EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: ENTRE O LÁPIS E A FERRAMENTA. A INSURGÊNCIA DO MENOR APRENDIZ
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2020.112.366-383Palabras clave:
Educação; Profissionalização; Menor; Insurgência.Resumen
Dados de uma pesquisa de cunho histórico educacional permitiram compreender como autoridades públicas, no período de 1909-1927, desenvolveram projetos educacionais objetivando promover o ensino profissionalizante para menores carentes em Curitiba/Pr. O período 1909-1927 foi estabelecido em razão da definição do conceito “menor” pelo Gabinete de Estatística da Polícia, bem como pela construção, em Curitiba, do Patronato Agrícola, primeira instituição correcional profissionalizante para menores. Examinou-se registros presentes nos periódicos da cidade de Curitiba e o regulamento do patronato. Do ponto de vista do método, parte-se dos sistemas de controle social como parâmetro, podendo-se assim examinar o menor com suas subjetividades. Dialogando com PERROT(1988), FOUCOULT(1977), BENJAMIN(1985), ARENDT(2016), THOMPSON(1987) e HAN(2019) permite examinar o que se passou naquele momento. Os dados coletados levam a compreender situações de insurgência infantil, que exteriorizam ordenamentos educacionais com seus repertórios valorativos e seus rigorosos mecanismos de cobrança. Oportuno ainda perceber no interior desses comportamentos, tidos como intoleráveis, a constituição de um entremeio crítico ao sistema regulador. Por essa brecha criada por esses aprendizes, foi possível perceber uma estrutura de ensino profissionalizante com práticas autoritárias, acarretando ensino penoso e excludente. Configuração contraditória, pois agravou a vulnerabilidade dessas crianças.
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