A condição da educação patrimonial na era do Snapchat
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2023.120.12166Palabras clave:
Educação Patrimonial, Tempo, Sociedade, EducaçãoResumen
O presente ensaio assume o aplicativo de câmera Snapchat como uma alegoria ou figura de pensamento apropriada para caracterizar as relações sociais estabelecidas em nosso tempo, bem como, nossa relação com o tempo. A partir de um estudo conceitual, inspirado na Teoria Sociológica Contemporânea, examina a condição da educação patrimonial na “Era do Snapchat”. Para tal, a argumentação apresentada procura enfrentar, principalmente, duas questões: Como pensar o patrimônio cultural, quando os conteúdos culturais são autodestrutíveis? Como educar para a valorização de patrimônios, quando as imagens produzidas duram apenas 24 horas? A partir da análise, constatou-se que em sociedades onde vigora a individualização, verifica-se o declínio das memórias coletivas organizadas; a ampliação de museus e acervos privados, sem clara finalidade pública; a musealização de coleções privadas e o declínio de seus sentidos nacionais ou integradores. No caso específico de ações sociais promotoras de pautas patrimoniais, dentre estas a educação patrimonial, tendem a vigorar processos de individualização ou personalização das memórias e dos patrimônios culturais.
Citas
ALDEIA. Os primeiros projetos e a história de Evan Spiegel, criador do Snapchat . Disponível em: https://aldeia.cc/empreendedorismo/historia-de-evan-spiegel-criador-do-Snapchat /. Acesso em: 13 nov. 2018.
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
BAUMAN, Zygmunt. Tempos líquidos. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
BECK, Ulrich. A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In:
BECK, Ulrich; GIDDENS, Anthony; LASH, Scott. Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna. São Paulo: Editora Unesp, 1997. p. 11-71.
BECK, Ulrich. Viver a própria vida num mundo em fuga: individualização, globalização e política. In: HUTTON, Will; GIDDENS, Anthony. No limite da racionalidade: convivendo com o capitalismo global. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 235-248.
BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma nova modernidade. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011.
CANCLINI, Néstor Garcia. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. 6. ed. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2006.
CANCLINI, Néstor Garcia. O patrimônio cultural e a construção imaginária do nacional. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 23, p. 95-115, 1994.
CANDAU, Joel. Memória e identidade. São Paulo: Contexto, 2016.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 18. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2017.
ELIAS, Norbert. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
FORD, Aníbal. La marca de la bestia: identificación, desigualdades e infoentretenimiento en la sociedad contemporánea. Buenos Aires: Editorial Norma, 1999.
LYON, David. Pós-modernidade. São Paulo: Paulus, 1998.
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Ed. Unesp, 1991.
GLOBO. G1. Conheça o fundador do Snapchat , app que destrói mensagens. Disponível em: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/11/conheca-o-fundador-do-Snapchat -app-que-destroi-mensagens.html. Acesso em: 13 nov. 2018.
HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992.
HOBSBAWN, Eric. Introdução: a invenção das tradições. In: HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence (org.). A invenção das tradições. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2012. p. 7-26.
MEIOEMENSAGEM. Snapchat chega oficialmente ao Brasil. Disponível em: http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/2016/10/24/Snapchat -chega-oficialmente-ao-brasil.html. Acesso em: 13 nov. 2018.
MORIN, Edgar. Cultura de massas do século XX: neurose e necrose. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.
POULOT, Dominique. Uma história do patrimônio no Ocidente. São Paulo: Estação Liberdade, 2009.
SCIFONI, Simone. Desafios para uma nova educação patrimonial. Teias, v. 18, n. 48, p. 5-16, 2017.
SILVA, Rodrigo Manoel Dias da. Narrativas identitárias e educação patrimonial no Brasil. Teias, v. 18, n. 48, p. 17-36, 2017.
SILVA, Rodrigo Manoel Dias da. Escolas, cidades e seus patrimônios: dinâmicas escolares de patrimonialização cultural. Educação e Pesquisa, v. 44, p. 1-18, 2018.
TECMUNDO. Snapchat : tudo que você precisa saber para usar o app do momento. Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/redes-sociais/102784-Snapchat -tudo-voce-precisa-saber-usar-app-momento.htm. Acesso em: 13 nov. 2018.
TOURAINE, Alain. Pensar de outro modo. Lisboa: Instituto Piaget, 2007.
WILLIAMS, Raymond. Marxismo y literatura. Barcelona: Península, 1980.
YÚDICE, George. A conveniência da cultura: usos da cultura na era global. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Revista Contexto & Educação

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Ao publicar na Revista Contexto & Educação, os autores concordam com os seguintes termos:
Os trabalhos seguem a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato;
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, inclusive comercial.
Essas permissões são irrevogáveis, desde que respeitados os seguintes termos:
Atribuição — os autores devem ser devidamente creditados, com link para a licença e indicação de eventuais alterações realizadas.
Sem restrições adicionais — não podem ser aplicadas condições legais ou tecnológicas que restrinjam o uso permitido pela licença.
Avisos:
A licença não se aplica a elementos em domínio público ou cobertos por exceções legais.
A licença não garante todos os direitos necessários para usos específicos (ex.: direitos de imagem, privacidade ou morais).
A revista não se responsabiliza pelas opiniões expressas nos artigos, que são de exclusiva responsabilidade dos autores. O Editor, com o apoio do Comitê Editorial, reserva-se o direito de sugerir ou solicitar modificações quando necessário.
Somente serão aceitos artigos científicos originais, com resultados de pesquisas de interesse que não tenham sido publicados nem submetidos simultaneamente a outro periódico com o mesmo objetivo.
A menção a marcas comerciais ou produtos específicos destina-se apenas à identificação, sem qualquer vínculo promocional por parte dos autores ou da revista.
Contrato de Licença (para artigos publicados a partir de outubro/2025): Os autores mantém os direitos autorais sobre seu artigo, e concedem a Revista Contexto & Educação o direito de primeira publicação.