A escolarização na Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí (RS): processos de subjetivação
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2024.121.14275Palabras clave:
educação prisional, escolarização, processos de subjetivação, sistema prisionalResumen
O acesso e a permanência da escolarização consideramos fundamentais para a formação dos sujeitos na sociedade contemporânea. Quando, entretanto, a família e/ou rede primária de socialização não possuem capital cultural e econômico, tampouco oferecem a devida atenção à escolarização dos filhos, e ainda quando a escola regular exclui, a rua, ou melhor, um conjunto de abandonos, acabam, muitas vezes, produzindo as primeiras ligações com o mundo do crime. Neste artigo discutiremos os processos de subjetivação a partir da experiência da escolarização oferecida pelo Neeja na Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí (RS), às pessoas em situação de privação de liberdade. A pesquisa foi desenvolvida a partir das narrativas de vida de três sujeitos em processo de escolarização na citada Penitenciária. Nosso movimento de análise mostra que a escolarização na escola prisional contribui para a construção da subjetividade de sujeitos como capazes de aprender, de compreender o mundo dos conhecimentos e dos saberes científicos, e ainda produz uma certa minimização da experiência de exclusão e de discriminação social sofrida na escola regular, uma ressignificação das experiências escolares anteriores às da penitenciária. Contribui, também, para a humanização e a formação desses sujeitos na perspectiva da inclusão do detento, e por último propõe uma integração social, de emprego, de laços sociais, de relacionamentos e de reconhecimento de dignidades como indivíduos capazes de aprendizagens.
Citas
ARENDT, H. The Crisis in Education. Chicago: The University of Chicago Press, 1958.
ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro, RJ: Forense Universitária, 2019.
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar Editor, 2013.
BONETI, L.; LANGNER, F.; ASINELLI-LUZ, M. A produção de subjetividade e as instituições escolares. Caderno Cedes, v. 42, n. 116, p. 160-176, 2022.
BONETI, L. W.; LANGNER, A. L.; ASINELLI-LUZ, A. O ensinar fazer ou o ensinar pensar para a construção da autonomia: um diálogo entre Paulo Freire e Edgar Morin. Revista Contexto & Educação, Ijuí, RS: Editora Unijuí, v. 37, n. 118, e 12153, 2022. ISSN 2179-1309.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira, 2019.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1996.
INFOPEN. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (2020). Dados estatísticos sobre o sistema penitenciário brasileiro. Ministério da Justiça e Segurança Pública, 2021. (Infográfico: Perfil da população carcerária brasileira).
MAEYER, Marc De. Educação em prisões. Revista Brasileira de Educação, v. 22, p. 51-70, 2017.
SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas, SP: Autores Associados, 2013.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Revista Contexto & Educação
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).