gerador Bioma Pampa (Região Sul do Rio Grande do Sul) e o Ser Pampeano, embasada em referenciais teóricos da Educação Popular, Ambiental e do Campo, propiciou trocas de informações e diálogos mais efetivos entre os formadores, os professores das escolas e os estudantes.
No texto, A incorporação do laboratório de informática na prática pedagógica dos docentes do colégio estadual, José Palles Sobrinho (CEJPS), os autores Klayton Santana Porto, Jacson César de Jesus Neri, Rosalina Evangelista dos Santos, Luana Silva Santana oferecem uma reflexão sobre a utilização do laboratório de informática e o estabelecimento de estratégias de intervenção pedagógica. Demonstram que o computador se caracteriza pela convergência de mídias e apresenta-se como um recurso pedagógico privilegiado na relação ensino-aprendizagem, numa perspectiva dialógica.
No artigo, Contribuições da abordagem ciência, tecnologia e sociedade para a humanização do trabalho docente, Luciana Flor Correa e Walter Antonio Bazzo apontam que a abordagem Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), nos cursos de formação de professores, pode constituir-se numa importante contribuição para a promoção de ambientes de trabalho, que motivem a cooperação, a humanização e o posicionamento crítico em relação ao processo civilizatório. Os autores discutem o atual modelo hegemônico que prioriza a competição, minimiza as questões humanas e leva o sujeito ao comodismo e à sujeição.
No artigo, Representatividade da Biologia em CTS por meio de análise por redes sociais, Milena Lopes da Rocha, Ana Helena Grieco Gonzalez, Natália Vinhosa Bruno e Álvaro Chrispino investigaram como as temáticas relacionadas ao Ensino de Biologia são representadas nos estudos em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e quais são os principais autores nesta área. Concluem que a Biologia se apropria desta abordagem em suas pesquisas sem utilizar as referências consideradas base comum na ampla área de Ensino com enfoque CTS, empregando seus próprios referenciais teóricos.
Em Educação para o reconhecimento do outro: um desafio a partir de Lima Vaz, Clenio Lago e Roque Strieder propõem uma discussão inspirada nas concepções filosóficas de Henrique Cláudio de Lima Vaz, afirmando que da fragilização da intersubjetividade, construída no decorrer da modernidade, resultam algumas possibilidades educativas capazes de reconstruir o reencontro entre seres humanos.
A Educação do campo na perspectiva da educação popular, de Márcia Eliana Ziech, apresenta uma narrativa reflexiva sobre a realidade da escola do campo da rede estadual do município de Giruá/RS, que vem passando por significativas modificações. Estas mudanças respondem aos anseios pedagógicos, a partir do momento em que a educação entrou em pauta nas lutas sociais, que buscaram regulamentação da legislação para a estruturação e ressignificação do processo de ensino-aprendizagem das escolas do campo.
Em Centralidade na avaliação e educação customizada: o fim da escola como espaço para transmissão de uma “cultura comum”?, Renata Porcher Scherer problematiza os significados acerca dos processos de avaliação escolar produzidos no interior do discurso pedagógico e os modos pelos quais são visibilizados por revistas brasileiras, contribuindo para a produção de uma educação cada vez mais individual e customizada.
No artigo (in) Visibilidade da escola na discussão sobre o uso racional de medicamentos, Nelson Machado do Carmo Júnior e Jackson Ronie Sá da Silva apontam o papel da escola na divulgação de conhecimentos sobre os medicamentos e seu uso racional afirmando a necessidade de uma discussão da prática do uso racional de medicamentos nas instituições escolares, tornando-se uma possibilidade cidadã de promoção da saúde
Marcelo Souza Motta, no artigo Formação inicial do professor de matemática no contexto das tecnologias digitais demostra que a utilização de tecnologias na formação inicial dos acadêmicos da Licenciatura em Matemática, promove impactos significativos em sala de aula e cria um ambiente que proporciona aos alunos novas formas de pensar e agir.
Lauro Roberto Lostada resenha a obra Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem, de Jonatham Bergmann e Aaron Sams (Editada pela LTC, 2016), em que aponta as contribuições deste texto para novas reflexões.
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Maria Cristina Pansera de Araújo
Solange Schorn
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