A polifonia de professores na fronteira Brasil-Venezuela: Desafios didático-pedagógicos na pandemia do Coronavírus
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2024.121.13741Palabras clave:
Escola de Fronteira, Saberes Pedagógicos, Pacaraima/RRResumen
O presente texto tem por objetivo analisar os desafios didático-pedagógicos vivenciados pelos professores/professoras durante a Pandemia do Coronavírus. Para isso, elegeu-se como lócus da pesquisa a ambiência do Colégio Estadual Militarizado Cícero Vieira Neto (C.E.M.C.V.N.), localizado na cidade de Pacaraima, estado de Roraima. A escolha do Colégio se justifica por sua localização geográfica já que Pacaraima faz fronteira com a cidade venezuelana de Santa Elena de Uairén, além de ter alunos venezuelanos matriculados na referida unidade de ensino. Dessa forma, privilegiou-se a abordagem qualitativa a partir do estudo de caso e do aporte da metodologia da História Oral através de entrevistas semiestruturas. Não obstante, devido à Pandemia do Coronavírus (COVID-19) foi preciso fazer alguns ajustes e traçar algumas estratégias para darmos conta da produção, sistematização e análise dos dados, dentre as estratégias, laçou-se mão para o uso de videochamadas com auxílio do Google Meet, além da aplicação de questionários pelo Google Forms. As estratégias se mostraram satisfatórias no decorrer da investigação porque resguardaram os entrevistados e o entrevistador devido ao sentimento de inseguranças frente ao COVID-19. A partir da pesquisa de campo e das entrevistas é possível inferir que a dinâmica e a singularidade educacional no C.E.M.C.V.N perpassa pelos desafios da barreira linguista que exige busca de alternativas didático-pedagógicas com o intuito de mitigar os obstáculos do e no processo de ensino e aprendizagem. Ademais, os resultados da pesquisa indicam a Fronteira como espaço sociocultural onde existe não somente a circularidade de pessoas, mas também de culturas e diferentes saberes, além dos tensionamentos sociais e culturais, particularmente com o boom migratório de venezuelanos, fugidos da crise no País vizinho, desde 2014.
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