O uso do discurso no desenvolvimento do raciocínio geográfico nas aulas de geografia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21527/2179-1309.2023.120.12128

Palavras-chave:

Discurso, didática, geografia, dialogismo

Resumo

 O artigo objetiva discutir o uso do discurso como elemento de mediação no processo de desenvolvimento do raciocínio geográfico. Como dimensão que constitui parcialmente as relações sociais e práticas materiais, torna-se um campo fértil de investigação nas aulas de geografia na escola, que pode ser auxiliar tanto no desenvolvimento do pensar geográfico quanto dos objetos e fenômenos de interesse da Geografia Escolar. Para tanto, buscou-se discutir suas possibilidades a partir da filosofia da linguagem do Círculo de Mikhail Bakhtin e da Análise de Discurso Crítica. Ao final, apresenta-se uma análise em caráter de ilustração e aprofundamento, a partir de uma canção, com vistas a elucidar as perspectivas adotadas em torno de um problema social.

Biografia do Autor

Roberto Greco, Universidade Estadual de Campinas

Professor da Universidade de Campinas (UNICAMP) desde 2012, onde ministra disciplina com conteúdo de Geografia física geral e a disciplina de Práticas de geociências na educação básica para estudantes de geografia e geologia. Orienta alunos de mestrado e doutorado nos programas de pós-graduação em Geografia, Ensino de Ciências e Matematica Multiunidade (PECIM) e Ensino e História de Ciência da Terra. Licenciado em Ciências Naturais (1997) e doutor pela escola de doutorado Ciência do Sistema Terra: ambiente, recursos e patrimônio cultural (2010), ambas cursadas na Universidade dos Estudos de Modena e Reggio Emilia (Unimore), Itália. De setembro de 2010 e março de 2012 trabalhou em Roma no Ministério da Educação. Interesses de pesquisa incluem os processos de ensino aprendizagem, e treinamento de professores relacionados com os conteúdos de Ciências da Terra assim como a educação ambiental e a divulgação das geociências. Está na coordenação da Olimpíada Brasileira de Geografia e Ciência da Terra. Desde 2018 é Chair da International Geoscience Education Organization (IGEO), membro do Conselho Executivo das Associação Internacional para a Promoção da Geoética (IAPG) e da Commission on Geoscience Education, Training and Technology Transfer (COGE) da International Union Geological Sciences (IUGS).

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Introdução de Paulo Bezerra. Prefácio de Tzvetan Todorov. 6. ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2011.

BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Tradução de Aurora Fornoni Bernardini et al. 7. ed. São Paulo, SP: Hucitec, 2014. 439 p.

CALLAI, Helena Copetti. Estudar o lugar para compreender o mundo. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. (org.). Ensino de geografia: práticas e textualizações no cotidiano. 9. ed. Porto Alegre, RS: Mediação, 2010.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 13. ed. Campinas, SP: Papirus, 2010. 192 p.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Pensar pela geografia: ensino e relevância social. Goiânia: C&A Alfa Comunicação, 2019.

FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social. 2. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2016. 338 p.

FARACO, Carlos Alberto. Linguagem & diálogo: as ideias linguísticas do círculo de Bakhtin. São Paulo, SP: Parábola, 2009. 168 p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 57. ed. São Paulo, SP: Paz e Terra, 2018.

GIROTTO, Eduardo Donizetti. Formando leitores do mundo: algumas considerações sobre o ensino de Geografia no mundo contemporâneo. Boletim Campineiro de Geografia, v. 5, n. 2, 2015. Disponível em: http://agbcampinas.com.br/bcg/index.php/boletim-campineiro/article/view/233.

MAGALHÃES, Izabel; MARTINS, André Ricardo; RESENDE, Viviane de Melo. Análise de discurso crítica: um método de pesquisa qualitativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2017.

MARTINS, Elvio Rodrigues. O pensamento geográfico é geografia em pensamento?. GEOgrafia, Rio de Janeiro, ano 18, n. 37, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2016.v18i37.a13758.

MASSEY, Doreen. Pelo espaço: uma nova política da espacialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

VOLÓCHINOV, Valentin. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo; ensaio introdutório de Sheila Grillo. São Paulo: Editora 34, 2017. 376 p.

VOLÓCHINOV, Valentin. A palavra na vida e a palavra na poesia. Organização, tradução, ensaio introdutório e notas de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Editora 34, 2019.

Downloads

Publicado

2023-08-24

Como Citar

Neves, D. da C., & Greco, R. . (2023). O uso do discurso no desenvolvimento do raciocínio geográfico nas aulas de geografia. Revista Contexto &Amp; Educação, 38(120), e12128. https://doi.org/10.21527/2179-1309.2023.120.12128

Edição

v. 38 n. 120 (2023): Currículo e Docência

Seção

Práticas Educativas: metodologias e saberes

Licença

Copyright (c) 2023 Revista Contexto & Educação

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).