Relações de gênero e sexualidade: Uma análise do discurso dos livros didáticos
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2023.120.9149Palabras clave:
Ensino fundamental. Direitos sexuais. Heteronormatividade.Resumen
O livro didático é, muitas vezes, a única referência para o trabalho dos educadores, assumindo um papel central nas definições de estratégias de ensino. Além de interferir na organização pedagógica das escolas, tem peso na cultura dos cidadãos, por influenciar nos valores das sociedades, pela forma que apresenta os fatos e pelo próprio processo de veiculação do conhecimento. Em virtude de seu frequente uso nas instituições escolares, se faz necessário averiguar como e de que forma são abordadas as questões de gênero e sexualidade nos livros didáticos. Neste trabalho, procuramos identificar se os livros em circulação estão livres de preconceitos e estereotipagem. Para tal, a metodologia utilizada foi a de ATD (Análise Textual Discursiva). Foram examinados os livros didáticos do oitavo ano do Ensino Fundamental de uma escola do Sudoeste do Estado do Paraná. É possível argumentar que alguns dos livros analisados deixam a desejar na abordagem dos temas transversais gênero e sexualidade, e que os mesmos ainda contêm informações equivocadas e desatualizadas, predominando uma visão heteronormativa.
Citas
ANNUNCIATO, P. PNLD tem maior mudança em 20 anos. Nova Escola, São Paulo, v. 305, n. 32, p. 6-7, set. 2017.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo: fatos e mitos. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.
BITTENCOURT, C. M. F. Identidade Nacional e Ensino de História do Brasil. In: KARNAL, L. (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2003. p. 185-204.
BOULOS, A. J. História, sociedade e cidadania. 3 ed. São Paulo. FTD, 2015. 320 p.
BRASIL. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/direitos_sexuais_reprodutivos_metodos_anticoncepcionais.pdf. Acesso em: 23 out. 2017.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Introdução. Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. 126 p. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf. Acesso em: 30 ago. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). 2017. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/programas/programas-do-livro/livro-didatico/dados-estatisticos. Acesso em: 25 ago. 2018.
BRASIL. Plataforma Lattes. Brasília, CNPq, 2020. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/. Acesso em: 19 abr. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Políticas para as Mulheres. 10° Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero. Brasília: SPM, 2014. 284 p. Disponível em: http://www.spm.gov.br/central-de-conteudos/publicacoes/publicacoes/2015/10-pcig.pdf. Acesso em: 8 set. 2017.
BRASIL. Atividade legislativa. Brasília: Senado Federal, 2016. Disponível em: https://www.senado.gov.br/atividade/const/con1988/con1988_08.09.2016/art_208_.asp. Acesso em: 30 set. 2017.
BUCHWEITZ, D. Piadas para você morrer de rir. In: VAL, M. G. C.; MARCUSCHI, B. Livro didático de língua portuguesa: letramento e cidadania. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
BUTLER, J. Por Letícia Bahia, da Revista AzMina. 6 de Novembro de 2017. Disponível em: https://www.bemmaisbrasilia.com/single-post/2017/11/06/%C3%89-muito-tarde-para-silenciar-questionamentos-sobre-g%C3%AAnero-diz-Judith-Butler?fb_comment_id=2179315548761090_2179420295417282. Acesso em: 28 maio 2018.
CEREJA, W.; COCHAR, T. Português linguagens. 9. ed. (reformulada). São Paulo: Saraiva, 2015.
CHASSOT, Á. I. A ciência é masculina?: é, sim senhora!. 8. ed. São Leopoldo, RS: Unisinos, 2017.
FRISON, M. D. et. al. Livro didático como instrumento de apoio para a construção de propostas de ensino de ciências naturais. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS. 2009. Florianópolis, 2009. Disponível em: http://www.fep.if.usp.br/~profis/arquivos/viienpec/VII%20ENPEC%20-%202009/www.foco.fae.ufmg.br/cd/pdfs/425.pdf Acesso em: 7 out. 2017.
FURLANI, J. Direitos humanos, direitos sexuais e pedagogia queer: o que essas abordagens têm a dizer à Educação Sexual?. In: JUNQUEIRA, R. D. (org.). Diversidade sexual na educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas. Brasília: Unesco, 2009. p. 293-323. Edição Eletrônica. Disponível em: pronacampo.mec.gov.br/.../bib_volume32_diversidade_sexual_na_educacao_problematização_sobre_a_homofobia_nas_escolas-pdf. Acesso em: 23 out. 2017.
LOURO, G. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 16. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
MARTÍNEZ, V. et al. Time to share: inglês. São Paulo: Saraiva, 2015.
MILLER, H. L. Com adaptação de SCHULMAN, M. Um fantasma camarada. In: VAL, M. G. C.; MARCUSCHI, B. Livro didático de língua portuguesa: letramento e cidadania. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
MOMESSO. M. R. et al. Sexualidade, psicanálise e discurso na literatura. 1. ed. Porto Alegre: Cirkula, 2016.
MORAES, R.; GALIAZZI, M. do C. Análise textual discursiva. 3. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2016.
PAVÃO, A. C. O livro didático em questão. 2006. Disponível em: https://cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/publicationsSeries/1426100829786.pdf. Acesso em: 7 out. 2017.
PEREIRA, A. M.; SANTANA, M.; WALDHELM, M. Ciências da natureza. 2. ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2015. Projeto Apoema.
SAMPAIO, F. S.; MEDEIROS, M. C. Geografia. 4. ed. São Paulo: SM, 2015. 240 p.
SANTOS, D. B. C.; ARAÚJO, D. C. Sexualidades e gêneros: questões introdutórias. In: SANTOS, D. B. C.; ARAÚJO, D. C. (org.). Sexualidade. Cadernos temáticos da diversidade. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação (SEED-PR); Superintendência de Educação; Departamento da Diversidade; Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual, 2009. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/cadernos_tematicos/sexualidade.pdf. Acesso em: 17 out. 2017.
SANTOS, I. A. Educação para a diversidade: uma prática a ser construída na Educação Básica. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Cornélio Procópio, PR. 2008. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2346-6.pdf. Acesso em: 29 ago. 2017.
SILVA, F. F.; MELLO, E. M. B. Corpos, gêneros, sexualidades e relações étnico-raciais na educação. Uruguaiana: Unipampa, 2011. Disponível em: https://sites.unipampa.edu.br/sisbi/files/2013/07/corpos-2011.pdf. Acesso em: 1º set. 2017.
SILVA, R. P. A escola enquanto espaço de construção do conhecimento. Revista Espaço Acadêmico, n. 139, dez. 2012. Disponível em: file:///C:/Users/Cris/Downloads/17810-78944-5-PB.pdf. Acesso em: 6 ago. 2017.
SOUZA, S. L.; COAN, C. M. Abordagem da sexualidade humana em livros didáticos de biologia. SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO SEXUAL, 3., 2013, Maringá. Anais [...]. Maringá: SIES, 24 a 25 de abril de 2013. Disponível em: http://www.sies.uem.br/anais/pdf/educacao_sexual_escolar/4-17.pdf. Acesso em: 7 out. 2017.
SOUZA, J.; PATARO, P. R. M. Matemática: vontade de saber. 3. ed. São Paulo: FTD, 2015. 320 p.
UTUARI, S. et al. Por toda parte. São Paulo: FTD, 2015.
VAL, M. G. C.; MARCUSCHI, B. Livro didático de língua portuguesa: letramento e cidadania. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Revista Contexto & Educação

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Ao publicar na Revista Contexto & Educação, os autores concordam com os seguintes termos:
Os trabalhos seguem a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato;
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, inclusive comercial.
Essas permissões são irrevogáveis, desde que respeitados os seguintes termos:
Atribuição — os autores devem ser devidamente creditados, com link para a licença e indicação de eventuais alterações realizadas.
Sem restrições adicionais — não podem ser aplicadas condições legais ou tecnológicas que restrinjam o uso permitido pela licença.
Avisos:
A licença não se aplica a elementos em domínio público ou cobertos por exceções legais.
A licença não garante todos os direitos necessários para usos específicos (ex.: direitos de imagem, privacidade ou morais).
A revista não se responsabiliza pelas opiniões expressas nos artigos, que são de exclusiva responsabilidade dos autores. O Editor, com o apoio do Comitê Editorial, reserva-se o direito de sugerir ou solicitar modificações quando necessário.
Somente serão aceitos artigos científicos originais, com resultados de pesquisas de interesse que não tenham sido publicados nem submetidos simultaneamente a outro periódico com o mesmo objetivo.
A menção a marcas comerciais ou produtos específicos destina-se apenas à identificação, sem qualquer vínculo promocional por parte dos autores ou da revista.
Contrato de Licença (para artigos publicados a partir de outubro/2025): Os autores mantém os direitos autorais sobre seu artigo, e concedem a Revista Contexto & Educação o direito de primeira publicação.