DEBATES SOBRE CURRÍCULO E FORMAÇÃO DOCENTE

Autores

  • Maria Cristina Pansera de Araujo Unijui
  • Maria Simone Vione Schwengber Unijui
  • Celso Jose Martinazzo Unijui

DOI:

https://doi.org/10.21527/2179-1309.2013.91.1-3

Resumo

Nos últimos anos, no campo da Educação, discutem-se, insistentemente, os problemas relativos ao desenvolvimento de currículo e a formação docente, a partir de diversos temas e espaços. Neste número 91, reunimos sete artigos que discutem a questão do currículo, de pontos de vista distintos entre si, mas perfeitamente intercambiáveis pelas diversas perspectivas abordadas. O primeiro intitulado “Redes de conversação: virtualizações e atualizações na tecitura do currículo de um curso online de licenciatura em ciências”, de Ivane Almeida Duvoisin, da Universidade do Rio Grande – FURG, trata da investigação sobre o fluxo do linguajear e do emocionar do habitar humano emergente da rede de conversação (RP), constituido no conversar sobre um Curso OnLine de Licenciatura de Ciências para elaborar o Projeto Pedagógico e o Currículo do Curso, centrado na emergência das recordações, evocações, imaginações e simulações possibilitadas a aos professores, enquanto atualizavam o currículo em constante movimento. O artigo “O trabalho docente do professor de educação física em escolas com diferentes fatores sócioeconômicos e demográficos: estratégias e saberes construídos, de Kelber Ruhena Abrão e Grace Coswig Baysdorf, tematiza o trabalho docente dos professores de Educação Física de três instituições de ensino de Pelotas/RS: uma escola da zona rural, uma particular e outra municipal. É um estudo descritivo sobre trabalho docente destes professores e saberes necessários à prática docente. Os professores de Educação Física, na cotidianidade do seu trabalho, constroem estratégias e saberes singulares, com vistas às demandas e exigências decorrentes do ato de lecionar em instituições específicas, revisando suas escolhas, possibilidades e saberes mobilizados para atuação profissional. Já o texto “O currículo integrado do proeja do IFRS- campus Bento Gonçalves: uma possibilidade real e complexa de efetivação em sala de aula”, de Lílian Escandiel Crizel, Camila Greff Passos, José Claudio Del Pino, apresenta a interlocução do material proveniente da análise dos documentos do currículo com os referenciais utilizados no desenvolvimento do trabalho. Os resultados apontam que a implementação da proposta do currículo integrado não é fácil, pois necessita a modificação do contexto escolar, num envolvimento de toda a comunidade envolvida. A questão ambiental no currículo é tema da pesquisa “A relação entre educação ambiental e a educação de jovens e adultos sob a perspectiva da trajetória dos educadores”, de Rones de Deus Paranhos & Marilda Shuvartz. Os autores buscaram elementos para compreender como inserir a Educação Ambiental (EA) na EJA, ouvindo os professores que apontaram dificuldades desde a própria formação inicial. A investigação indicou a imprescindibilidade da formação continuada dos professores, bem como da reformulação da proposta pedagógica municipal para EJA de forma a contemplar a Educação Ambiental. Uma questão importante no processo de escolarização é tratada no artigo “ A Relação família e escola no encaminhamento de estudantes para salas de apoio” de Heloiza Iracema Luckow, que mostra as contribuições desta relação para a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes. O estudo buscou compreender os sentidos atribuídos por pais ao encaminhamento de seus filhos para a Sala de Apoio Pedagógico (SAP), que sendo tratada de forma clara permite aos pais entenderem o processo e colaborarem para um melhor aprendizado de seus filhos. O artigo “Desafio de ser professor universitário em instituição privada na área da saúde” Rosilene Andrade Silva Rodrigues, Pedro Henrique S. Castro Miziara e Leni Aparecida Souto Miziara, apresenta uma abordagem reflexiva sobre a docência no ensino superior em instituições privadas na área da saúde, com o objetivo de discutir a superação do modelo de professores universitários como especialistas. Enfatiza a necessidade de formar mestres e doutores com conhecimentos específicos e dos contextos tecnológicos, sociais, pedagógicos e didáticos, que são essenciais ao processo de ensino e aprendizagem dos acadêmicos. Para encerrar este número, Ronaldo Queiroz de Morais, no seu artigo, “O estrondo da modernidade no exército: as reformas curriculares e as revoltas militares na primeira república” historia o duplo combate modernizante ocorrido após o fim da monarquia brasileira. De um lado, reformas no ensino com o propósito de intensificar a disciplina forja uma identidade militar moderna e de outro, revoltas militares de tom político-militar procuraram acelerar a modernização do país. Este duplo combate acabou influenciando na organização do currículo escolar como bem chama atenção o autor. Estes textos constituem um incentivo a reflexão e debate sobre currículo e formação docente em sua diversidade de abordagens, longe de esgotar o tema, mas constituindo um conjunto de referencias para tematiza-lo.

Biografia do Autor

Maria Cristina Pansera de Araujo, Unijui

Mestre e Doutora em Genética e Biologia Molecular, especialista em Ensino de Ciências e Biologia, e, em Educação Ambiental

Pesquisadora em Genética do Desenvolvimento e Ensino de Ciências, Biologia e Educação Ambiental

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Publicado

2014-09-14

Como Citar

Pansera de Araujo, M. C., Schwengber, M. S. V., & Martinazzo, C. J. (2014). DEBATES SOBRE CURRÍCULO E FORMAÇÃO DOCENTE. Revista Contexto &Amp; Educação, 28(91), 1–3. https://doi.org/10.21527/2179-1309.2013.91.1-3